Quase 24 horas depois...
Estávamos todos sentados ao redor de uma mesa do mesmo restaurante de outrora. Sangue e restos humanos de outros humanos eram a nossa segunda pele. Não tínhamos palavras para descrever a noite anterior e parte da nossa manhã. Estávamos esgotados ao extremo. Nenhum de nós havia se ferido gravemente. Íris ainda estava com o tornozelo torcido. Mamba Negra não queria admitir, mas parecia estar sentindo dor em seu coto amputado. Mônica estava preocupada com a filha, Jacqueline, há poucos dias ela havia se ferido na explosão no galpão de geradores. A menina dispensou os cuidados da mãe, mas foi convencida a passar por uma breve inspeção do seu tio, Erik, e de Pente Fino. Stella adormecia no colo de Benny, ele estava sentado no chão no fundo do salão. Acariciava, aliviado, os cabelos de menina.
Levantei em um rompante, todos olharam preocupados para mim. Caminhei na direção dele e chutei um de seus pés, chamando sua atenção.
– Começa a falar. – fui direta, ele sabia sobre o que eu estava me referindo.
– Estamos com a nossa filha. Isso não pode esperar?
– Uma ova que vou esperar por mais um minuto sequer. O que você sabe? Desembucha.
Ele ajeitou Stella entro os cobertores e se levantou. Caminhamos até a mesa onde o grupo se encontrava. Respirou fundo, tomando coragem e analisou um por um, parando o olhar em mim.
– Eu conheci a sua mãe. – ele começou dizendo. – Ela não era o que você pensava que fosse. Ela não era uma simples enfermeira. Ela era uma médica brilhante. Uma cientista como nenhuma outra.
– Não, não era. Ela trabalhava junto com a Marlene no Hospital da minha cidade era enfermeira desde...
– Doutora Helóisa Nobrega, médica formada pela Universidade Federal de Minas Gerais, pós graduada em Infectologia e Virologia pela...
– Espera aí, eu conheço essa médica. – doutor Erik interrompeu – Trabalhamos juntos quando os primeiros casos surgiram no Espírito Santo.
– Do que estão falando? – fiquei extremamente confusa – Médica e ainda por cima especialista? Não, não é possível. Não estamos falando da mesma pessoa, essa não é a minha mãe.
–Ela era internacionalmente conhecida. O nome dela estava em vários documentos importantes que chegaram ao Pentágono. – Erik deglutiu em seco e ajeitou os óculos no rosto.
– Pode ser apenas uma coincidência de nomes, acontece mais do que se imagina. – Mônica disse e alguns concordarem com ela.
– Lembra da história que te contei sobre a médica com a qual trabalhei, que ela me pediu para cuidar dos filhos dela caso algo a acontecesse? Essa médica era Heloísa e ela se referia a você e seu irmão. Não foi coincidência eu estar no seu apartamento naquele dia. Eu fui até lá para cumprir a promessa a sua mãe.
– Tá dizendo que eu não conhecia a minha própria mãe? – eu estava prestes a desabar na frente de todos.
– Ela escolheu proteger você e seu irmão do que ela fazia, de toda essa pesquisa e do Exército. Coisas aconteceram, deram errado, pessoas morreram e voltaram à vida. Infectaram as saudáveis com algo desconhecido.
– O Eros disse que vocês ajudaram a criar isso. O que ele quis dizer?
– Nós autorizamos algumas pesquisas ultrassecretas, mas eu não sabia o que o Exército pretendia. Nos diziam apenas para agilizarmos tudo, precisavam finalizar as atividades o quanto antes. Que possivelmente iríamos acabar com as doenças mais perigosas e contagiosas existentes até então. Eu não acreditava que fosse possível, até a doutora me mostrar que havia curado um paciente com câncer: ela curou o meu pai.
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Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos Mortos
HorrorAquela era para ser mais uma manhã pacata na vida de Melina Reis. Ela se preparava para uma entrevista de trabalho quando percebera que estava vivendo um Apocalipse Zumbi. As pessoas que ela costumava conhecer começaram a agir de forma irracional. S...