Morro do alemão

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Maria Júlia

- Eu nem acredito que seu pai encrespou tão pouco assim - Mariana falou bebendo um gole de seu copo em seguida

- Nem me fale, to boba até agora - falei olhando pra ela

- Maria Helena e Ihan fizeram um bom trabalho traumatizando o seu pai o suficiente - Maria Vitoria falou e eu ri me divertindo

Isso era verdade, não havia nada que eu pudesse fazer que assustasse meus pais, meus irmãos com certeza já teriam feito muito pior.

Observei o movimento na praça e vi Vicente se aproximando com um garoto que não conhecia. Era engraçado como apenas sua presença me deixava extremamente ansiosa.

Sorri o observando e ele fez o mesmo

- Oi - se aproximou

- Oi - falei olhando em seus olhos

- Ta bem movimentado aqui - ele falou observando as pessoas

- Sim, dia de paredão tem muita gente que sobe - falei - Você se lembra das meninas certo? - falei e ela sorriam educadas para ele

- Sim - confirmou retribuindo o sorriso - Esse é Eduardo, um amigo - falou e o garoto se aproximou

- É um prazer - falei estendendo a mão

- Prazer só na cama gatinha - falou me olhando

Vicente revirou os olhos

- Ta muito engraçadinho pro meu gosto - ele resmungou e Eduardo sorriu divertido pra eles

- Eu não tenho custume de vir até o alemão, alguém pode me mostrar onde compro uma bebida? - ele perguntou olhando para as meninas

Elas se olharam

- Maria Vitória te leva, eu vou ali acho que ouvi alguém me chamando - Mariana falou dando um empurrão na morena que quase cai

- Certo, vamos lá - Maria Vitoria falou e os dois saíram para um lado conversando alguma coisa

- Eu tenho que ir - Mariana falou dando um tchauzinho e saiu na direção oposta

- Bom, parece que somos só nós dois - falou me olhando - Você ta linda - falou me analisando e eu sorri sem jeito

- Obrigada, você não está de se jogar fora - comentei e ele riu se divertindo

- Me surpreende seu pai concordar com isso - falou se aproximando de mim

- Não se engane, ele está de olho em você - comentei e ele sorriu segurando minha cintura

- Tomara que ele não me veja fazendo isso, quero permanecer vivo - falou beijando minha boca enquanto uma de suas mãos tocava a minha nunca

Seu beijo era extremante gostoso e o sabor de menta dominava se misturando com o whisky que eu estava bebendo. Relaxei sentindo uma de suas mãos segurar firme na minha cintura e sorri me separando pela falta de ar

- Você ainda vai me matar - ele comentou baixo e eu ri me divertindo

Ouvi os fogos e me assustei me segurando firme nele, ele observou o céu e eu já vi a muvuca das pessoas que começaram a correr para se esconder

- Vem, vamos sair daqui - Vicente falou me puxando com uma das mãos e tirando a arma da cintura

- Preciso achar meus irmãos - respondi olhando pra ele enquanto nos movimentávamos perto das pessoas

Ouvi os disparos

- Segurança primeiro, vamos tentar avisar pra eles onde estamos - falou e eu concordei

Corremos por entre algumas vielas e me deparei com minha irmã, Rafaela e Gabriela

- Onde estão as meninas? - Rafaela perguntou assustada

- Eu não sei, elas estavam com a gente mas antes dos tiros começarem - respondi

- Vai atrás delas, a gente se vira aqui - Vanessa falou com Vicente

- Tem certeza? - ele perguntou encarando ela

A mesma concordou

- Algum dia teremos algum encontro normal? - perguntei encarando ele que sorriu e se afastou

- Ainda tem aquele cofre escondido? - Vanessa perguntou andando em nossa frente com a arma na mão

- Sim, duas ruas pra baixo - Minha irmã respondeu

- Vai servir - falou e nos seguimos ela