EU OLHEI E GRITEI: DEUSA!
Espero que gostem dessa Camila como eu já estou amando.
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O chão parecia desaparecer com a velocidade da égua puro-sangue inglês. O galopar era rápido, tão ágil que todo o verde passava de forma veloz aos seus olhos.
Amava a velocidade, a altura. Se sentia viva quando apertava as rédeas e seu corpo ia junto ao do animal que galopava para o destino de sua vontade.
Seu cabelo não obedecia o coque, se rebelava contra o vento que batia deixando algumas mechas teimosas caírem por seu rosto. Uma bota de couro, um chicote em mãos. Camisa jeans grossa para proteger do forte sol. Pele bronzeada, sangue latino.
Camila Estrabao.
Não tinha muitas coisas materiais e na realidade nem ligava para tais futilidades. Fazia sua felicidade com o que tinha em mãos. Bela mulher do campo, rodeada de tudo aquilo que a natureza podia oferecer.
— Certo, certo, Catalina. — apertou as rédeas da égua ao chegar no muro alto do cemitério.
Impulsionou seu corpo para fora, descendo com cuidado do equino. Acariciou-lhe a face e puxou suas cordas, a prendendo próxima a uma árvore.
Pegou as flores. Tulipas vermelhas, as preferidas da mãe. Estavam frescam, em grande volume. Uma forma de se desculpar pelas semanas que não pôde vir.
Caminhou entre os túmulos lembrando-se como encarou o responsável da cidade para que cuidassem melhor do cemitério.
— Escute-me, seu merda. Escute-me bem pois só vou falar uma vez. — debruçou-se sobre a mesa do homem de meia idade. — Essa cidade e eu não te elegemos para que você fique aí sentado, com essa postura de posudo. Em Montgomery as coisas funcionam de outra forma, você não vai bancar uma de esperto aqui. O cemitério está largado as ruínas e estamos exigindo que você levante essa bunda dessa poltrona e faça seu maldito trabalho. Assim como te colocamos nesse posto, é questão de dias para te tiramos também.
Os mortos mereciam tanto ou mais respeito e dignidade quanto os vivos. Agora tinha um ambiente mais limpo, bem cuidado. Tudo na base da ameaça.
Sentou-se ao túmulo de azulejos dourados e colocou as tulipas sobre a lápide. Dedilhou as letras que estampavam o nome da mulher que lhe dera a luz.
Sinuhe Estrabao.
— Desculpa a demora, mamá. — falou em respeito. — Quando eu termino meu trabalho já está quase anoitecendo e por isso tenho me ausentado. Sei que a senhora entende, não é?
O silêncio como resposta lhe trazia lembranças dolorosas de pura saudade.
— Trouxe suas flores preferidas. Sofi colheu, na realidade. — sorriu. — Ela tem medo de vir até aqui... não julgo, apesar de prendada ela ainda é uma criança. Porém está terrível, você nem imagina. Hoje em dia eu tenho que implorar para ela terminar as lições porque ela fica distraída com essas modernidades aí.
Como se procurasse um colo, deitou sobre o túmulo.
— Papai também está bem. Ele sente sua falta... as vezes chego do trabalho e ele está sentado na sala sozinho, sorrindo e ouvindo as músicas que você cantava. — sorriu emocionada. O nó sempre crescia em sua garganta quando se lembrava disso. — Eu já falei pra ele sair mais, conhecer outras mulheres. Ele ficou um coroa gatão, acredita? Mas acho que não... o coração dele é seu, sempre será. Não acho que ele vá se permitir apaixonar novamente.
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The Farm At Sunrise
FanfictionLauren sempre viveu num mundo de grandes privilégios e bens materiais, mas ao viajar para o interior, sua vida e seu coração mudam completamente quando ela conhece a peoa Camila Estrabao. ---AVISOS DA AUTORA--- 🔸História baseada e inspirada no casa...