Cap 40 - Adultos também cometem erros

701 28 108
                                    

N/A: Eu disse que só postaria semana que vem, mas já é semana que vem galera kkkkkk, enfim, espero que curtam o capítulo! Escrevi agora pra me acalmar, estou nervosa pq não tô sentindo cheiro de nada (passei mal segunda, fui fazer teste e não quiseram me atender), enfim, tenho certeza que era (ou é, ainda) Covid, e infelizmente tive sequelas dessa vez... se cuidem pessoal!

Aproveitem o cap de hoje :)

POV James

Quando Steven entrou no quarto do filho, eu já estava lá, observando meu neto dormir placidamente. Derek respirava lentamente e de forma ritmada, com intervalos iguais entre cada puxada de ar. Antes do garoto pegar no sono, verifiquei se Steven não havia, realmente, lhe machucado. Para a sua sorte, não. Os vergões no traseiro do meu neto sumiriam em questões de dois dias.

De cara percebi que Steven usou a vara como "instrumento" de disciplina, eu conheceria os vergões meio esverdeados de longe. Olhei para o meu filho do meio de forma irritada, ele sabia que eu jamais permitiria que ele usasse isso em alguns de seus filhos... caso eu estivesse em casa na hora, teria intervido. Mas eu estava na farmácia, buscando alguns remédios para Davi

Olívia sabia, não queria me contar, mas acabou soltando sem querer. Minha vontade era de jogar Steven pela janela.

- O que diabos você tem na cabeça?! – Perguntei, me levantando. Steven encostou a porta e me olhou cansado.

- Ah... Olívia... – Resmungou ele, passando a mão pelo rosto. – Papai, eu só quero acabar com isso logo, ok? Deixa-me conversar com meu filho.

- Por que é que você usou a vara? – Perguntei. Meu filho do meio me olhou por alguns segundos e suspirou.

- Eu terei que ouvir mais um sermão, é sério?! Vão ficar se metendo na forma como educo meu filho?

- Educar é uma coisa! Perder a razão no meio de um castigo é outra, são duas coisas totalmente diferente! Não há justificativa para o que você fez, errou tanto quanto o seu filho. Ele é uma criança, Steven! Uma criança que estava com medo de errar, com medo de perder... Derek estava com medo da sua reação caso ele reprovasse...

- Está dizendo que eles tiveram razão pra invadir o sistema da escola?! Ah, James, faça-me o favor! O que o senhor acha que eu iria fazer se Derek reprovasse? Surrar ele até o mesmo perder a consciência?? Você sabe melhor que ninguém que eu não faria nada. Já reprovei duas vezes, porque julgaria meu filho por cometer o mesmo?

Respirei fundo o olhando, sabendo que o mesmo tinha razão e estava falando a verdade. Na real, eu nunca tinha ouvido nem Steven nem Carl ameaçar os filhos com surra ou algo do tipo caso tivessem dificuldades na escola... Já vi John brigando algumas vezes com Ivy e Gabriel, mas também nada de tão grave. Intelecto não é algo que se discute, pois cada um tem a sua própria capacidade mental.

- Bem, não importa. A questão aqui é o seu exagero. Não precisava tê-lo castigado de tal forma, tá querendo perder teu filho e tua família? Já imaginou se os vizinhos o vissem fazendo o que fez? Tem ideia do problema que iria arrumar pra tua vida? Aliás, tem ideia do que podes ter causado em seu filho?

Steven passou a mão pelo rosto mais uma vez e revirou os olhos. Cerrei os meus e cruzei os braços.

- Já acabou, sr. Perfeitinho? – Ele perguntou como quem não quer nada.

A raiva transpassou por todo o meu corpo e eu não me segurei. Se há uma coisa que me deixa "P da vida" é falta de respeito ou deboche com a minha cara. Em um rápido movimento, lancei um tapa forte no rosto de Steven. O som ressoou por todo o quarto e meu neto se remexeu na cama, estava prestes a acordar.

Meu filho colocou uma de suas mãos onde lhe dei o tapa e me olhou de forma surpresa. Ele com certeza não estava esperando por isso.

- Me respeita, eu ainda sou teu pai!

Steven abriu a boca pra falar alguma coisa, mas desistiu no meio do caminho. Ele apenas se virou para a porta se jogou a cabeça pra trás, em seguida voltou a me olhar, dessa vez com os olhos cheios de lágrimas.

- Me desculpe, James... eu reconheço que perdi a cabeça, e que exagerei... mas eu não sou um pai ruim, o senhor sabe disso... eu amo meus filhos mais que tudo nessa vida, jamais me perdoaria se eu tivesse machucado Derek... o senhor me conhece...

Suspirei e balancei a cabeça.

- Sim, eu te conheço... e sei que você perde a cabeça muito facilmente, mas isso precisa mudar, querido. Você não pode esquecer que sua família não é os marginais com quem você lida todos os dias... bem, vou deixar você falar com Derek... eu te amo, Steven, e só quero o seu bem e o bem dos meus netos. – Falei e sai do quarto, deixando os dois a sós.

POV Derek

Eu ainda estava meio dormindo, mas consegui ouvir boa parte da discussão do meu avô com meu pai, inclusive, eu sabia que alguém havia recebido um tapa, meu pai provavelmente, mas eu não iria perguntar nada, já que nem era da minha conta.

Abri os olhos vagarosamente e logo fiz careta, me sentindo ainda dolorido, mas a dor mais intensa já havia passado. Passei a mão nos olhos e me sobressaltei levemente ao ver papai sentado na cadeira da mesinha do computador, me observando em silêncio.

Não esperei que ele dissesse alguma coisa, apenas me levantei e pulei em seus braços. Ele retribuiu com carinho, me puxando para o seu colo. Enterrei a minha cabeça em seu peito e ouvi seus soluços baixinhos. Ele estava chorando?

Papai acariciou minha cabeça e depois ficou fazendo movimentos verticais em minhas costas. Aquilo me reconfortou, ao menos ele não estava com raiva de mim, nem mesmo me odiando. Respirei fundo para sentir seu cheiro, mas espirrei quando o cheiro de perfume invadiu minhas narinas.

Ficamos abraçados por quase cinco minutos, mas em silêncio.

- Me desculpe, filho... eu acabei perdendo a razão e deixei a raiva falar mais alto. – Disse Steven, por fim. Eu podia sentir o arrependimento pairando no ar. Me afastei um pouco para olhar dentro de seus olhos.

- Eu mereci, pai... por tudo que te fiz passar, imagino o quanto foi difícil passar sete dias num quartinho pequeno... e ainda comer marmita fria... fora o preço do prejuízo...

- Você merecia apanhar sim, mas não tanto... a culpa não é só sua, você é uma criança apenas, eu é que deveria te mostrar que podes confiar em mim...

- Mas eu confio, papai... o senhor é meu melhor amigo...

Papai me olhou por alguns longos segundos, balançou a cabeça e voltou a me abraçar. Me remexi em seu colo, sentindo meu traseiro doer. Papai deve ter percebido, pois se levantou comigo e me deitou na cama, em seguida se deitou ao meu lado.

- Me perdoa... prometo que vou tentar ser mais compreensivo, como seus tios, suas tias e seus avós...

- Tá bem... me desculpe por toda a confusão também, papai... eu e Anthony nem se quer pensamos nas consequências desse ato tão impensado...

- Já estás perdoado meu amor... eu te amo mais que tudo nessa vida filho.

- Também te amo, papai... ahn... estou de castigo?

- Que tal um ano inteiro sem mesada?

- Ah, não, papaaaaai... – Reclamei com um bico. Papai sorriu e me deixou mais aliviado

- Não estás de castigo... já recebeu o suficiente.

Steven beijou minha cabeça e puxou o lenços para cobrir nós dois. Me virei de costas e encostei meu corpo nele, depois senti ele me envolvendo com seus braços enormes... só esses abraços fizeram grande parte da dor da surra se esvair com um passe de mágica.

- Adultos também cometem erros, papai... – Resmunguei, antes de cair no sono novamente.

A grande famíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora