Capítulo 14

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O coração de Denki bombeou fortemente contra o peito e pareceu subir pela garganta ao ver Shinsou se levantando aos tropeços para começar a correr no apartamento.

A alma saiu do corpo. Incapaz de produzir qualquer som a não ser segui-lo enquanto tremia, o desespero lhe fez arregalar os olhos quando o arroxeado foi na direção da sacada da varanda e subiu nela.

— SHINSOU! — Gritou exasperado, as pernas continuavam se movendo na direção dele mas queriam ceder a qualquer momento. — Shinsou pelo amor da deusa sai daí!

Ele não o ouvia. Não ouvia nada apesar de estar curvando o corpo contra o vidro, os lábios entreabertos buscando pelo ar rapidamente mas os pulmões pareciam ser espremidos por toneladas de pedras. Denki fez um movimento rápido para tentar segurá-lo, mas Shinsou emitiu um grito alto e estridente que o fez parar rapidamente no lugar.

— Fica… Fica parado. — Tremulava ao exigir, quando na verdade um lado seu implorava por um abraço do loiro enquanto gritava a plenos pulmões. E o outro lado pedia para que simplesmente se jogasse e acabasse com aquilo.

— Por favor, sai daí… — Sussurrou sentindo a visão ficar turva e o corpo cambalear. Memórias de quanto subiu em uma sacada o fez querer se encolher e começar a chorar, mas precisava ficar forte para o arroxeado. — Shinsou, a gente vai resolver isso, ok?! Eu vou te ajudar!

— Por que… — Lágrimas grossas transbordaram nos olhos e um som de dor vibrou sua garganta. — Por que você nunca me deixa em paz…

Aquilo era desastroso, vê-lo daquele jeito estava atiçando o lado mais vulnerável do loiro e Denki temeu que até sua visão embaçado pelas possíveis lágrimas o atrapalhasse naquele momento. Sabia exatamente que ele estava se referindo ao ex, caso pudesse cometer assassinato somente com a citação de um nome, ele não hesitaria por esse desgraçado estar aterrorizando a vida de um garoto incrível como Shinsou.

— Gatinho, por tudo que é mais sagrado, olha pra mim. — Suplicou com as mãos tremendo ao se erguerem. O arroxeado manteve as lágrimas sendo derramadas, o aperto que fazia no vidro se tornava mais forte e Denki sentiu seriamente que poderia infartar com a possibilidade dele quebrar. — Por favor, você me fez prometer que eu não subiria em lugares altos pra me jogar, agora você também não pode fazer isso!

Um tremor preocupante assumiu o corpo de Shinsou, que ao ouvir as palavras suaves e gentis o fez perceber a situação onde estava metido. O olhar assustado caiu para Nova Iorque abaixo de si, percebendo que não evitaria se jogar e como Denki estava o afetado para afastar-se dali.

Não percebeu quando o loiro chegou silenciosamente e o abraçou por trás, levando assim consigo para o mais longe daquele vidro.

Denki o carregou no colo em um estado onde o arroxeado chorava em silêncio, a expressão arrasada enquanto o loiro andava de volta para o apartamento e colocava-o sentado no sofá.

Mas não durou muito tempo, pois quando Denki começou a querer acalmá-lo, Shinsou se levantou as pressas e saiu do apartamento correndo. Kaminari foi ao seu alcance, correndo o máximo que podia enquanto chamava pelo arroxeado com o peito doendo, Shinsou não lhe dava ouvidos e permaneceram naquela amargura até pararem na portaria.

Shinsou andou pelas ruas escuras aos tropeços, Denki queria chorar e gritar por ele, mas o corpo paralisou no lugar quando viu um policial a sua frente. O arroxeado passou por ele chorando, e Denki arregalou os olhos quando a situação aos olhos do policial soou extremamente errada.

Não poderia continuar. Nunca poderia. E agora o policial colocou suavemente a mão sobre sua arma na cintura enquanto andava calmamente na direção do loiro.

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