Cap 18 - Subconsciente e consciência ferida

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POV Davi (especial)

Eu não fazia ideia de onde eu estava nem da quantidade de tempo em que eu estava nesse estado, mas tinha a plena certeza de que eu havia perdido o total controle do meu corpo, já que as minhas tentativas de movimento eram todas falhas. Eu também não conseguia nem emitir nenhum som pra pedir ajuda.

Várias vezes meu subconsciente tentou acessar a minha memória, porém ela quase nem existia mais, o que me deixava muito angustiado. Em minha mente, haviam alguns flashs embaçados e bem desconhecidos, a única imagem clara que eu conseguia visualizar, era eu sentado junto com algumas pessoas.

A todo momento, eu ouvia vozes perto de mim, mas não conseguia distinguir as palavras, já que pareciam apenas murmúrios, vindo de todos os lados.

Minhas pernas e braços estavam doloridos e pesados demais pra eu conseguir mexe-los, mas minha cabeça era o que estava mais dolorido. Parecia que algo bem pesado havia sido arremessado contra ela.

De vez em quando, alguém tocava a minha mão, e eu ficava sentindo o toque por muito tempo, e depois ficava sozinho novamente. Minha vontade mesmo era saber quem era que estava tão próximo de mim e não fazia nenhum esforço pra me tirar dessa inconsciência que me deixava extremamente agoniado.

Meu desejo mesmo era sair correndo e voltar pros braços de quem me faria se sentir seguro.

- Houve algumas melhoras no quadro dele - Eu poderia ter sobressaltado ao entender todas as palavras, mas meu corpo não teve nenhuma reação. Então, me concentrei apenas em ouvir essa conversa.

- Acha que ele irá acordar logo, doutor? - Era a voz de um homem, e por um momento, aquela agonia se encerrou e eu me senti aliviado. Aquela voz não era estranha e me trouxe certa segurança.

- Temos que esperar, ontem ele reagiu aos estímulos, mas não foi algo que eu possa ter certeza de que fará ele ficar consciente, no entanto, se as melhoras continuarem, creio que logo ele estará de volta.

Ouvir a palavra "doutor" me fez saber que, provavelmente, eu estava em um hospital, mas quem eram essas pessoas? Por que eu estaria aqui? Eram respostas que eu saberia apenas se voltasse a mim mesmo, ao meu estado de total consciência.

- Deus, tenha misericórdia do meu filho, trague-o novamente pra mim. - A voz parecia triste e distante, e enquanto essa pessoa falava, ela acariciava a minha mão. Me concentrei nos meus dedos e com muito esforço, gastando quase todas as minhas energias, consegui movimentar meu dedo anelar pra frente, mas isso foi o suficiente para o meu subconsciente se apagar totalmente.

POV Steven

Quase que meu coração sai pela boca ao ver Davi fazendo um movimento com um de seus dedos. Na verdade, podia ser apenas espasmos, como Carl me explicou, mas todas as vezes que isso acontecia, eu queria acreditar que meu filho voltaria logo.

Senti meus olhos transbordarem e respirei fundo para controlar a emoção do momento, mas a dor que eu estava sentindo era quase impossível de controlar. Eu não aguentava mais ver meu filho naquela situação e não poder fazer nada pra ajudá-lo.

- Papai, posso ir comer alguma coisa? - Perguntou Derek, se aproximando de mim e tocando meu ombro.

- Pode, filho.

- Quer que eu trague alguma coisa pra você?

- Não precisa... não estou com fome.

Lancei um leve sorriso a Derek e ele saiu do quarto de internação.

Fiquei mais alguns bons minutos apenas observando Davi. Sua respiração estava bem lenta, assim como seus batimentos. Suspirei e me afastei dele, o deixando quieto.

Derek retornou ao quarto e se sentou na poltrona branca, ao lado da maca e ficou olhando para o irmão. Encostei a cabeça no banco e acabei adormecendo, acordei com Derek me chamando desesperado.

-Pai! Acorda!!! É o Davi, papai! - Derek me chacoalhou e eu abri os olho assustado.

Davi se debatia sem parar na maca. Levantei atordoado e apertei o botão de emergência, esperando algum médico aparecer. Levou menos de um minuto para um médico aparecer junto com alguns enfermeiros.

Dois enfermeiros colocaram Davi de lado e outros dois começaram a fazer movimentos circulares em suas costas, até que ele seu corpo se acalmou. Alguns segundos depois, a máquina fez um bip comprido, indicando que seu coração havia parado.

Comecei a chorar sem ter nenhuma reação, apenas fiquei observando os médicos tentarem recuperar a atividade cardíaca de Davi. Alguns minutos depois, Davi puxou o ar com todas as suas forças, e seu coração finalmente voltou. Esses com certeza foram os piores minutos da minha vida.

POV Davi

- Ele vai ficar bem, doutor? - Foram as primeiras palavras que ouvi depois de estar totalmente consciente. Esperei alguns minutos antes de tomar coragem e abrir os olhos.

Eu jurei que quase fiquei cego ao ver aquela luz branca bem na minha cara. Aos poucos, minha visão foi ficando menos embaçada e eu me vi num quarto todo branco, pude sentir algumas coisas "coladas" em meu braço e algo que estava cobrindo as minhas pernas.

Virei meu pescoço vagarosamente e dei de cara com uma pessoa vestida de branco, outras três vestidas de azul, um homem e um garoto. Todos olhavam pra mim com certa esperança. Passei a mão nos olhos e respirei fundo mais uma vez, tentando reconectar todos os meus pensamentos.

- Onde eu estou? - Perguntei e estranhei minha própria voz. Levei a mão no pescoço instintivamente.

- Você sofreu um acidente, querido - Disse o homem vestido de branco.

- Acidente?

O homem de cabelos castanhos e de estatura alta se aproximou de mim e segurou minha mão. Ele estava chorando, dava pra ver porque seu rosto estava brilhando e seus olhos estavam um pouco vermelhos. Ele olhou pra mim e sorriu.

- Filho... eu achei que você jamais voltaria pra mim - Disse ele eu fiquei o olhando, tentando lembrar alguma coisa.

Em um flashback, vi ele sentado num chão de madeira enquanto brincava com alguma criança, provavelmente essa criança era eu. Em outro flash, vi ele brigando comigo, em seguida me carregando pra algum lugar e me deixando sentado lá. Apertei os olhos... era Steven... meu pai...

- Papai... - Steven sorriu mais ainda e apertou minha mão - Eu dormi por muito tempo?

- Por quase seis dias...

- Mano? - Olhei para o garoto e esperei que ele continuasse a falar - Estou feliz que você está de volta - Falou, se aproximou de mim e me abraçou. Assim que ele se afastou o olhei confuso.

- Quem é você? - Perguntei, e a expressão do garoto mudou de aliviado para triste. Tanto Steven quando o garoto, olharam para os médicos.

- Preciso falar com você, sr. Steven - Avisou o carinha de branco, em seguida saiu com meu pai pra fora do quarto. Olhei novamente para o garoto loiro e ele apenas balançou a cabeça e se afastou de mim. Suspirei sentindo minha cabeça doer.

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N/A Capítulo no meio da semana? Siiiiim kkkkkk, presentinho pra vocês :)
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Bem, hoje dedico esse capítulo à LexiCaffrey , que me acompanha desde sempre kkkkkkk. Obrigada pelo apoio amiga❤️

Semana que vem tem mais dedicações, farei pra todos🤩🤩🤩
Abraços, gente!

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