𝐓𝐡𝐞 𝐎𝐧𝐥𝐲 𝐑𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 || 𝐌𝐔𝐊𝐄

𝐒𝐈𝐗𝐓𝐄𝐄𝐍

"ᴛʜᴇ ᴅᴇᴍᴏɴs ᴀʀᴇ ɪɴ ᴍʏ ʜᴇᴀᴅ"
🌉
𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐒𝐢𝐱𝐭𝐞𝐞𝐧

| September 09
| 03:27PM

    Sabe, o conceito ficar sozinho e esfriar a cabeça é bem duvidoso para mim.

Logo que o treinador nos dispensou e juntamos nossas coisas para virmos embora, disse ao Calum que poderia ir indo para casa com o carro, e eu iria andando para pensar um pouco e esfriar a cabeça.

Aquilo definitivamente não funcionava para mim.

A esse ponto, minha mente já estava tão bagunçada que eu nem mesmo conseguia mais pensar em algo sem formar uma puta confusão.

Como era sexta feira, e já havíamos seguido todo o protocolo de arremessos, dribles e precisão, além de competirmos um jogo hoje — não que fosse relevante, mas meu lado havia ganhado de doze a oito pontos. —, o treinador decidiu que já nos passaria sua decisão de posições.

Então vamos lá.

Como Small Forwards (Ou Alas), ficaram Josh, Alex e Calum; Power Forwards (Ou Alas pivôs), permaneceram Payton, Sam e Jason; e Bruce, Deniel, Zach e Justin, ficaram como Centers (Ou pivôs). Ashton era o novo co-capitão do time.

E já devem estar imaginando oque vem agora, já que fui o único que sobrou.

Sim, eu era o novo capitão do time.

E agora devem estar se perguntando, como foi que Michael reagiu a isso?

Pois é, nada bem como podem imaginar.

Felizmente eu não tive nenhuma reação que chamasse atenção, mas por dentro parecia que tudo havia simplesmente parado de funcionar. Menos minha cabeça, essa não só funcionava muito bem como além da conta.

Logo, o treinador nos dispensou e eu corri para fora do vestiário, vomitando na primeira lata de lixo que encontrei. E agora estou aqui, caminhando até em casa enquanto tento por meus pensamentos em ordem.

Mas pense em uma tarefa impossível.

Era como montar um castelo de cartas. É difícil, requer paciência e uma enorme concentração colocar carta por carta, e ao conseguir, ao monta-lo, um pequeno movimento faz com que tudo desabe na hora.

E no momento, eu tentava construir um enorme castelo de cartas mesmo que estivesse em meio a um tornado.

Não sabia se conseguiria suportar o time, sabia menos ainda se conseguiria suportar as vozes em minha cabeça berrando comigo enquanto isso. Elas diziam que eu nunca seria bom como Luke era nesse posto. Diziam que o lugar não pertencia a mim e de que eu não conseguiria. Mas é claro que como já estava mais do que acostumado a ouvi-las gritarem constantemente comigo, as ignorei por completo.

Bom, não por completo.

Poderia fingir que sim mas sabia que não era verdade, porque se não minha cabeça não estaria uma completa baderna.

No primeiro dia de aula, me lembro de dizer que não deixaria nada me abalar. Bom, não foi bem assim que a semana correu. Mas em minha defesa, era bem mais difícil do que eu imaginava. Tudo naquele lugar me fazia lembrar dele. Foi lá que nos conhecemos. Foi lá em que passamos maior parte do nosso tempo juntos. Foi lá que tudo começou. Cada paço me trazia uma lembrança nova e me jogava um andar a baixo. E o pior, era que eu não apenas lembrava, eu via.

Por exemplo, agora mesmo, observando a água enquanto passo pela ponte me lembro de andar por aqui de mãos dadas com ele, era uma imagem bem comum, e então automaticamente nos vejo um pouco mais a frente de mãos dadas. Era algo fora do meu controle.