Capítulo 40: Efeito Colateral

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CROSSOVER - PARTE 6

Andressa e Kenichi trancaram os portões do lugar a tempo de impedirem os mortos de nos alcançar. Os homens que acabaram de chegar abraçavam aliviados suas conhecidas Mônica, Marina e Andressa. Ficaram extremamente assustados quando olharam a menina Jacqueline em uma das macas. O Capitão Francisco, um homem alto e com uma postura que só podia ser de um militar, a examinava minuciosamente. Sua preocupação era nítida. Pela forma como ele olhava para ela, só podia ser a preocupação de um pai que acabara de descobrir que sua filha estava ferida.

– Minha menina. – ele afagou os cachos de Jacqueline e voltou sua atenção para o seu grupo. – Como isso aconteceu?

Marina, ainda abraçada a Kenichi, suspirou pesarosamente antes de responde-lo sem soltar o marido – Ela se feriu na explosão, veio escondida na carroceria do nosso carro. Ela tentou nos ajudar quando aquele cara – e apontou o Fred – tentou nos matar. Ela é uma garota forte, fora que é uma Mendes, osso duro de roer. Ela ficará bem. – Marina tentou descontrair o momento.

Henri e Pente Fino arrastaram Fred para uma das salas no fundo do posto de saúde e o amarraram em uma cadeira. Ele se debatia como um animal selvagem recém capturado. Várias pessoas chegaram de apoio e apontaram suas armas contra o inimigo. Mônica chegou afoita e esbarrou em Íris. Era como se não tivesse ninguém em sua frente a não ser o homem que feriu sua garotinha.

– Seu filho da puta! – Mônica avançou em sua direção e bateu na cara do homem com a coronha da arma. – Ela te mandou? Mandou matar a minha filha? – gritou furiosa.

O homem nem teve tempo de ver de onde veio a pancada, apenas a sentiu. Ele encarou a mulher que acabara de quebrar seu nariz e sorriu debochado.

– Nem sei quem é você, dona. O meu plano era matar o Benny, se você ou sua filha estavam junto não era nada mais do que efeito colateral. – ele escarrou aos pés dela.

Mônica olha para o sangue que ele acabara de cuspir, quase acertando-a, com um olhar de incredulidade pelo que acabara de ouvir – Efeito colateral? Você não faz ideia de com quem se meteu. – ela puxou seu facão do coldre, o que deixou a todos apreensivos.

Por mais que ela e todo o resto de nós quiséssemos mata-lo, ainda precisávamos dele vivo.

– Mônica, nós ainda precisamos dele. – Andressa dá alguns passos, cautelosa, em direção a cunhada. — Ele pode ter informações...

Mônica pegou um isqueiro e o acendeu, aquecendo a lâmina, atraindo a atenção de todos.

– Não se preocupem, não o matarei, apenas deixarei um efeito colateral de lembrança... – sorriu maliciosamente para o homem.

Ela esquentou a lâmina por um longo minuto, rodilhou a cadeira onde o homem estava sentado, e enterrou o ferro quente em sua coxa, fazendo-o gritar desesperado. A ação de Mônica surpreendeu a todos, ela seria capaz de coisas inimagináveis para proteger sua família.

E estava errada?

Vicente chegou correndo na sala – Precisamos ir, o portão não vai aguentar por muito mais tempo. Eles podem entrar a qualquer momento.

O grito excruciante de Fred só serviu para atiçar ainda mais os mortos lá fora. De onde estávamos dava para ouvir os uivos guturais do bando.

– Onde eles estão? – perguntou Mônica ao encarar o homem que urrava de dor, afundando a faca quente até o final da lâmina, ele sentia sua própria carne ser furada e queimada ao mesmo tempo. Ela aguardava impaciente pela resposta.

Marina segurou o ombro da irmã, parando-a – Temos que ir.

Mônica bufou raivosa e decepcionada por ter sido interrompida, puxou a faca que havia cravado na coxa do homem, sem nenhuma cerimônia, fazendo a perna dele minar sangue. Fred gritou novamente ainda mais alto.

Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos MortosOnde histórias criam vida. Descubra agora