CROSSOVER - PARTE 3
O grunhido dos ''famintos'' era quase ensurdecedor e ecoava dentro da fábrica de geradores, assim como o barulho de metal contra metal que o único portal do lugar fazia ao bater no armário de ferro usado como barricada. Não havia outra saída. O grupo que nos surpreendeu, permanecia desconfiado, como se fossemos ataca-los a qualquer momento. Também tínhamos uma apreensão quanto a eles e por isso nos mantínhamos afastados.
- O que faremos? - Lobo Selvagem perguntou a Águia.
- Ainda estou pensando, rapaz. Paciência é uma virtude. - ele respondeu.
- Como sabiam que não estávamos sozinhos aqui quando entramos? - perguntei.
- Vimos o carro militar estacionando lá fora. Pensamos que fosse o cara que está com a Stella. - Pente Fino respondeu, tirou uma garrafa d'água da bolsa e a sorveu em grandes goles.
- Eu não confio nem um pouco nelas. - Lobo Selvagem as observara, uma mão estava instintivamente segurando a pistola no coldre em sua cintura.
- Temos que nos preocupar em sair daqui, depois pensamos no que fazer com elas. Não representam grandes ameaças no momento. - Benny disse.
O grupo vindo de Fernando de Noronha verificava seu armamento e munição taticamente, eram ágeis e se comunicavam entre si, falando apenas o necessário. A todo o momento nós as pegávamos nos observando. O mesmo fazíamos com elas. Fomos apresentados a elas, mas a desconfiança de um primeiro momento ainda permanecia.
Ouvimos alguém bater à porta. Era uma batida alta e insistente.
- Mãe, mãeeeeeee, tiaaaaas, vocês tem que dar um jeito de sair daí agora. - uma voz feminina e jovial gritou do outro lado, logo em seguida, ouvimos disparos de arma de fogo.
- É a Jaque? - Marina perguntou a Mônica.
As duas se encararam preocupadas.
Elas correram de encontro à porta e tentaram abri-la, mas Lobo Selvagem as impediu.
- Há muitos mortos lá fora, não podemos correr o risco de...
- É a minha filha que está lá fora. Sai da minha frente. - mas Lobo Selvagem se manteve irredutível. - Você é pai, garoto? - ela o questionou.
- Meu filho nascerá daqui a alguns meses...
- Então você sabe que faria tudo para mantê-lo seguro, não é? Daria sua vida por ele? Pois eu daria a minha por aquela garota que está lá fora. Agora, ou você sai da minha frente ou eu te tiro da minha frente, você escolhe. - Mônica sacou a pistola do coldre, as outras duas mulheres fizeram o mesmo.
Lobo Selvagem imprecou um xingamento e se afastou da porta. Marina e Andressa arrastaram o armário que servia de barricada, mas o portão continuou emperrado. Elas encararam Lobo Selvagem.
- Só colocamos esse armário 'pra' barrar o portão. - ele disse confuso.
- Jaqueline, o que faz aqui? - Mônica perguntou, preocupada, ao olhar através de uma fina fresta do portão.
- Mãe não há tempo para explicar. Temos um problema.
De dentro do prédio, ouvimos o bipe de um relógio.
- Se afastem, é uma bomba. - Águia gritou e poucos segundos depois ela explodiu.
O estrondo foi enorme e tremeu tudo. O calor da explosão tomou conta do lugar. A fachada do galpão desabou em cima de nós.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário De Um Apocalipse Zumbi - O Despertar Dos Mortos
HorrorAquela era para ser mais uma manhã pacata na vida de Melina Reis. Ela se preparava para uma entrevista de trabalho quando percebera que estava vivendo um Apocalipse Zumbi. As pessoas que ela costumava conhecer começaram a agir de forma irracional. S...