Capítulo 7

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Todo o desespero de Shinsou foi despejado na privada quando o arroxeado se inclinou em frente a mesma e sentiu cada parte do corpo doer quando vomitou o que sequer tinha no estômago.

Havia sido levado as pressas pelo loiro ao banheiro mais próximo, entrou apressado numa cabine e fechou a porta com pavor de Denki o ver daquele jeito. Mas com certeza dava para ouvir o barulho, não queria nem imaginar a possível reação enjoada do loiro enquanto o mesmo revirava os olhos

Mal sabendo que Kaminari não desviava os olhos da porta, a expressão atenta caso Shinsou desse alguma crise ou parasse de fazer barulho e ele não hesitaria em entrar lá dentro, nem que fosse arrombando.

Não sabia ao certo o por que de estar daquele jeito, a ansiedade perfurando seu peito enquanto limpava a boca com as costas das mãos. Lacrimejou um pouco até as lágrimas transbordarem nos olhos, Shinsou buscou rapidamente por papel higiênico e tratou de limpá-la, logo após assoar o nariz. Lembrou que Denki ainda estava lá fora, segurando os papéis de seu diagnóstico, e a voz pela primeira soando no banheiro saiu falha:

— Não olha o que tá escrito! — Pediu olhando na direção da porta.

— Não olhei. — Respondeu baixo, Denki parecia saber que Shinsou pediria aquilo, por isso quando ele tocou nos papéis fez questão de dobra-los e não olhou uma vez sequer.

Hitoshi levou aquele silêncio como algo sincero, respirou fundo e tentou relaxar um pouco. Se levantou do chão segundos depois e abriu a porta da cabine, quando os olhares coloridos dos dois se cruzaram, Shinsou cambaleou um pouco devido a fraqueza e Denki foi rapidamente até ele segurá-lo pelos braços.

O loiro segurou na mão do arroxeado e lhe levou cuidadosamente em direção a pia, Shinsou estava tão desnorteado que não teve tempo para ficar surpreso quando Denki o segurou pela cintura e o colocou sobre a pia do banheiro.

Quis rir como aquela situação pareceu familiar.

— Você está muito pálido. — Denki comentou com o polegar esfregando na bochecha de Hitoshi.

— Eu sou pálido por natureza. — Riu um pouco e desnorteado.

— Mais do que o normal. — Continuou. — Você deve ter vomitado tudo que comeu hoje.

— Eu não comi nada desde ontem… — Confessou e Kaminari arregalou os olhos.

— Como não? — Indagou incrédulo, Shinsou apenas deu de ombros abaixando a cabeça. Queria sentir qualquer outra coisa do que aqueles sentimentos ruins. — Tem uma lanchonete aqui, vem, vou te levar pra comer alguma coisa.

— Não precisa, eu tô bem. — Balançou a mão no ar, mas estava tão fraco que ela caiu no mesmo segundo sobre a coxa.

— Claro que precisa, não quero te ver passando mal, anda. — Tirou Shinsou da pia num puxão na cintura, o arroxeado ficou resmungando baixo enquanto tentava se soltar numa tentativa falha.

— Você é o que? Meu pai?!

— Oh, acredite gatinho. Eu duvido que seu pai estaria cuidando de você desse jeito. — Arqueou a sobrancelha, aquela frase nunca fazendo tanto sentido para Shinsou que ficou com os lábios entreabertos.

— Touche… — Murmurou desistindo de lutar, a última vez que recebeu cuidado dos pais fora aos cinco anos, antes de toda aquela merda acontecer.

Denki Sussurrou devagar para que Shinsou segurasse no braço dele se sentisse que poderia cair pela falta de comida no estômago, e o arroxeado assentiu com as bochechas vermelhas. Eles andaram num ritmo que o arroxeado aguentava, pelo caminho Hitoshi via pacientes com as roupas dos hospitais, alguns de cadeira de rodas, outros com curativos nas áreas dos pulsos, ficou um pouco receoso de estar passando por ali.

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