𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄

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"ɪᴛ's ᴛᴏᴏ ᴍᴜᴄʜ ᴘʀᴇssᴜʀᴇ"
🏥
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲 𝐓𝐡𝐫𝐞𝐞

| September 25
| 02:58AM

    Hospitais me sufocam.

O cheiro, as paredes brancas, as pessoas angustiadas, é um lugar horrível.

Eu estava tentando a todo o custo me esquecer que eu estava em um hospital fechando os olhos e respirando fundo, porém era difícil.

A única coisa que me acalmava e me consolava, era o corpo que quase se debruçava contra o meu me trazendo uma sensação de afeto. Talvez até mesmo valesse a pena estar em um hospital com o carinho que estava recebendo.

Mas o pior, era que aquilo era muito errado. Era errado aproveitar aquela sensação, a sensação de conforto e proteção ao garoto que se deitava no meu ombro e se encolhia contra mim abraçado a um dos meus braços. O cheiro do seu cabelo que adentrava as minha narinas era tão bom, admito que talvez seja um dos meus favoritos, junto ao seu perfume, e sua pele, e...

Foco, Calum!

Enfim, de qualquer forma, aproveitar daquela situação era muito errado. Principalmente pelo fato de que o machuquei duas vezes e ele ainda sim me ligou para ajudá-lo.

Ele queria afeto. Não, ele precisava de afeto. E precisava do meu afeto.

Passei a última hora me amargurando por tê-lo machucado da forma que fiz. Eu fui babaca, e egoísta, e com alguém que eu... com alguém que eu amava.

É, não. Ele não sabia disso. Não tive oportunidade de poder dizê-lo na época, mas é, eu o amava.

E isso me corroía por dentro, porque mesmo que o amasse, tudo oque fiz foi pensar em Michael.

E até então, até vê-lo novamente na outra noite, eu não tinha noção o quanto tinha o machucado.

Machucar alguém é fácil como jogar uma pedra no mar. Mas você nunca saberá o quão fundo a pedra foi.

Eu havia o quebrado por dentro, mas não sabia da imensidão que havia sido o desastre.

E bom, mesmo depois de descobrir, eu fiz novamente.

E mesmo tendo o machucado duas vezes, era do meu afeto que ele precisava.

Eu me sentia um monstro.

— No que está pensando? Você parece tenso — ele diz de modo preguiçoso, devia ter ficado os últimos vinte minutos dormindo no meu ombro.

— Nada, eu só... tem muita coisa na minha cabeça — o respondi baixo já que não havia necessidade de falar mais alto pela nossa proximidade.

— Pensando no Michael?

— Também.

— Ele sabe que está aqui? — O sinto se acomodar melhor e chegar ainda mais perto do meu corpo mesmo que já estivéssemos basicamente um encima do outro.

— Não, achei melhor não estragar a noite dele. Ele foi para festa com o Alex, parecia animado. Não queria preocupa-lo.

— E ele está melhor? — ele pergunta parecendo querer distrair a si mesmo de seus pensamentos sombrios.

— É, consideravelmente melhor. Depois de uma... briga entre nós, se posso chamar assim, ele finalmente cedeu e aceitou em tentar ir a um psicólogo. Sorri tanto que minhas bochechas quase rasgaram — disse o fazendo rir.

𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐑𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 || 𝐌𝐔𝐊𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora