POV Gabriel
Antes que minha prima pudesse dizer alguma coisa, meu tio a agarrou pelo pulso e a puxou para mais perto de si, em seguida deixou cair dois tapas fortes sobre o traseiro da filha, que se encolheu e começou a chorar
Observei a cena em silêncio, tentando digerir tudo o que acabara de acontecer. Senti minhas bochechas corarem vagarosamente. No momento, eu estava com uma sensação muito estranha... Charlote parecia estar implorando por algo a mais, mas eu não poderia entregar a ela o que a mesma desejava, já que pra mim, ela não passava de uma criança.
- Gabriel! Estou falando com você! – Voltei dos meus devaneios e olhei para o meu tio, que agora estava de frente pra mim com os braços cruzados. Respirei fundo e passei a mão pela boca, em seguida dei alguns passos para trás, por precaução.
- Desculpe, tio Carl... estou tão surpreso quanto o senhor – Falei, soltando o ar dos meus pulmões. – Acredite, eu não retribuí isso... e nem queria. Charlote confundiu as coisas porque é uma criança que mal sabe o que quer...
- É isso que sou pra você? Uma criança? – Minha prima me olhou indignada.
- Charlote, quieta! – Meu tio logo a cortou. A mesma balançou a cabeça em negação e cruzou os braços.
- Sinto muito por não atingir as tuas expectativas. Mas meu amor por você é fraternal, não passa disso. Primeiro, sabes dos meus princípios, eu jamais me envolveria com você. Segundo, eu já tenho compromisso com outra pessoa e você deveria ter um pouco de respeito e noção! – Continuei, tentando ser o mais claro e calmo possível. O choro de Charlote se intensificou.
- Não acredito que prefere aquela ruiva babaca! – Ela gritou a todos os pulmões. Rapidamente, toda a minha compreensão foi por água abaixo, assim que ela proferiu aquelas palavras contra Molly.
- Não fale assim, Molly tem nome! E eu sempre a "preferi", já que a mesma é minha única opção... desculpe, mas você se equivocou demais, prima. Não queira mais do que você pode ter.
- VOCÊ É UM IDIOTA! VAIS SE ARREPENDER POR ISSO! – Charlote apontou o dedo pra mim e seu pai a pegou pelo braço novamente e a puxou para fora do quarto, me olhando como se pedisse desculpas pela filha desordenada. Apertei os olhos e me joguei na cama, sentindo meu corpo inteiro doer. Fiquei uns quinze minutos olhando para o teto, processando tudo.
Assim que peguei meu telefone para enviar uma mensagem à Molly, ouvi o som dos tapas vindo de algum dos quartos e logo soube que meu tio já estava resolvendo com minha prima. Fiquei um pouco tenso, já que eu estava esperando meu avô vir conversar comigo... e eu não tinha certeza se meu pai conseguiu convencê-lo de não fazer nada... sim, eu estava com medo...
- Papai? – Chamei e esperei alguns segundos, até que John apareceu no quarto. – Acha que o vovô pode esperar e conversar comigo só amanhã?
- Sim, claro que pode filho... mas por quê?
- Ahn... Molly quer que eu passe a noite com ela hoje... ela acabou de se mudar para um apartamento novo e maior, está com medo de ficar só...
Papai me olhou por alguns segundos, em seguida sorriu de forma boba.
- Ok... eu aviso seu avô. – John beijou o topo da minha cabeça – Boa sorte lá com Molly.
Balancei a cabeça e sorri pra ele antes do mesmo sumir pelos corredores.
Coloquei uma calça jeans, camisa preta e um all-star da mesma cor.
Na verdade, seria muito bom eu passar um tempo com Molly. Sua presença sempre me ajudava muito, principalmente quando eu estava confuso e cheio de problemas. Ela era uma das pessoas que compreendia minha forma de ser... e foi por isso que me apaixonei pela mesma.
Peguei a chave do meu carro e saí rapidamente. Cheguei em menos de alguns minutos no novo lar de Molly. A mesma já estava à porta me esperando.
POV Molly
Abracei Gabe e lhe dei um rápido selinho assim que vi o mesmo.
- Que bom que chegou... como você está? – Perguntei, o puxando para dentro do apartamento.
- Bem, na medida do possível, e você?
- Com medo... nunca morei em um local tão grande sozinha, mas meu pai disse que eu precisava ser um pouco dona de mim... olha, minha mãe exagerou na decoração, ela é designer. – Apontei para alguns quadros pendurados na parede. Gabriel sorriu observando.
- São bonitos...
- Não são, Gabe – Fiz careta o olhando. – Me dão náuseas... mas são do meu bisa, então não posso me desfazer deles.
Gabriel balançou a cabeça rindo baixo e continuou observando os quadros com curiosidade. O observei, admirando cada parte de seu rosto. Ele era lindo... parecia uma figura realmente angelical.
Seus cabelos estavam um pouco mais curtos do que a última vez que o vi, e também um pouco mais encaracolados, o deixando com um ar fofo. Suspirei me sentindo sortuda de tê-lo como meu par... ele mesmo já admitira que muitas garotas pegavam no seu pé, mas eu fui a escolhida. Sorrio de forma boba.
- Está apaixonada, é? – Ele perguntou, com todo o seu charme. Me aproximei dele e passei meus braços em volta de seu pescoço.
- Estou admirando tua beleza... isso significa estar apaixonada?
- Talvez... – Gabe deu um meio sorriso e eu o beijei novamente.
- Vou preparar algum petisco pra gente comer enquanto assiste algum filme – Avisei, me desgrudando dele e indo para a cozinha.
Em menos de alguns minutos, preparei pipoca com bacon e escolhi um filme de comédia. Coloquei algumas almofadas a mais no sofá e puxei a mesinha de centro para mais perto, pra não precisar ficar segurando o pote de pipocas.
- Você me disse que teve um problema a mais hoje... o que aconteceu? – Perguntei, quando já estávamos na metade do filme. Eu estava deitada no sofá com as pernas no colo de Gabe, que estava concentrado na tela da TV. – Gabe?
- Ahn... bem, minha prima acabou se equivocando e cometeu um grande erro – Ele olhou pra mim e falou devagar. Esperei ele continuar. – A Charlote é complicada, sabe? E... ela deixou seus sentimentos por mim ficarem muito intensos e acabou me beijando hoje.
Me levantei do sofá e o olhei cerrando os olhos.
- Não precisa me olhar assim... eu não fiz nada a não ser ficar extremamente surpreso... e eu também não imaginava que minha prima estava tão carente, mas procurei ser o mais sincero possível com ela. Acho que ela entendeu... – Ele se levantou também e segurou minhas mãos.
O olhei por alguns segundos e ri de sua cara de culpado e arrependido.
- Eu acredito em você... – Falei, acariciando seu rosto.
Gabriel me segurou pela cintura e me beijou com intensidade. Abracei seu pescoço e retribui o gesto animada. Naquele momento começamos a ignorar o filme.
Gabe escorregou sua mão por baixo da minha camisa, mas parou no meio do caminho, se afastou um pouco e me olhou, procurando algum tipo de aprovação. Apenas assenti e deixei ele tirar minha camisa, em seguida fiz o mesmo com ele.
Passei a mão vagarosamente por seu peitoral bem definido e voltei a lhe beijar. Nossos lábios estavam em uma conexão perfeita, assim como nossos corpos. Me deitei vagarosamente no sofá e Gabe se deitou por cima de mim e começou a beijar meu pescoço... sorri...
Foi uma das melhores noites da minha vida.
-------------------------------------
N/A: É isso pessoal, o neném não é neném KKKKKKKK, espero que tenham gostado :)
Genteee, eu me diverti demais com os comentários de vocês no cap anterior kkkkk, eu iria postar esse capítulo só amanhã no final do dia, mas resolvi fazer um agrado :) e é claro, dar uma noite de paz para Gabriel KKKKKK
Não se esqueçam de deixar seu voto e comentar muito, isso me deixa muito feliz! Aceito críticas construtivas. Abraços e até o próximo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
A grande família
General FictionNão é segredo que esse negócio de "vida" não é fácil, ainda mais quando se trata de "família". John, Steven e Carl são três irmãos que guardam muitas mágoas do passado, mas tentam da melhor maneira possível cuidar da família e criar os filhos, e tal...