Cap 47 - O que faço com você?

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POV Carl

- Mamãe quer que a acompanhamos no culto, portanto, irei conversar com Charlote mais tarde – Falei, enquanto me despia vagarosamente para entrar no banheiro e tomar um banho. Hilary suspirou e passou a mão pelos cabelos, de forma estressada. Sorri a observando, minha mulher era linda de todas as formas e em todos os momentos.

- Eu realmente estou preocupada, Carl... ela passou de todo e qualquer limite inventando algo tão grave. Imagine se todas as vezes que ela se chatear amorosamente, resolver se vingar de quem quer que seja... por que tá sorrindo?!

- Estou só te admirando... Meu amor, não se preocupe com isso. Pode ter certeza de que Charlote não vai mentir por um bom tempo.

- Carl, acha mesmo que só uma surra vai resolver? Talvez precisamos procurar um psicólogo. Há tempos ela está usando de mentira para conseguir o que quer, lembra nas férias do meio do ano? Você a castigou, mas ela tornou a fazer a mesma coisa.

- Psicólogo? – Ergui uma de minhas sobrancelhas – Esse aqui será o terapeuta dela. – Ergui o cinto na altura dos meus olhos e minha esposa fez uma careta, mas não disse nada. Suspirei e entrei no banheiro.

Levei mais ou menos vinte e cinco minutos para tomar um banho e vestir uma roupa casual, mais precisamente, um terno preto bem simples e sapatos sociais de bico fino da mesma cor.

Desço para a sala onde quase todos estavam prontos, apenas esperando o restante do pessoal. Quase ri vendo meus filhos e sobrinhos sentados comportadamente no sofá, as meninas com um coque no cabelo e os meninos com o cabelo penteado para o lado, ao menos, quase todos eles. Quem nos visse nesse momento, jamais imaginaria a loucura que é conviver com tanta gente assim. Cada minuto, surgia uma confusão diferente.

- Papai tá com o terno igual o meu! – Disse Benjamin, pulando até mim animadamente. O peguei no colo e beijei seu rosto.

- Você viu, filhote? Quase gêmeos – Brinquei, fazendo meu pequeno rir de forma divertida. – Anthony, acha que está indo passear em um restaurante? – Questionei, vendo que meu filho estava com uma calça jeans rasgada em alguns pontos e uma camisa preta com desenho de caveira.

- Vocês já estão me obrigando a ir para a porcaria da igreja, não vão me obrigar a vestir um terno. – Respondeu, cruzando os braços. Cerrei os olhos.

- Não precisa vestir um terno, vá apenas com uma camisa sem nenhum desenho e uma calça jeans normal. E sugiro que faça isso logo, antes que eu precise te incentivar com um chinelo.

Meu filho me olhou por alguns segundos, quando dei um passo em sua direção, ele rapidamente se prontificou em subir as escadas e me obedecer. Balancei a cabeça e fui na cozinha pegar uma xícara de café, ainda com Ben no colo. Deixo o mesmo em um banquinho e espero Cora nos servir. Sorrio em forma de agradecimento, deixando a jovem moça corada.

Enquanto eu bebericava a bebida escura e bem saborosa, Charlote apareceu na cozinha, com um vestido azul bebê rodado e acinturado. Minha filha me encarou por breves segundos, depois desistiu de pegar o pão de queijo, saindo rapidamente da cozinha.

- Vamos, pessoal. Se chegarmos atrasados, teremos que sentar lá atrás – Ouvi a voz da minha mãe e engoli quase todo o café de uma vez. Olívia ficava bem irritada com atrasos. Peguei novamente meu filho no colo e caminhei para o meu carro, seguido dos meus filhos e da minha esposa.

Nos dividimos no carro e em alguns minutos estávamos na frente do enorme templo, que já estava abarrotado de carros e pessoas. Assim que toda a minha família desceu dos carros, os olhares voltaram-se para nós. Na maioria dos locais públicos em que íamos todos juntos, virávamos o centro de atenção, não sei se pela quantidade de pessoas ou pela beleza.

A grande famíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora