Damned Souls | Finn Shelby

6. kiss

》FINN ON

Nossos lábios se formaram em um beijo doce por alguns instantes, antes da garota se afastar e instantaneamente adormecer, fiquei na cama com ela por alguns minutos, para ter certeza que não acordaria, tirei sua blusa ensanguentada e a joguei fora, e coloquei uma camisa limpa com cuidado, evitava olhar para seu corpo, pois se algum dia algo acontecesse entre nos eu gostaria que ela concordasse. Mesmo assim não pude deixar de reparar nas marcas e cicatrizes que cobriam quase todo seu corpo, depois tirei a calça suja e a cobri com várias cobertas.

Em seguida fui até a sala, tomei um gole do uísque que tinha em cima da pia e me joguei no sofá sem acreditar no que havia acontecido. Não conseguia desligar minha mente, ficava pensando em seu toque, seus lábios contra os meus, seu corpo tão belo... Ela por inteiro.

》ANNE ON

Ao acordar de manhã me vi como não via a tempos: em uma cama quente e macia, cheia de cobertas e totalmente confortável. Queria ficar lá para sempre, mas lembrei que não podia, então me levantei devagar e sai do quarto, reparando em todos os detalhes do pequeno apartamento. Meu pé havia melhorado, mas meu ombro ainda doía. Ao chegar na sala, observei o garoto dormindo por alguns segundos quando ouvi a campainha tocar, então me aproximei do garoto.

— Finn! A campainha ta tocando, acorda! — Falei enquanto o remexia com a mão, mas o garoto não acordou então eu abri a porta.

Ao abrir a mesma, me deparei com um rosto familiar: Tommy.

— Bom dia. — Ele falou me encarando de cabeça a pé, e eu o olhei confuso.

— Bom dia? — Foi nesse momento que percebi que estava só de blusa — Ah!... — Corei e comecei a coçar a nuca.

— O Finn está? — Ele diz, colocando as mãos no bolso.

— Sim, ele dormiu ao sofá — Falei abrindo a porta e dando espaço para o mais velho passar.

— Então se ele dormiu ao sofá, vocês não...

— NÃO, não a gente... — Começo a rir nervosa — Ok vou me trocar. — Falei envergonhada.

Fui em direção ao quarto e coloquei uma calça qualquer que vi e dei uma ajeitada em meu cabelo antes de respirar fundo e voltar a sala, ao chegar na mesma, Tommy estava abaixado, dando tapas no rosto de Finn, até que o garoto acordasse.

》FINN ON

Acordei com Tommy dando tapas em meu rosto, sento rapidamente no sofá e vejo Anne segurando a risada em um canto e fico tímido.

— O que você ta fazendo aqui? — Pergunto para Tommy.

— Polly pediu para eu buscar você e ela, mas se eu soubesse que vocês dormiram juntos eu...

— Nos não... — Anne e eu falamos em um uníssono e Tommy nos entreolha.

— Bom... Eu não ligo, esperarei no carro, estejam lá em 10 minutos.

O mais velho se afasta e fecha a porta, deixando um silêncio constrangedor no cômodo.

— Bom dia. — Digo e me levanto.

— Bom dia. — A garota diz — O que aconteceu depois da gente chegar no apartamento ontem? Eu não lembro de nada. — Ela termina e a ficha cai: ela não se lembra do nosso beijo.

— Hum... Coloquei você na cama e troquei suas roupas ensanguentadas por umas limpas e fui direto para o sofá dormir.

— Eu não fiz nada de estranho né?

— E-estranho? Não, você foi totalmente normal — Digo nervoso.

Ela afirma com a cabeça.

— Vou te emprestar umas roupas ok?

— Claro.

Eu a guio para o quarto e separo uma calça preta, uma blusa de botão branca lisa, suspensórios e um coturno antigo. Em seguida saio do quarto para a garota se trocar, e vou até á cozinha.

"Ela não se lembra de nós? Merda!"  Pensei enquanto dava um gole na garrafa de uísque que estava ali.

— Um pouco cedo para isso, não acha? — Eu me viro e Anne estava apoiada na parede, a olhei de cima a baixo, ela estava com um coque frouxo e as roupas que havia lhe emprestado e um sorriso.

— É... é. — Respondo seco e vou até o quarto.

— Ah... Está tudo bem? — Ela pergunta

— Sim, porque não estaria?

— Não sei, você ta estranho...

— Sou estranho de manhã. — Eu digo e tiro a camisa, fazendo ela virar de costas envergonhada.

— A-Ah... Porque Tommy quer que voltemos lá hoje? — Ela diz e eu vi que ela espiava meu abdômen pelo espelho em sua frente.

— Talvez para você nos dizer onde te levaram ontem. — Coloco uma camisa e me aproximo. — Sabe, você não precisa olhar de canto. Se quiser é só pedir. — Sussurro em seu ouvido e lanço um olhar malicioso para a garota que cora e abaixa o rosto.

Em seguida eu me afasto e volto para a sala e a garota me segue.

— Está pronta? — Pergunto, pegando um casaco e alcançando um para a garota que afirma com a cabeça.

Então saímos juntos do apartamento e a guio até o carro de Tommy, abrindo a porta para a mesma.

— Vocês estão atrasados. — Tommy diz e eu faço uma careta. — É bom te ver com roupas, Anne — O mais velho diz olhando para a garota pelo retrovisor, a mesma ergue uma sobrancelha, revira os olhos e ri.

Dirigimos até a casa de apostas em silêncio e ninguém havia chegado ainda.

— Atrasados, certo? — Pergunto para Tommy com um tom de sarcasmo e o mesmo dá de ombros.

Alguns minutos depois os principais membros chegaram, então começamos a reunião. Pude perceber olhares estranhos para Anne, que parecia não se importar.

— Já que estão todos aqui, vou chamar ele. — Lizzie diz e se afasta, segundos depois Tommy aparece.