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Yan entra e se senta ao meu lado, tento ignorar ele, mas as batidas do meu coração mostra o contrário, ainda mais que eu estou ligada à um estetoscópio. Ele da um leve sorriso percebendo como eu fico nervosa perto dele. Ele está muito diferente, não está tão arrumado como eu costumava ver ele. Ele não tira os olhos de mim, mas eu tento continuar ignorando ele.

- Eu senti tanto medo de perder você - ele diz pegando na minha mão - quando eu soube do bebê... Do nosso bebê, meu medo triplicou.

- O meu filho está bem - digo ríspida.

- Não fale assim - ele pede - olhe para mim, por favor! - ele diz tocando em meu rosto, olho em seus olhos e percebo que os mesmos estão marejados. - posso? - ele pergunta apontando para a minha barriga. Balanço a cabeça em afirmativa.

Ele coloca as mãos dele com delicadeza sobre minha barriga, ainda não notável já que está no início da gravidez.

- Tão pequeninho... Mas tão forte, tão amado - lágrimas escorrer pelo seu rosto fazendo com que eu chore também - eu já te amo tanto pequeninho.

- Você fala como se fosse menino - eu falo fazendo ele olhar para mim.

- E não é?

- Eu ainda não sei. Não cheguei a fazer o exame de gênero.

- Uhm - ele suspira - independente de ser menina ou menino eu vou amar do mesmo jeito. - ele diz depositando um beijo em minha barriga.

- Eu também - falo. Ele volta para sua cadeira e depois de um tempo ele diz.

- Por que não me contou?

- Eu achei que você não fosse se importar, já tinha um filho com a mulher que amava. Além disso, você me magoou muito, precisava que você também se sentisse mal.

- Eu jamais iria ignorar outro filho, Beth. Eu sei que o que eu fiz com você não tem perdão, mas eu estava confuso, pensei que realmente amava Cloe e que meu sonho de formar uma família com ela finalmente poderia se tornar realidade. Mas só agora eu percebo, a única mulher que eu amo é você. - ele fala olhando em meus olhos.

- Por que só agora? - pergunto

- Depois que a Cloe voltou ela não era mas a mesma, só pensava no dinheiro, eu não sentia mais o que eu sentia por ela no passado.

- Ah, então você precisou que isso acontecesse para perceber que me amava?

- Não... Quer dizer sim, mas não da maneira que você está pensando. - ele segura minhas duas mãos - Beth, eu sei que você também me ama, só me da mais uma chance, eu prometo que não vou te decepcionar.

- Não, não vou te dar mais uma chance, não tão rápido. Eu não posso chegar e dizer que te perdoei Yan, não posso fingir que nada disso aconteceu. Você errou muito comigo e eu não vou esquecer tão rápido.

- Eu entendo o seu lado, e no seu lugar faria o mesmo. Eu só te peso que independente da sua escolha, sempre lembre que eu te amo e que você pode contar comigo pra tudo. Eu errei feio e sei disso, mas por favor, pensa eu tudo que nós passamos. E agora você carrega um bebê que também é meu, que só mostra que nosso amor não foi em vão - ele diz se levantando - só pensa no assunto, tá bom? Eu te amo e sempre vou amar. - ele sela nossos lábios e sai.

O que é que eu faço? Eu devo perdoá-lo? Por que o amor é tão complicado? Penso comigo mesma. Mas penso, quando amamos alguém não podemos permitir que essa pessoa nos levem até a ponta de um precipício. Tentamos ajudar, tentamos salvar, mas quando esse amor não tem jeito, não existe nada mais que possa salva-lo. Quando amamos alguém não queremos levar essa pessoa para a lama, e é exatamente isso que Yan quer fazer comigo. Se ele realmente me ama, ele vai ter que provar e demostrar, não com palavras, mas sim com atitudes.

Me Apaixonei Pela Pessoa Errada (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora