Cap 10 - confusão

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POV Charlote

Eu estava tão animada. Finalmente as férias haviam acabado e eu iria começar a faculdade de biologia. Fazia já uma semana que estávamos morando na mansão, e por enquanto ninguém havia arrumado confusão, e para a minha surpresa, as crianças até que estavam se dando bem. Mas eu sabia bem que essa "paz" não iria durar muito tempo, em uma casa com 21 pessoas era difícil...

Termino de fazer a trança em meu cabelo, em seguida vou atrás de alguma roupa. Minha faculdade começava às 15 horas e terminava às 21 horas, no mesmo horário que a de Gabriel e Ivy, então iríamos todos juntos.

- Está animada, querida? – Perguntou papai, entrando em meu quarto. Ele parecia bem cansado.

- Estou sim! Ai papai... não vejo a hora de ser bióloga! Viajar pra vários lugares, conhecer várias espécies de animais...

- Vai dar tudo certo, anjo. – Carl deu um beijo carinhoso em minha testa. – Boa sorte.

- Obrigada papai. – Sorrio e logo Carl some pelos corredores.

Pego uma saia jeans que cobria até metade da minha coxa e uma camisa branca de manga curta, em seguida peguei uma sandália preta. Depois que me troquei, fiquei me admirando no espelho por uns bons minutos. Meus irmãos sempre diziam que minha autoestima chegava a ser exagerada, eu não poderia negar. Eu era mesmo bonita.

- Prima? – Ivy deu duas batidinhas na porta e a abriu em seguida. – Gabriel irá sair em dez minutos.

- Tudo bem, só irei pegar minha mochila e já desço. – Falei, sem olhar diretamente para Ivy.

- Você está linda – Ela falou. Eu assenti e sorri.

Peguei minha mochila em cima da cama e desci as escadas correndo. Gabriel e Ivy estavam sentados no sofá, me esperando pacientemente.

- Vamos? – Falei e os dois se levantaram. Ouvi vários boa sorte vindo de várias parte da casa, gritei um obrigado bem alto e segui meus primos até o carro. Gabriel e Ivy pareciam dois seres celestiais, principalmente quando estavam juntos, além disso, os dois eram como melhores amigos.

Várias vezes tentei me aproximar mais de Gabriel, ao menos para ser uma amiga bem próxima, mas meu primo não ajudava. Ele é uma pessoa bem séria e parece que só confia no tio John e na Ivy.

- Gabe? – Chamo e meu primo me olha pelo retrovisor. – Você pode me explicar como funciona a faculdade?

Meu primo deu partida no carro antes de me responder.

- Não se preocupe quanto a isso. Todas as turmas que ingressam no primeiro período têm um guia para explicar tudo. – Ele respondeu, sério como sempre. Revirei os olhos e cruzei os braços. Ivy riu baixinho. – E por favor, não esqueça do cinto. – Continuou Gabe. Bufei e coloquei o cinto. Ele pareceu satisfeito.

Ao chegarmos no prédio da faculdade, Gabriel se desvencilhou de mim e de Ivy, deixando as duas sozinhas.

- Não liga pro Gabriel, ele está irritado apenas. – Disse Ivy me puxando pela mão até a secretaria. – Meu celular está ligado o tempo todo, se tiver algum problema, pode mandar mensagem. Aqui eles te darão todas as informações que você precisa. Até mais prima.

Sorrio e procuro alguém para conversar e me ajudar a se localizar no colégio.

O primeiro dia de aula foi bem tranquilo, como Gabriel falou, um guia, mais especificamente, um aluno do 3° período explicou tudo para a minha turma, nos mostrou os laboratórios, apresentou alguns professores e só isso apenas.

Como eu era muito extrovertida, já havia feito vários amigos.

Caminhei pelo estacionamento enorme e procurei pelo carro de Gabriel. Demorei um pouco, mas logo avistei Ivy e apressei os passos.

- Onde está o Gabriel? – Perguntei ao me aproximar.

- Eu não sei, ele não responde as minhas mensagens... não o vejo desde o intervalo – Minha prima parecia preocupada. Suspirei e me apoiei no carro.

- Vamos esperar... você não está com as chaves?

- Não... Que estranho, Gabriel nunca atrasa...

Esperamos por mais ou menos 15 minutos, e nada de Gabriel aparecer. A maioria dos alunos já haviam saído, só estavam apenas alguns carros no estacionamento. Peguei meu celular e mandei uma mensagem a minha mãe, para que ela não ficasse preocupada.

O celular de Ivy começou a vibrar sem parar e ela atendeu, pude ouvir a voz de Gabriel do outro lado da linha. Não consegui prestar muita atenção na ligação, já que estava distraída nas redes sociais. Logo Ivy desligou o celular e me olhou preocupada.

- Gabriel está na secretária – Ela falou – Parece que ele agrediu um aluno...

- O Gabriel?! – Perguntei surpresa, Ivy assentiu e saiu andando rápido em direção ao prédio. Balancei a cabeça e a segui. Ao chegarmos na secretária, Gabriel e o aluno com quem ele havia brigado estavam sentados nas cadeiras do corredor. Gabriel estava com os braços cruzados e mais sério que o normal, o garoto ao lado estava com um machucado na testa e um corte na boca. Não conseguiria imaginar que Gabe foi capaz de causar isso.

- Gabe? O que aconteceu? – Ivy perguntou, ficando de frente para o irmão.

- Não importa, já foi. Só estou esperando o diretor me liberar para irmos pra casa. - Dou uma olhada no relógio, já eram quase dez e meia da noite.

- Como não importa? – Ivy ficou brava de repente. Pude ver meu primo revirando os olhos rapidamente. – Você bateu no garoto, Gabe... Não vai me contar o que aconteceu?

- Aconteceu que o seu irmão é um idiota – Disse o garoto com a voz baixa. Ivy e eu o olhamos. – E acha que esse jeito ridículo dele pode me intimidar...

- Cale a sua boca! – Gabriel falou e eu senti minha espinha gelar. Ele falava calmo, mas mesmo assim sua voz estava carregada de raiva e irritação. – Fique você sabendo que só não continuei a te bater porque o diretor chegou, caso contrário, você estaria neste momento em um hospital.

- Gabe! – Ivy lançou um olhar gélido para o irmão, eu fiquei até sem reação de tão surpresa. Gabriel sempre cuidava muito na forma que falava e agia, e de repente ele estava parecendo um adolescente revoltado.

Antes que Ivy pudesse falar alguma coisa, o diretor chamou Gabriel e o garoto. Ficaram mais alguns minutos conversando, em seguida, Gabriel saiu da sala carregando sua mochila, assim como o garoto. Meu primo estava segurando alguns papéis, nem olhou pra gente, apenas seguiu em direção ao estacionamento. Balancei a cabeça e segui o mesmo, assim como Ivy.

O caminho para casa foi totalmente silencioso, Ivy perguntou várias vezes ao Gabriel o que aconteceu, mas ele ignorou todas elas. Quando chegamos em casa, a maioria das crianças já estavam dormindo, na sala só estavam tio John, vovô, minha mãe e meu pai. Hillary caminhou em nossa direção assim que chegamos.

- Finalmente chegaram... – Mamãe deu um beijo no rosto de cada um. – Como foi lá, filha?

- Ah, mãe. Hoje não fiz nada demais – Comecei contando todos os detalhes a ela. Ivy cumprimentou todo mundo, em seguida subiu. Gabe passou por todo mundo sem dizer nada.

- Gabriel – tio John chamou e meu primo parou na metade da escada. – Recebi um recado via e-mail do diretor da faculdade...

- Hm... não havia necessidade nenhuma dele te avisar. Sou maior de idade e já está tudo resolvido, pai.

- Eu fiz um pedido ao diretor. Disse que queria ficar a par de tudo que envolvesse você e Ivy.

- Não sou uma criança. Como eu disse, já está tudo resolvido. – Meu primo falou e voltou a subir as escadas.

- Gabriel! Volte aqui agora mesmo, eu não terminei de falar. – A voz de John soou firme, e fez Gabe dar meia volta.

Não fiquei na sala para ver o que iria acontecer. 

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N/A postando hoje porque estarei ocupada no resto da semana! Espero que gostem gente❤️ não se esqueçam de votar e comentar, abraços!

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