Capítulo 25

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Chegar em seu apartamento sozinho, no carro de Denki após o mesmo deixar Kirishima e Bakugou nas devidas casas foi estranho.

O silêncio permanecia instalado, não soube deduzir se era algo bom ou ruim. Foi despertado dos pensamentos sórdidos, com a coxa sendo apertada devagar. Shinsou olhou na direção de Denki, as bochechas coradas, visto que o loiro naquela posições, com a cabeça encostada no banco e apertando os dedos ao redor de sua cabeça já estava soando terrivelmente provocante.

— Tem ideia de quantas horas o voô vai demorar…? — Perguntou baixinho. Shinsou franziu o cenho, percebendo nuances de insegurança na voz do loiro.

— Umas doze horas. — Respondeu devagar. — Por que?

— Eu… — Afastou a mão, e a usou para esfregá-la sobre o rosto. O arroxeado já estava temendo aquele silêncio, por isso segurou com cuidado a mão de Denki, entrelaçando e lhe oferecendo um olhar gentil. Este suspirou, uma última vez, antes de tomar a devida coragem. — Tenho um certo medo de aviões, por causa do onze de setembro…

— Você viu acontecer na TV?

— Pior. — Murmurou. — Minha mãe tava em uma das Torres.

Os olhos de Shinsou ficaram arregalados, seus lábios se entreabriram, não conseguiam arranjar palavras que encaixassem naquela situação.

— Onde você estava quando aconteceu?

— Em casa. — Abaixou a cabeça. — Eu tinha só dois anos, meu pai ainda estava vivo, e ficou gritando quando viu na televisão. Lembro do pavor dele, por que minha mãe tava na primeira torre que foi atingida por aquele avião… No quarto andar.

— Ei… — Segurou o rosto de Denki gentilmente, sentiu uma dor interna contra o peito ao perceber o cantinho dos olhos dele querendo ficar mais do que somente levemente marejados. — Nada disso vai acontecer, ok? É passado, vamos estar seguros.

— Sim, eu sei…  Eu só…

— Tudo bem. — Assegurou, o polegar acariciando gentilmente a bochecha do loiro. Merda, queria tanto beijá-lo naquele momento, os raros momentos em que Denki parecia pequeno e frágil. — Vai ser uma viagem divertida, eu prometo.

Denki sorriu, assentindo antes de depositar um beijo casto sobre a mão do arroxeado. Shinsou suspirou, estava se sentindo sensível somente com aquele toque, e soou vergonhoso.

— Vamos pegar o avião no aeroporto as sete… — Sussurrou, Denki soltou sua mão delicadamente e assentiu devagar.

— Não esqueça de levar seus remédios.

— Ah, sobre isso… — Respirou fundo. — Tem como eu não tomar o remédio que dá sono no sábado a noite?

— O quetiapina? — Shinsou assentiu. — Olha, acho que seria melhor você tomar ao menos a metade…

— Que droga. — Resmungou, passando as mãos pelos cachos roxos. — Esse remédio serve pra ansiedade?

— Ansiedade, e serve para meio que… Subir os seus ânimos, ou aliviar os sintomas depressivos. — Explicou calmamente. — É melhor você ir agora gatinho, já que vai precisar acordar cedo amanhã.

— Está me expulsando? — Provocou, estreitando os olhos.

— De forma alguma. — Acariciou devagar as bochechas do arroxeado, e mais uma vez Shinsou sentiu-se derreter. Somente ele lhe proporcionava aquilo, e era sempre tão intenso que chegava a ser engraçado. — Eu realmente não me importaria de passar a noite toda com você todos os dias…

— Urgh, você é tão gay. — O empurrou de levinho pelo ombro. Denki sorriu, uma sobrancelha arqueada como se esperasse mais alguma coisa do arroxeado. — Eu… Eu também…

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