Cap 29 - Ciúmes e novidade

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POV Charlote

Termino de vestir minha roupa e saio rapidamente atrás de Ivy, obviamente, eu não iria perder a oportunidade de passar uma noite no hospital com Gabriel. Como eu já dissera antes, minhas tentativas de ser tornar cada vez mais amiga do meu primo eram quase todas falhas, mas eu não desistiria tão fácil.

Eu admirava demais meu primo por sua inteligência, por sua beleza e agora, por sua coragem. Era um objetivo meu se tornar grande amiga de Gabriel, uma hora ou outra, ele teria que ceder.

Entrei no carro e coloquei o cinto, em seguida tomei a liberdade de colocar um pen drive no som e ligar minhas músicas bem baixinhas. Ivy olhou torto pra mim algumas vezes enquanto dirigia, já que ela detestava funk e sertanejo.

- Não sei como consegue escutar isso o dia todo – Reclamou, balançado a cabeça.

- Oras, prima, gosto é gosto, né? E eu garanto que isso aqui – Apontei para o rádio – É melhor que as músicas clássicas que você escuta.

- Nada é melhor que músicas clássicas... é mais saudável ouvir som de piano com violino que batidas desordenadas e pessoas gritando.

Soltei uma risada baixa. Tio John com certeza errou alguma coisa quando criou Gabe e Ivy. Ambos tinham gostos peculiares, como música clássica, se portavam como seres celestiais e eram muito culturais, além disso, eram muito devotos.

Ivy estacionou o carro e fomos direto para o quarto onde meu primo estava internado. Eu jurei que estaríamos apenas nós duas lá, mas me surpreendi com a presença de uma garota ruiva que eu nunca havia visto na minha vida.

Ela tinha sardas no rosto e olhos extremamente azuis. Seus cabelos, vermelhos como o fogo, iam até metade de sua cintura, e possuía uma ondulação perfeita. A garota era linda, admito.

- Molly... papai falou que você estaria aqui – Ivy sorriu e a cumprimentou com a voz baixa, respeitando o fato de meu primo estar dormindo. A garota me olhou e acenou de longe.

- Essa é Charlote, nossa prima – Continuou Ivy, fazendo um gesto para a minha direção.

Dei de ombros e sentei na poltrona, ao lado da maca onde estava meu primo.

Gabriel estava com alguns fios ligados ao seu peito e uma espécie de cano que, provavelmente, estava ligado à sua bexiga, pois ele foi atingido naquela área. Olhei para o monitor multiparâmetro que estava apitando bem baixinho. Os sinais vitais de Gabriel estavam um pouco acelerados, mas nada fora do normal. Sua pressão arterial e saturação também estavam normais. Eu sabia disso pois papai já me ensinara algumas coisas.

Enquanto Ivy e Molly conversavam, meu primo despertou.

- Hey, Gabe... – Falei, me aproximando antes das outras duas. Meu primo me olhou de forma confusa, mas logo suavizou a expressão.

- Oi, Charlote... Ivy? – Ele chamou e eu revirei os olhos. Minha presença deveria ser o suficiente.

Minha prima se aproximou, juntamente com Molly, e pela primeira vez em muito tempo, eu vi meu primo abrir um largo sorriso. Cerrei os olhos. Apesar de estar com o rosto carregado de canseira, ele ainda ficava bonito.

- Molly... não imaginei que viria.

- Claro que eu viria... fiquei preocupada e vim verificar sua saúde mais de perto – Brincou a garota, fazendo meu primo balançar a cabeça de maneira involuntária. Ele fez uma careta depois, provavelmente estava com torcicolo.

- Então estou cheio de babás, é? – Ele comentou. Ivy riu baixinho e se afastou, deixando apenas Molly e eu lá perto. Me afastei também, notando que eu estava atrapalhando.

Senti meu sangue ferver ao ver Molly conversando com Gabriel... a garota conseguia arrancar várias gargalhadas do meu primo e aquilo me deixou com muita raiva. Quem ela era? De onde surgiu? Por que já tinha tanta intimidade assim com meu primo? Eu estava com muitas dúvidas...

- Vou buscar um copo de água – Avisei e saí do quarto rapidamente, antes que eu surtasse. Sim, eu estava com ciúmes, mas isso não vem ao caso.

Caminhei pelos corredores, até sair em outra ala do hospital, acho que maternidade, pois haviam muitas mulheres grávidas andando de um lado para o outro lá.

O hospital era bem grande e estava dividido em alas por função. Então tinha um prédio para pediatria, outro para maternidade, um para atendimento rápido, e assim vai.

No meio das enfermeiras, médicos, grávidas, encontrei um rosto conhecido. Há muito tempo eu não via ela... tia Ellen... mas o que ela estava fazendo lá?

Me aproximei rapidamente antes que a mesma sumisse.

- Tia Ellen? O que faz aqui? – Cheguei já perguntando. Ela se assustou ao me ver, mas logo relaxou e sorriu.

- Charlote, querida... quanto tempo – Comentou, se levantando e me dando uma abraço longo e apertado. Sorri sem reação.

- Oi, tia... como a senhora está?

- Bem, quer dizer... melhor impossível. – Ela sorriu, mas olhou ao redor, parecia preocupada com alguma coisa, mas eu ainda estava em dúvida. Desviei o olhar para a sacolinha que ela estava segurando em uma de suas mãos. Rapidamente reconheci a caixinha de remédio, denominada Matrion... era pra pré-natal...

- Você tá grávida, tia??? – Perguntei surpresa e um pouco alto. Ellen me repreendeu, mas logo depois confirmou.

- Olha, querida. Não quero que falei isso pra ninguém, ok? – Ela pediu e eu balancei a cabeça. – Vim nesse hospital pois passei mal e fui transferida pra cá, mas já estou indo embora.

- Por que não aproveita e visita o Gabe? Ele perguntou por você algumas vezes a Ivy e...

- Não tenho tempo para visitar Gabriel...olha, Merlin já está vindo, tenho que ir – Minha tia rapidamente se desvencilhou de mim e sumiu das minhas vistas.

Suspirei surpresa. Era por isso que ela estava evitando os filhos nesses últimos dias... ela estava grávida e transferindo todo o amor para o seu novo mundinho... Respirei fundo e voltei para o quarto, ainda em um leve estado de choque. Gabriel iria ter um irmão totalmente biológico.

- O que foi, Charlote?

- Ahn, nada...

- Cadê a água?

- Bebi no caminho, depois fui no banheiro, por isso que demorei...

- Tem certeza de que está tudo bem?

- Sim, Ivy... Nossa, Gabe já voltou a dormir?

- Sim, o remédio que ele está tomando é forte e derruba até gigante.

Dei de ombros e voltei a sentar na poltrona branca. Eu deveria contar que encontrei Ellen por aqui, mas como isso não era da minha conta, eu deixei a história pra lá, mas fiquei pensando no choque que tio John iria ter quando descobrisse isso... eu sabia muito bem que ele ainda amava a Ellen, e por esse motivo, ele se recusou a se relacionar com outra pessoa.

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N/A: Dois capítulos???Siiiiim, espero que tenham gostado, gente. Comentem e me diz o que estão achando. O que pensam que irá acontecer daqui pra frente?

Não se esqueçam de votar, viu?

Logo irei lançar o primeiro capítulo do meu novo projeto, então fiquem de olho hehehehe.

Abraços e até o próximo😊

A grande famíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora