Nossa viagem de volta foi tão tranquila quanto na ida. As pessoas estavam mais falantes e menos tensas. Comemoravam pelo fato da incursão ter tido êxito, além de ter sido rápida. Benny ainda estava mais sério do que de costume, o que me preocupou. Eu já havia me acostumada às suas caras e aquela em questão era a que ele sempre usava em situações de estresse e pressão. Resolvi não incomodá-lo, por isso não conversamos durante o trajeto.
Algo estava diferente naquela cidade. A van reduziu a velocidade. Descemos do veículo e observamos o local. Um som repetitivo ecoava não muito longe dali.
– Droga. Entrem na van. Agora. – Benny gritou ao analisar o cenário.
– O que está acontecendo? – um dos homens de Lourenço perguntou, mas ninguém o respondeu.
Entramos novamente na van e o motorista nem aguardou fecharmos a porta, logo acelerou e nos conduziu para a direção oposta.
– Oh, meu Deus. – o motorista exclamou ao frear bruscamente.
Uma horda de ''famintos'' havia alcançado aquela área e estavam por toda a parte na escola.
– Vamos. Abra a porta. – Águia gritou com o homem sentado a sua frente, que estava mais próximo da porta de saída do veículo.
Pelo seu olhar arregalado, ele estava morrendo de medo de enfrentar o que estava do lado de fora.
– Anda, homem. – Águia pediu novamente.
Lourenço estava ao lado do seu companheiro de grupo e curvou-se sobre ele, liberando a passagem.
– De onde eles estão vindo? Não havia tantos deles na estrada a caminho daqui. – Lobo Selvagem perguntou.
Engatilhou uma espingarda e efetuou um tiro certeiro no ''faminto'' que se aproximava.
– Do galpão... – Lourenço respondeu em um sussurro.
Todos direcionaram os olhares para ele que não esboçou outra reação a não ser culpa. Suas sobrancelhas estavam tão baixas que quase se fundiram com seus olhos.
Um grupo entrou na escola atirando nos ''famintos'' presentes e logo retornaram.
– Não há sinal de ninguém aqui.
Um cara gorducho e com a barba falha disse. Seu nome era Jefferson.
– 'Pra' onde o seu pessoal pode ter ido? Vocês tem um lugar seguro, não tem?
Benny perguntou, mas Lourenço parecia estar anestesiado olhando para os rostos conhecidos dos mortos que perambulavam a nossa frente.
– Lá em casa. Devem estar todos lá, inclusive o seu pessoal. – Kathlleen respondeu, atraindo a atenção para si.
– Nos leve até lá, então. – Benny pediu.
– Todos 'pra' van, vamos. – Águia gesticulou apressadamente para entrarmos no veículo.
Kathlleen assumiu a direção da van, deu meia volta e acelerou para longe dali. Estávamos novamente em uma estrada. Não demorou muito e tivemos que parar de novo. Um pequeno grupo de ''famintos'' vagava pela rua a nossa frente.
– Estamos muito longe da sua casa? – Lobo Selvagem perguntou.
– Não. Fica a três quarteirões daqui.
– Ótimo. Se as outras ruas estiverem com essa, não conseguiremos passar com o veículo. O jeito será seguirmos a pé.
Lobo Selvagem disse e o restante do grupo concordou.
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Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos Mortos
HorrorAquela era para ser mais uma manhã pacata na vida de Melina Reis. Ela se preparava para uma entrevista de trabalho quando percebera que estava vivendo um Apocalipse Zumbi. As pessoas que ela costumava conhecer começaram a agir de forma irracional. S...