CROSSOVER - PARTE 4
Mônica afundou o pé no acelerador do carro. Dava para sentir a tensão do momento na pele, era eletrizante, nos acariciava. Os olhos de Marina não saiam de mim. Ela me encarava desconfiada e pude perceber que ela segurava sua arma instintivamente. O ronco do motor de uma moto veloz nos surpreendeu. Olhei para trás e vi um homem pilotando-a. Ele usava uma bandana como máscara para tapar seu rosto. Rapidamente sacou um revólver e o mirou contra nós. O vidro traseiro se espatifou em milhares de pedaços, nos banhando com cacos cortantes. Assim começou o tiroteio. Pente Fino, que estava sentada entre Marina e eu, se sobrepôs à janela ao meu lado e atirou contra aquele homem, mas errou. Esquivei o máximo possível para não ganhar um tiro. O vidro da janela ao meu lado também se quebrou, cortando levemente a lateral do meu rosto e orelha. A garota no colo de Lobo Selvagem entreabriu os olhos por um momento.
- Foi ele. - ela disse, entredentes, olhou assustada pela janela ao lado da mãe e apontou o homem da moto.
Mônica percebera que a filha acordara e nem prestou mais atenção aos tiros que quase nos acertavam.
- Jaque, tente ficar acordada. Fique comigo. - disse quando percebeu que a menina poderia desmaiar novamente.
- Ele trancou todos vocês e explodiu o galpão. - a garota fez um esforço enorme para dizer aquilo, mas logo perdera a consciência novamente.
Mônica chamou incansavelmente pela filha. Sem sucesso. Ela fez menção de sacar sua arma para também atirar contra aquele homem lá fora, mas Lobo Selvagem a impediu.
- Concentre-se na estrada. A sua filha precisa de ajuda, precisamos chegar o quanto antes no hospital.
Não demorou muito para que o cara da moto ficasse sem munição. Ele nos ultrapassou, mas antes esticou o braço e nos apontou uma arma imaginária, atirando contra nós. Vimos a placa indicando o posto de saúde. O homem seguiu reto na estrada e Mônica quase não parou na curva. Perdemos o homem de vista, mas a adrenalina ainda era alta.
Havia apenas dois ''famintos'' dentro do posto de saúde e logo foram abatidos, ambos usavam roupas brancas, possivelmente trabalhavam ali quando tudo aconteceu. Lobo Selvagem colocou a garota em uma das macas. Pente Fino correu para verificar os suprimentos médicos que restavam ali, mas não restava muita coisa. Esperei que se ocupassem e corri para procurar um banheiro. Marina me seguiu e me interceptou.
- O que pensa que está fazendo? - perguntei ao tentar me soltar do aperto dela em meu braço.
- Você foi mordida? - ela perguntou, sem rodeios.
- Tá maluca?
- Você acha que não reparei você lá na estrada? Vi que estava mal. Você está pálida feito uma daquelas coisas mortas e andantes lá fora.
- Não é o que você está pensando.
- Então o que é? Porque de forma nenhuma deixarei você nos infectar. Resolvo isso aqui e agora. - seu tom foi bem ameaçador, ela sacou sua pistola, mas não a apontou para mim. Ergui a camiseta e dei uma volta para ela observar meu corpo.
Respirei fundo e tentei conter o choro. - Estou abortando.
- Ai, droga. - Marina me esquadrinhou de cima a baixo e guardou a arma no coldre em sua coxa. - Eu não fazia ideia. Achei que tivesse sido mordida depois da explosão. Eu sinto muito. - ela parecia envergonhada. - Posso fazer alguma coisa por você?
- Eu só preciso ficar sozinha um minuto. Não tem sido fácil. Preciso ser forte, e não só por mim...
Ela acenou positivamente com a cabeça e, enfim, pude entrar no banheiro. A dor em meu baixo ventre havia diminuído. Minhas olheiras arroxeadas me davam um ar ainda mais cansado. Marina tinha razão, eu parecia morta por fora. Enxaguei o rosto e voltei à enfermaria. Lobo Selvagem observava Pente Fino trabalhar. Seus braços estavam cruzados na frente do corpo e sua expressão facial era de preocupação com a garota. Entrei no recinto e me sentei o mais distante possível, não queria atrapalhar o trabalho de ninguém. Lobo Selvagem me viu entrando e caminhou apressado em minha direção.
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Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos Mortos
HorrorAquela era para ser mais uma manhã pacata na vida de Melina Reis. Ela se preparava para uma entrevista de trabalho quando percebera que estava vivendo um Apocalipse Zumbi. As pessoas que ela costumava conhecer começaram a agir de forma irracional. S...