Capítulo 15

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Por mais que a mensagem havia sido clara, a mente de Denki ainda não havia captado o que aquilo significava. Contudo, quando a ficha caiu, ele percebeu ainda estar próximo a jirou, e devido a sua confissão ridícula, ela com certeza receberia aquela mensagem.

O loiro saiu do lugar o mais rápido possível, e com pesar no coração, bloqueou o contato de Shinsou sentindo um aperto em seu peito, mas seria melhor daquele jeito. Não poderia usar aquele celular.

Teve que pegar seu salário do mês para comprar um jogo aparelho, ainda fora o mais vagabundo de todos, o que causou dores psicológicas ainda maiores já que não conseguiria comprar velas, incensos, e precisaria de alguma ajuda de Davi para pagar o aluguel. Sua vida estava desabando como um frágil castelo de cartas, e caso não se apresasse para endireitar tudo consigo mesmo, seria tarde demais.

As horas não pareciam passar nunca, e até chegar as sete da noite, Denki ficou com dificuldade perto de Dabi, pois o moreno brigava consigo por não estar conseguindo trabalhar direito no estúdio de tatuagem. O rapaz estava cansado demais para retrucar, cheio demais para socar a cara dele, por isso saiu do local as seis da tarde, e ficou andando sem rumo pelo bairro onde morava.

Ele mandou mensagem para Sero de seu novo celular, onde pediu que avisasse a Shinsou que ele iria encontrar com o arroxeado, porém não pode citar o por que de estar usando um celular novo. Sentiu receio de Jirou também estar o vigiando pelo aparelho ou em algum outra lugar, o medo fez com que aparecesse no Central Park com um moletom enorme com o capuz cobrindo todo o seu rosto. Completamente em preto, o coração acelerou ao ver Shinsou.

O rapaz estava de cabeça baixa sentado em um banco, suas roupas eram largas e cinzas, completamente o oposto das vestes justas que adorava usar. Seu olhar estava avermelhado, as bochechas úmidas mostrava que lágrimas haviam passado por ali recentemente, os dedos tremiam sobre o colo e a expressão era de puro pavor.

A falta de remédios já fazia diferença no arroxeado, e Denki só queria tomá-lo entre os braços para retirar toda aquela dor. Merda, sabia que o momento era ruim, mas queria beijá-lo no rosto e socar a cara do ex dele inteira.

— Shinsou… — Chamá-lo mesmo que cuidadosamente fizera o rapaz pular no banco assustado, o mesmo arregalou os olhos ao mirá-los na direção de Denki e automaticamente a tristeza se apossou do loiro. — Ei, sou eu.

Não pareceu acalmá-lo, pois logo o arroxeado colocou as pernas sobre o banco e as abraçou fortemente como se aquilo fosse o proteger. Denki respirou fundo e aproximou do arroxeado, sentando assim numa distância considerada confortável, ficou o tempo todo buscando energias positivas para Shinsou, agarrando muitas meditações em se comunicar com a deusa, agora estaria bem pra ele.

— O que aconteceu, gatinho? — Sussurrou cuidadoso, e ouvir aquilo deixou Shinsou tenso o bastante para olhar ao redor, com mais medo de alguém ter visto os dois naquela intimidade. — Eu posso te ajudar e-

— Vou voltar com o Ojiro.

Foi talvez um dos piores baques que Denki já sentiu. Acabou esquecendo de se respirar, não soube como fazê-lo, até sentir a dor do de seu peito ardendo, e ele acabar entrando num estado de desespero enquanto buscava por oxigênio. Shinsou estava quieto, não o olhava, e estava claro o quanto ele não queria aquilo.

— Ele está te ameaçando?

— Sim. — Respondeu com os lábios tremendo pela vontade de chorar, mas soube segurar um possível desastre respirando fundo. — Disse que iria enviar os vídeos pros meus pais e pra minha faculdade se eu não voltasse com ele.

Só de ouvir a palavra "vídeo" no plural, Denki quis vomitar pois haviam mais deles onde claramente Shinsou não estava sentindo-se confortável neles.

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