Capítulo 26

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Vou me aproximando da mesa do refeitório, aonde Kai estava sentado e aparentava estar muito frustrado, acho que ele deve se preocupar com sua prima ou talvez foi porque defendeu Celeste sem saber quem estava certa naquele local? Ele é um garoto que sempre ficou ao lado de quem gosta, a sua prima é nova na cidade, nova na escola e provavelmente nova na sua vida também.

Não o crítico por ter apoiado Celeste, eles se conhecem a bastante tempo, muito tempo mesmo! Mas a minha amiga, sempre arruma briga por tudo e logo depois sobra para mim amenizar aquele clima que fica no ar. Tudo isso por conta de uma roupa suja!

Eu nem sei como ele deve estar se sentindo agora, passando sua mão em sua testa, colocando poucos fios para trás e uma respiração forte, acho que estava tentando não chorar? Mas por que?

Garota: Oi Kai! – Chego atrás dele, dando um sorriso preocupado, a sua comida na bandeja estava intacta.

Kai: Oi...- ele fala um pouco baixo, levantando levemente seus ombros por conta da sua respiração, o mesmo não olhava para mim, acho que estava pensativo demais...Kai não era assim, quer dizer, ficava assim quando estava acontecendo algo em casa ou algo do tipo. Eu e minhas amigas já o vimos assim, respostas curtas e diretas, aconteceu no dia que seu pai morreu. Ele estava tão abalado que percebíamos que nem com seu irmão mais novo, Luis , falava direito...aquela semana, foi a pior semana para ele!

Garota: E então...você está bem? - Falo na esperança dele ser sincero comigo, claro que não tínhamos tanta intimidade, que apenas nos conhecíamos pela Celeste, que nós nos falávamos bem pouco..., mas eu estava preocupada, não gosto de as pessoas neste estado, ninguém merece ficar neste estado.

Kai: Estou! – Vou juntando minhas mãos, sabia que ele estava mentindo, falava isso quando queria dispensar alguém, não queria conversar, ficar no seu mundo! Era isso que ele queria, bom...eu acho que é isso! Vou me sentando ao seu lado, ele nem se move, fica apenas mexendo em seu colar de chave.

Garota: Não vai comer? – Eu insisti, ele era um garoto bom, precisa conversar sim. Desabafar é a melhor coisa dessa vida.

Kai: Não. – Eu apenas o encaro preocupada

*Cena off*

*Contos de fadas on *

Sabe quem o Kai me lembra dos contos de fadas? O grilo falante de Pinóquio, eu acho que as vezes ele sempre tenta fazer o seu melhor, sempre tenta consolar tudo o que pode, compartilhar de seu conhecimento, mas nunca é escutado. Ele sempre está ali ao lado de Pinóquio, no certo ou no errado, ele tenta guia-lo para o lado certo...mas Pinóquio, com influência e sua curiosidade de descobrir o desconhecido foi para o lado que poderia ter sido seu fim.

Acho contos de fadas interessantes, não são iguais a fábulas, mas se você ler muito bem cada detalhe, pode aprender algo com eles.

O mais incrível de tudo, era que esses contos de fadas, antigamente eram conhecidos como contos de terror. Eram colocados como algo para assombrar as crianças, para meter medo sem excesso.

Eu iria comparar esses contos com o filme “Coraline”, afinal esse filme foi criado para assustar, mas traumatizou tantas crianças de uma maneira que não conseguimos explicar. Eu sou uma dessas crianças, por isso odeio terror, sou mais do romance, comédia, até gosto de ação. Mas terror...ODEIO!

Quando eu era pequena, ficava muitas noites sem dormir, muitas vezes por medo de trovões ou...por medo das próprias pessoas em minha volta. Quando você não se sente segura em um local, você não consegue relaxar direito, seus ombros ficam tensos e você não quer nem piscar por medo de acontecer algum mal com você.

Muitas vezes eu me escondia embaixo da cama de um garoto, não me recordo muito bem o nome dele ou o rosto dele...mas apenas me lembro que me sentia segura, ele nem sabia que eu dormia de baixo de sua cama. Mas fazia isso para poder dormir sossegada, não tinha medo de bicho papão e esse tipo de coisa, acho que naquela época o meu “monstro da meia noite” era outra coisa...um ser humano sem alma, sem coração, sem piedade.

Não posso nem o compara-lo com vilões dos contos de fadas, porque todos aqueles vilões são extremamente melhores do que esse homem no qual conheci e tirou minha inocência ainda tão jovem.

*Contos de fada off*

*Cena on*

Garota: Ei, o que aconteceu? – Sabia que se eu não insistisse, ele não iria me contar, sabia que era capaz dele nunca mais falar comigo, mesmo nós nunca ter trocado nem se quer direito uma palavra, ele era capaz disso.

Kai: O que você quer Vivi? – Ele levanta seu olhar para mim, STONKS! Eu acho...

Vivi: Você está estranho Kai, porque não dá um sorriso?

Kai: Não quero, desculpa.

Vivi: Não quer nem me falar o que aconteceu? – Ele volta a abaixar sua cabeça, ficando em silêncio – Silêncio, no silêncio pode se obter muitas respostas sabia? E com esse silêncio dá para perceber que aconteceu alguma coisa, deixa eu tentar adivinhar o que aconteceu com você...- começo a pensar- Alguém roubou seu bolinho de sobremesa, não foi?

Kai: Que? – Ele me encara confuso, algumas vezes eu gostava de falar coisas aleatórias para apenas...tentar tirar um sorriso da pessoa.

Vivi: Ué, já aconteceu comigo! Fiquei com essa mesma cara! – Kai dá um sorriso

Kai: Não Vivi, não foi isso.

Vivi: Foi o que então? – Apoio meus cotovelos na mesa

Kai: S/n, ela não quis me escutar, acho que vacilei com ela, na verdade eu acho que sempre vacilo...eu ia pedir perdão a ela, iria contar muitas coisas a ela! Porém ela não deseja me ouvir agora.

Vivi: Garotas precisam de um tempo Kai. Não fique assim, tenho certeza que ela vai te ouvir quando estiver na hora exata.

Kai: Mas se nunca for a hora exata? Se sempre o tempo passa, cada minuto, segundo...eu não deveria me desculpar o mais cedo que eu posso?

Vivi: Algumas vezes a vida nos prega umas peças, você tem razão, temos que nos desculpar o mais rápido que podemos, mas as pessoas elas sempre desejam tempo a perdoar ou se acalmar! Então vá no tempo dela grandalhão, afinal ela é sua prima não?

Kai: Pode ser minha prima, mas é totalmente diferente de mim.

Vivi: Família Kai, tem que ser unida para dá certo.

Kai: Tem razão- ele suspira- vou esperar no tempo dela, mas eu também preciso de um tempo para repensar em meus atos.

Vivi: Tudo bem...- me levanto

Kai: Ei Vivi! – Olho para ele, esperando o mesmo dizer algo para mim- Obrigado. – Ele dá um sorriso simpático.

Vivi: Vai que é tua Kai! – Dou um sorriso e logo me viro, vou andando em direção para fora do refeitório e me deparo com Jimin, ele estava a entrar no local, com suas mãos em seus bolsos o mesmo levanta seu olhar para mim, nossos olhares se cruzam, o tempo passou em câmera lenta para mim, apenas ficamos nos encarando por alguns segundos enquanto andávamos.

ATRAVÉS DE POESIAS - Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora