𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐄𝐄𝐍

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"ᴡɪᴛʜᴏᴜᴛ ᴛʜᴇ sᴜɴ, ᴛʜᴇ ᴍᴏᴏɴʟɪɢʜᴛ ᴡᴏᴜʟᴅ ʙᴇ ɴᴏᴛʜɪɴɢ.
ʏᴏᴜ'ʀᴇ ᴍʏ sᴜɴ"
☀️
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐄𝐢𝐠𝐡𝐭𝐞𝐞𝐧

| September 18
| 01:10PM

"O sublime medicamento para a dor profunda, é o perdão."

Já ouviram ou leram essa frase em algum lugar? Porque eu já, o suficiente. Ouvi coisas assim algumas vezes por ai, vi frases como essa na internet, e já li em alguns livros sinônimos disso. Nunca fui alguém contraditório sobre esse assunto, na verdade nunca nem mesmo tive uma opinião. Mas, pensando bem agora, acho que é algo totalmente idiota, pelo menos é para mim no momento.

Como eu poderia perdoa-lo?

Tudo bem, sendo sincero acho que nunca teve de fato uma parte de mim que precisasse perdoa-lo, nunca achei que fosse o culpado por tudo isso.

Mas ele era, e eu sabia disso, apenas não queria aceitar. E isso me fazia um prisioneiro nesse ciclo.

Me dói quando penso que, a dois meses atrás, eu me sentia feliz, me sentia vivo e amado. Agora não sei nem mesmo se sequer sentirei alguma dessas coisas novamente um dia.

Em certos momentos achei que era uma quantidade tão abundante que poderia sentir essas coisas para sempre, para toda a eternidade. Mas tempos depois, passei a entender que a eternidade não significa tempo. Eternidade significa momento. Eternidade não dura para sempre.
Ela dura o quanto você faz durar.

Talvez se eu soubesse disso antes, tivesse feito durar um pouco mais.

Mas oque eu poderia fazer, prever o futuro? Com certeza naquele tempo nunca imaginaria que em poucos meses estaria em um estado tão deplorável quanto o qual me encontro agora.

Eu me sentia tão bem, tão vivo, tão... Livre.

Pensar em momentos como os que tive com Luke, Calum e Ashton é como ler um livro clichê o qual você provavelmente sentiria inveja dos personagens. Eles estão vivendo a vida devidamente e aproveitando o tanto que ela tem de ser aproveitada. E você sente como se vivesse como eles, sente como se estivesse ali junto a eles. Mas então, o livro chega ao final e você não pode simplesmente ler o livro novamente. Não pode. E aquelas memórias de como se você tivesse vivido aquilo sempre estarão na sua cabeça, mas nunca terem sido realmente suas.

Eu sentia como se aquelas memórias não fossem realmente minhas. Talvez ela nunca tenham sido minhas. Elas foram de alguém, alguém que viveu tudo aquilo, foram daquele Michael. Mas aquele Michael já não existe mais. O levaram embora, levaram para longe, e onde quer que esteja é provável que nunca mais volte.

Ou seja, as páginas daquele meu livro simplesmente acabaram e não posso relê-lo. Não posso.

Sempre ouço dizerem que um dia, deixaremos essa vida para trás, e de que devemos vivê-la de forma que a lembraremos.

E era oque fazíamos.

Nós quatro vivemos coisas que serão lembrados para sempre, e me recordo de sentir o momento como se a vida não fosse real.

Sabe aquele instante em que você para por um segundo, e olha em volta, sente como se tudo fosse perfeito e parece que nada pode estragar aquilo? Senti isso tantas vezes que perdi as contas.

Via meus amigos rindo até que não aguentassem mais e sentia como se nada pudesse arruinar aquilo. Nós éramos felizes, e dificilmente algo estragava nossos dias, não quando estávamos juntos.

𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐑𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 || 𝐌𝐔𝐊𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora