𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄

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"sᴏᴍᴇᴛɪᴍᴇs, ʟᴏᴠᴇ ɪs ɴᴏᴛ ᴇɴᴏᴜɢʜ"
🌌
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐫𝐞𝐞

| February 13
| 02:52AM

four months and twelve days before

Inspirei profundamente sentindo a brisa fresca da madrugada bater no meu rosto. O sono me fez bocejar e, instintivamente, cobri minha boca com a única mão disponível — já que a outra estava ocupada sendo segurada por um certo alguém —. O moletom que eu usava não era meu, e sim dele, e pelo fato de seus braços serem um pouco mais longos que os meus a manga cobria minhas mãos, me fazendo inspirar seu cheiro impregnado no tecido.

Ao terminar de bocejar, deixei um sorriso escapar no canto dos meus lábios que ainda eram cobertos pela minha mão. Aproximei um pouco mais o tecido do meu nariz e mais uma vez inspirei profundamente sentindo seu cheiro doce passar pelas minhas narinas. Ofeguei, e sorri.

Aquele era o meu cheiro favorito no mundo todo.

O cheiro dele.

O cheiro de Luke.

— Luke, é madrugada, está escuro, pode me dizer aonde estamos indo? — O questionei após um longo tempo em silêncio, enquanto caminhávamos pelas ruas da cidade. Estiquei o braço fazendo com que a manga do moletom escorregasse para que eu pudesse ver as horas em meu relógio digital.

Três de duas da manhã.

Aquele garoto só podia estar ficando louco.

Antes de sairmos da minha casa, estávamos deitados confortavelmente em minha cama, fingindo assistir algo — o qual na realidade não devamos a mínima — na TV, enquanto na verdade apenas trocávamos beijos.

Mas então Luke decidiu dar um de sem noção — como ele sempre é, não sei o porque de eu ainda estar surpreso — e me arrastar para fora de casa dizendo que queria me levar a algum lugar.

Não tive escolha, então cedi.

— Não seja impaciente, Michael, estamos chegando. — O ouvi rir baixo. Acabei fazendo o mesmo involuntariamente.

Sua risada era meu som favorito no mundo.

— Você disse isso a dez minutos atrás, Lukey! — choraminguei.

— Mas agora eu juro que é verdade. Vem, vamos. — Ele me puxou para dentro de uma pequena trilha e fomos descendo a grama. Reconhecia aquele lugar, mas estava com sono de mais para me lembrar no momento onde estávamos.

Não muitos passos e vi algumas madeiras no chão que formavam uma pequena escada. Ali já era um pouco mais iluminado e pude ver a areia depois da grama, e subindo um pouco mais meu olhar, a água depois da areia.

— Porque estamos aqui? — perguntei enquanto ele me puxava até o píer.

— Você sabe que eu amo esse lugar. — Ele parou no meio da grande placa de madeira e suspirou olhando em volta.

Aquele era o lugar favorito de Luke em toda a cidade.

— Sim, eu sei, mas são três e dez da manhã.

Ele se deitou fazendo pouco caso, e eu me deitei ao seu lado.

— Exato, o melhor horário para olhar as estrelas, olha só, não é incrível? — Luke levantou seu braço apontando o céu repleto de pontinhos brilhantes, e quando digo repleto, quero dizer repleto.

As constelações eram algo que me fascinavam. Tão incrivelmente bonitas, tão cheias de vida, tão... perfeitas. Além do fato de serem criadas por meio natural, sem ligação alguma ao ser humano.

𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐑𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 || 𝐌𝐔𝐊𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora