– Isso é mesmo necessário? – Henri perguntou ao olhar embasbacado para o gigantesco pinheiro em pé entre o vão da escada bifurcada.
– Claro. Nada mais natalino do que uma árvore super enfeitada no meio da casa. – Lobo Selvagem a observava maravilhado.
– Não podemos esquecer do real significado do natal: o nascimento do nosso senhor Jesus Cristo. – Tonho disse, ele estava podando alguns galhos da árvore.
– Eu já estava chegando lá, camarada. – Lobo Selvagem respondeu e sorriu.
Os olhos de Stella brilhavam mais do que as luzinhas que seriam usadas para iluminar a árvore. Ela estava encantada com todos os enfeites coloridos ensacados no chão, esperando a hora de ornamentá-la. Lobo Selvagem havia se empenhado bastante para consegui-los. Fez várias incursões pelas redondezas até encontra-los. Ele estava muito animado com aquele evento. E com outros mais.
Pente Fino e Águia estavam descendo a escada bifurcada quando se surpreenderam com nossa mais nova aquisição.
– Uau. Então essa parada de natal é mesmo séria. – ela disse.
Nos entreolhamos, mas ela ainda não conseguia me olhar nos olhos.
– Eu te falei. – Águia respondeu e passou o braço pelo ombro dela, abraçando-a.
Íris e Benny entraram pela porta principal da casa. Eles estavam de mãos dadas. Fingi não notá-los, mas era impossível negar o quanto ver aquilo havia me chateado.
– Que patético. – Íris murmurou alto o suficiente para todos os presentes ali ouvirem.
Benny não respondeu ao comentário, apenas continuou caminhando e seguiu por um dos corredores da casa com a Barbie Maligna em seus encalço.
– Vixi, alguém aqui não gosta do natal. – Henri disse.
– Ainda bem que é uma porcentagem ínfima. – Lobo Selvagem respondeu e não deu mais bola para aquele comentário negativo. – Vamos, tenho uma surpresinha 'pra' você. – ele me puxou pela mão.
Saímos da casa principal em direção à casa dos fundos. A nossa casa. Ele tirou um lenço do bolso.
– Vire-se. – ele pediu e me virou na direção oposta a dele.
Passou o lenço pelos meus olhos e o amarrou atrás da minha cabeça.
– O que está fazendo? – perguntei e tentei tirar a venda, mas ele me impediu.
– Não estrague a minha surpresa, mocinha.
Me pegou pela mão e me conduziu delicadamente pela porta de entrada da casa. Demos poucos passos e paramos. Ele abriu uma porta e um leve cheiro de tinta permeou o ar.
– Prontinho. – ele disse e retirou o lenço dos meus olhos.
Eu estava diante de um quartinho de bebê. Havia um berço novinho com um mosqueteiro perolado caído cobrindo-o delicadamente. Havia também um guarda roupa, uma cômoda da oito gavetas e uma cadeira de amamentação. Os móveis eram brancos em contraste com os vários brinquedos super coloridos que enfeitavam as prateleiras nas paredes. O papel de parede era neutro, cinza e amarelo claro.
Eu estava em choque. A realidade estava me dando outro tapa no meio da cara. A vontade de sorrir e chorar duelavam entre si dentro de mim. Uma delas estava ganhando feio. Uma lágrima escorreu rápida pelo meu rosto. Lobo Selvagem me abraçou forte, reconfortando-me em seus braços até eu me acalmar.
– Não gostou? – ele estava de cenho franzido, genuinamente preocupado com minha opinião.
– Como eu não poderia gostar de tudo isso? – indiquei o quarto. – Eu não esperava por isso, juro que não.
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Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos Mortos
HorrorAquela era para ser mais uma manhã pacata na vida de Melina Reis. Ela se preparava para uma entrevista de trabalho quando percebera que estava vivendo um Apocalipse Zumbi. As pessoas que ela costumava conhecer começaram a agir de forma irracional. S...