Cap 34 - Imerso em encrenca

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POV Stephane

Deitei no sofá da sala e joguei a mochila aos meus pés. Era semana de provas e eu estava cansada mentalmente e fisicamente. O pior é que eu não podia nem me distrair nas redes sociais, já que minha internet ainda estava suspensa nos dias de semana. Eu estava tão de saco cheio quanto Ethan, mas eu não iria dar uma de louca e surtar como fez meu irmão... não queria acabar com o couro quente...

De onde eu estava, podia ver as cozinheiras se mexendo para preparar o jantar. Fiz careta, sabendo que depois quem teria que lavar a louça era eu, já que fazia parte do castigo. Às vezes, quando papai não estava em casa, mamãe acabava ajudando a gente (Eu e Ethan, no caso) e lavava a maioria das louças, mas quando Carl estava por aqui, ela evitava.

- Stephane! Está de sapato em cima do sofá?! – Minha vó perguntou alarmada e caminhou em minha direção com a cara amarrada. Rapidamente me sentei no sofá.

- Desculpa, vó... nem percebi, só cheguei e deitei, tô cansada – Explique e Olívia cerrou os olhos. Sorri pra ela.

- Como foi a escola? – Perguntou, se sentando ao meu lado.

- Fiz prova o dia todo, vovó... mas acho que fui bem na maioria – Obviamente, a última parte era uma grande mentira, já que deixei umas três provas em branco, por pura preguiça de fazer mesmo... mas eu me esforçaria pra recuperar essas notas, ou eu estaria ferrada.

- Teu pai estava comentando que você está com dificuldades em química.

- Ahn... eu estava, mas tô conseguindo me virar.

Olívia sorriu e beijou minha cabeça, em seguida sumiu pelas escadas. Voltei a deitar no sofá, dessa vez sem os sapatos.

Quando eu estava quase pegando no sono, vi Davi passar rapidamente pela minha frente e ir para o escritório do seu pai, voltar e ir pra cozinha, e depois se sentar no sofá à minha frente, tudo isso em menos de um minuto. Estranhei sua inquietude.

- Tá tudo bem, primo? – Perguntei, o olhando. Davi me observou por alguns longos segundos e depois passou a mão nos olhos.

- Está... quer dizer, acho que sim – Falou, e depois começou a passar a mão no rosto diversas vezes. Parecia estar prestes a ter um ataque ou coisa assim. Me levantei e sentei ao seu lado, em seguida segurei sua mão, que estava trêmula... papai já havia nos dito que Davi podia passar mal ou até ter convulsões, pois pode ter ficado fragmentos pequenos da bala que o atingiu.

- Você quer um copo de água? – Perguntei, ele negou e começou a puxar o ar devagar, até que se acalmou.

- Obrigada... Stephane. – Ele sorriu pra mim, se levantou e saiu. Suspirei. Eu ainda me sentia muito culpada por tudo isso.

Meu primo era uma pessoa totalmente diferente agora... era mais quieto, educado... estava sempre disposto a ajudar nos serviços domésticos... antes ele era inquieto e preguiçoso. Tio Steven vivia aos gritos com ele...

- O jantar está pronto! – Gritou alguém da cozinha, e rapidamente ouvi os passos na escada. Alguém veio correndo, tropeçou e caiu. Era meu irmãozinho caçula, Benjamin. Eu comecei a rir, mas logo parei ao vê-lo abrir a boca pra chorar. Hilary rapidamente o pegou no colo e o abraçou, na tentativa de acalmar seu choro, que estava bem estridente.

- Credo, Ben, parece que levou uma surra – Reclamei, assim que mamãe passou por mim com ele no colo. Meu irmãozinho passou a mão nos olhos e me mostrou o dedo do meio. Arregalei os olhos ao ver isso, por sorte nenhum adulto viu, ou ele ficaria de castigo ou até levaria umas palmadas... na real, ele nunca havia apanhado, por ter apenas cinco anos e blá blá blá... mas confesso que às vezes lhe faltavam uns tapas.

Ben é muito inteligente, e ele usava isso pra embromar todos daqui de casa, inclusive papai e mamãe. Eu só estava esperando ele fazer seis ou sete anos para começar a fofocar de todas as suas barganhas e bagunças.

Sentei na mesa e comecei a comer antes de todos estarem sentados à mesa.

- Stephane! – Mamãe falou alto e eu parei de comer na hora. – Mas que coisa, filha... que modos são esses? Você sabe que só deve comer assim que todos estiverem à mesa.

- Mas eu tô com fome, mãe, que saco... – Reclamei. Hilary suspirou e não disse mais nada. O bom da mamãe é que a gente ganhava ela facilmente nas discussões, já que, diferente do meu pai e da maioria daqui de casa, ela tinha muito mais paciência e era mais compreensiva.

Esperei mais um dez minutos até todos se acomodarem. Papai estava em casa, e eu amava quando ele jantava com a gente, era bem raro, por conta dos seus plantões. Vovô e Gabriel não estavam na mesa... na verdade, meu primo não apareceu em casa desde ontem a noite...

Quando estávamos quase terminando o jantar, vovô entrou na sala acompanhado de Gabriel. Meu primo não estava sério, como ele sempre é, pelo contrário, seu descontentamento estava visível e claramente em seu rosto. Vovô também não estava muito contente.

- Entendo o seu lado e sua decepção, Gabriel. Mas isso não é desculpas pra sumir por quase vinte e quatro horas, e ainda não dar notícias! – Reclamou meu avô, em alto e bom som. Todas as atenções se voltaram para a sala, já que era raríssimo ver Gabe levando bronca.

- Eu precisava de um tempo... além do mais, papai consegue ver onde estou usando o IP do meu celular – Meu primo falou sem paciência nenhuma. Empurrei meu prato pra longe e fiquei atenta pra ver o que iria acontecer nos próximos minutos. Tanto James quanto Gabe pareciam bem alterados. Dei uma rápida olhada em tio John, mas o mesmo continuava comendo, como se não estivesse acontecendo nada.

- Que estava desligado, não é mesmo?! – Vovô continuou, agora sua voz ficara em um tom mais alto, demonstrando que sua paciência se esgotou.

- Comam, crianças, antes que a comida esfrie – Disse tia Katherine, chamando nossa atenção de volta para a mesa. Suspirei e voltei a remexer a comida.

- Mas o senhor me achou, não é mesmo? Por que ainda está reclamando? – Eu jurei que Gabe estava fazendo uma pergunta retórica, mas não era... ele estava realmente respondendo o vovô? Céus...

- Oras, rapaz. Você tem uma família inteira aqui que ficou preocupada com você! Deveria ter no mínimo consciência e nos avisado, qual a dificuldade?! Eu sei que você não gosta de meter ninguém em seus problemas, mas isso tem que mudar, Gabe. Você não pode e nem deve carregar tudo sozinho.

- Vocês não entendem e nunca vão entender.

- Quem sabe se você nos explicar não podemos "tentar" ajudar?

- Se eu quisesse a ajuda de vocês, eu já teria pedido há muito tempo, inferno!!! – Gabe gritou, fazendo toda a atenção voltar para a sala novamente.

O som do tapa foi alto o suficiente para todos ouvirem. Tio John suspirou e passou a mão pelo rosto, mas não se levantou da cadeira. Ri baixinho, mas recebi uma cotovelada de Hilary e parei no mesmo instante.

- Acha que está falando com quem, moleque?! Já chega dessas faltas de respeito com minha pessoa. Não irei admitir!

- Você não precisa admitir nada! – Deixei o queixo caído quando ouvi. Gabe estava sendo rebelde e eu estava amando isso.

Quando achei que tinha acabado, vovô entrou na cozinha carregando meu primo mais velho pelo braço. Gabriel nos olhou por alguns segundos, em seguida abaixou a cabeça, parecendo envergonhado. Acho que ele não esperava que estaríamos todos ali na cozinha.

James puxou uma cadeira e fez meu primo se sentar lá, depois pegou um prato, montou e colocou na sua frente.

- Coma em silêncio, e depois vamos para o meu escritório. – Sim, isso era uma das ameaças mais conhecidas da nossa casa... todos sabíamos o que acontecia no escritório. Não entendi direito o que havia acontecido, mas com certeza meu primo estava mais que ferrado.

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