2. the fight

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ANNE ON

Quando estava perto das 23 horas fui até o canal, estava vestida com uma calça masculina e uma blusa branca com suspensórios assim como todos os outros ao meu redor, única diferença entre mim e eles é que todos eram homens. Estava sentada em um bloco de feno fumando um cigarro quando os Shelbys chegaram.

Os olhos do ruivo cujo nome eu ainda não havia descoberto procurava pelos meus, quando nossos olhares se cruzaram, na escuridão, em um lugar sujo cheio de desconhecidos perigosos foi quando eu senti. Não sei definir em palavras... Apenas um frio na barriga e um arrepio de me fez estremecer e arrepiar.

Caminhei até onde o garoto estava sem desviar meus olhos dos seus.

— Ela? Finn, eu não vou baterei nela.

Finn. Esse era seu nome?

— Você não precisa fazer nada, mas eu vou bater em você, se quiser apanhar a escolha é sua — Falei, sem medo algum.

Todos me encararam perplexos.

— Você é atrevida demais sabia?

— Escuto muito isso. Vamos fazer isso ou não? — Falo com um sorriso desafiador no rosto.

Pude observar o rosto de Arthur ficar roxo de raiva, ver ele bravo apenas estava deixando as coisas mais divertidas para mim. O mais velho tirou seu paletó e sua arma e colocou em uma mesa, então se abaixou e pegou uma faca de sua meia.

— Você é um Peaky Blinders e só carrega duas armas? — Digo com um tom irônico.

— Você carrega quantas? — Ele diz sarcástico.

— Vejamos... 1 — Digo, tirando um pote com arsênico do meu bolso da calça — 2... 3... 4 — Tiro algumas facas dos meus bolsos — 5... — Tiro minha arma do meu cinto — 6, 7 — Tirando duas facas dos elásticos em cada perna — 8... 9 — Digo tirando mais um pote branco do meu sutiã e meu colar. — Só 9. — Digo dando os ombros.

Pude ver a cara impagável de Finn e Arthur.

— Podemos? — Digo estendendo o braço como um convite para começarmos a luta.

Caminhamos alguns passos e as pessoas formaram um círculo em nossa volta. Pude ver todos apostando até que Tommy disse:

— Ok! Chega de apostas, vamos começar isso.

Ele estende um cantil de uísque para Arthur, que toma um gole e me estende, eu tomo um gole e alcanço para o mais velho novamente. Burburinhos começam a nossa volta e eu cuspo em minha mão e a estendo, o mais velho faz o mesmo e apertamos as mãos, antes de o apito tocar olho para Finn pelo canto do olho e tudo parece ficar em câmera lenta. Alguém apita  me tirando do transe e dou alguns passos para trás e assumo a posição inicial.

Arthur tenta dar um soco, mas eu me desvio rapidamente e seguro seu braço e o puxo em minha direção e soco seu estômago repetidamente ate ele se soltar e me empurrar me fazendo cair de costas. Como uma besta ele veio para cima de mim e eu chuto seu tornozelo o fazendo desequilibrar me dando tempo para levantar.

— Você consegue fazer melhor que isso! — Eu provoco.

Ele vem para cima de mim e acerta um soco em minha barriga e em meu rosto, efetuando um pequeno corte em minha boca, quando ele ia dar mais um soco em meu rosto, me abaixo o fazendo desequilibrar e cair de costas com força, o mesmo ficou no chão por alguns segundos para recuperar o fôlego e ao se levantar e tentar me atingir novamente ele erra, estava obviamente muito tonto, então atinjo seu nariz e ao perceber estar cambaleante eu terminei o golpe com um chute em seu peito, o obrigando a cair e não se levantar mais, colocando minha perna sobre seu peito com força.

O lugar ficou um silêncio, então assoprei o cabelo do meu rosto e lancei um olhar malicioso para Finn que sorriu. Alguém apitou e declarou a luta como ganha. Eu me aproximei do corpo de Arthur e estiquei minha mão, ele hesitou antes de pega-la e se levantar.

— Você lutou bem, não tão bem quanto eu, mas bem.

Eu sorrio e ele abaixa a cabeça como se estivesse envergonhado. Enquanto eu me afasto para pegar minhas coisas Finn vem falar comigo.

— Eu nunca vi uma luta com o Arthur que acabasse tão rápido assim... sem a outra pessoa morta.

Sorrio e percebo seus olhos me encarando por inteira.

— Eu falei ser boa, e sinceramente acreditei que iria ser mais difícil. — Digo, rodopiando minha faca e guardando no elástico da calça de volta.

— Porque você tem tantas facas, e como aprendeu a lutar desse jeito? — Ele pergunta ansioso.

— Longa história, fica para outro dia.

— Quer sair daqui? — Ele sussurra em meu ouvido.

— Depois a atrevida sou eu. — Falei com uma sobrancelha levantada.

— Um drinque. Para comemorar sua vitória.

— Porque não, certo? — Respondo, hesitante.

Caminhamos até um pub próximo que estava cheio e ao entrar todos me encaram e ficam em silêncio até que o barman se aproximou.

— Mulheres não são permitidas no bar...

— Bom... vai fazer o quê? — Falei com um tom ameaçador e avanço para cima do barman.

— Calma, calma. Ela está comigo. — Finn disse entrando em minha frente.

— Oh! Desculpe senhor eu não sabia.

O homem diz e se afasta rapidamente. Finn começa a caminhar e se senta em uma cadeira no balcão e eu faço o mesmo. 

Damned Souls | Finn ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora