Capítulo 36

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Voltar para o lugar onde nasceu não proporcionou tanta felicidade quanto Denki achou que teria.

A causa de estar com a mente presa em Nova Iorque e nas inúmeras chamadas feitas para Shinsou o deixou inquieto. O arroxeado não atendeu como foi pedido. Ele temia que sua intuição estivesse certa em esperar o pior.

Chegou a quase recorrer ao tarot, mas não teria coragem de aceitar os resultados claros que surgiriam. Seu sangue chegou a esquentar quando ligou para Kirishima e Bakugou mas nenhum dos dois atendeu. Denki suspirou pela quinta vez, o aparelho em mãos indo parar no sofá enquanto a cabeça doía constantemente sem parar. Odiava aquela sensação de um lado de seu coração estar doendo, queria dizer o quanto aquilo era um exagero, contudo estava realmente quase sofrendo de um ataque cardíaco por causa de Shinsou.

Odiava se apaixonar e ter uma intuição forte o suficiente com a mesma pessoa na qual criou uma conexão.

Foi ouvindo passos se aproximando de si, mas como os olhos estavam fechados, apenas conseguira criar coragem para abri-los quando sentiu um toque gentil sobre seu ombro. Havia conseguido sentir cheiro de canela, ou qualquer aroma doce que lhe arrancou um pequeno sorriso, viu sua avó sentando ao seu lado.

— Oi Abuela.

— Que pasa? Pareces Triste. — Pergunta com a voz acolhedora enquanto o analisava cuidadosamente. — Estava chorando, hijo?

— Es falta de sueño. — Murmura esfregando os olhos devagar.

— Não parece ser só isso. — Franze o cenho, a mão carregada pela idade indo parar sobre a do neto. — Quer contar para a abuela o que aconteceu? Você fazia muito isso quando criança.

— Não sou mais criança… — Solta uma risada sem graça, contudo resista a vontade relaxada de desabafar perante aquela atmosfera que sua avó estava fazendo. Toda a família estava no quintal e seria difícil ouvirem boa parte da conversa, não seria totalmente um problema. — Bom… A senhora sabe que eu sou gay?

— Eu já sabia desde que você estava na barriga da sua mãe.

— Para. — Ri ainda mais, pelo visto havia herdado sua "intuição" de alguém. — É que, tem um garoto.

— Um garoto. — Estreitou os olhos e deixou as pernas cruzadas. — Mas só de você dizer isso te trouxe um certo brilho no olhar.

— Mesmo? — Sente o lábio inferior estremecer ao querer sorrir, contudo acabou permanecendo nas feições sérias. — Não sei abuela, acho que eu fiquei mais vivo desde que o conheci.

— Isso é incrível! — Esboça um largo sorriso nos lábios. — Vocês estão juntos?

A expressão do loiro pareceu desmoronar com aquela pergunta, tal tristeza foi capturada pela senhora de idade, que rapidamente puxou seu neto para que este deitasse a cabeça em seu colo. Denki fechou os olhos fortemente enquanto escondia o rosto na própria mão, lutando contra a vontade de chorar que viera junto a garganta embargada.

No podemos Abuela… — Sussurra com a voz trêmula deixando a garganta embargada. — Eu nem sequer posso beijá-lo em público!

— Mas por que? — Pergunta preocupada enquanto deslizava as mãos de forma acolhedora nos fios loiros do rapaz. — É por medo de serem repreendidos?

— Antes fosse isso, eu poderia bater em qualquer um que olhasse feio pra ele. — Lamenta esfregando os olhos com seu punho. — Estão mais para ameaças… Por isso não podemos ficar juntos.

— Pois vocês devem contatar a polícia!

— Ele não quer abuela, me pediu para não fazer isso. — Balança a cabeça para os lados, deixando a senhora ainda mais confusa. — E-eu encontrei uma forma dele parar de ser ameaçado, mas o que essa pessoa me pediu em troca não é algo que gostei…

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