》ANNE ON
De tarde, fomos juntas ao cemitério. Eu gostava de ir a cemitérios, havia uma certa beleza naquele lugar com uma energia tão pesada onde tantas despedidas já aconteceram. Apenas alguns parentes da família do meu pai se importaram de aparecer, a cerimônia inteira senti o peso de saber que ele só estava ali por minha culpa.
— Você vai voltar para casa conosco? — Minha irma diz, chamando um táxi.
— Não... eu já tenho um lugar.
— Ah... você deveria nos visitar mais.
— Eu vou. — Digo abracando a mesma e dando um beijo no rosto da minha mãe que entra no carro.
— Eu sei que não parece, mas ela sente sua falta. — Scarlett diz e sorri para mim. — E eu também.
Em seguida a mulher entra no carro e eu aceno enquanto o carro se afasta, em seguida olho para trás e observo a cova recém-cavada do meu pai, respirei fundo dizendo a mim mesma que era melhor assim, a vida de minha mãe e minha irmã está bem melhor sem ele, ele não faria falta alguma. Eu esperava. Peguei o bilhete com o endereço de Polly do meu bolso e o encarei por alguns segundos antes de caminhar até um ponto de táxis. Entrei no carro e segui até a rua, era um prédio comum, não muito longe da casa de apostas. Peguei a chave debaixo do tapete e entrei no apartamento.
— Oi, Polly? — Pergunto fechando a porta.
Como não há resposta eu caminho em um corredor que leva até a sala, em cima da mesa tem um bilhete.
"Anne, se você chegou e eu ainda não estou aqui fique a vontade, seu quarto é a próxima porta a direita. — Polly"
Eu leio e sorrio, guardado o bilhete em meu bolso e seguindo para o meu quarto. Era de tamanho médio, havia uma cama de um lado da parede e do outro havia um armário, tinha uma mesa do lado da porta e uma janela com vista para os prédios vizinhos. Em cima da cama havia toalhas e cobertas, joguei minha mala no chão e me sentei na cama respirando fundo, estava exausta. Caminhei pela casa até achar o banheiro, entrei e tomei um banho rápido e coloquei uma calça preta e camisa de flanela, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo solto e caminhei até a sala, me sentando no sofá e olhando em volta.
Olhei no relógio da parede, era 18 hrs. Já estava tarde e Polly ainda não havia chegado, comecei a ficar preocupada, mas tirei minha mente disso, lembrando em como havia chegado ali, tudo que acontecera em tão pouco tempo, me trazendo para uma vida que nunca havia imaginado fazer parte. Me fazendo conhecer tantas pessoas novas, tantos sentimentos nunca experimentados... Polly abriu a porta me afastando dos meus pensamentos.
》FINN ON
Olhei no meu relógio de pulso, era 01:30, havia passado quase o dia inteiro bebendo em um bar, não podia aceitar que havia deixado ela ir novamente, mesmo após de eu ter prometido que nunca faria isso novamente.
— Mais um. — Digo, virando o resto do uísque do copo e o garçom coloca mais bebida.
— Você não pensa que deveria ir mais devagar? — Uma voz feminina pergunta atrás de mim e eu me viro.
— Ah... é você. — A garçonete que eu havia dormido no dia anterior me encarava.
— Sim, amor quem você pensou que fosse? — Ela diz sorrindo e se sentando ao meu lado.
— Não me chama disso.
— Oque? Amor?
— É, você não é nada para mim.
— Ai! Isso machuca sabia? — Ela diz forçando uma cara triste.
— Eu não ligo. — Viro a bebida e deixo algumas notas no balcão antes de me afastar.
— Não foi o que você falou ontem a noite. — Ela segura meu punho e lança um olhar malicioso.
Eu puxo meu braço de volta, revirando os olhos e caminhando para fora do bar. Estava zonzo, minha vista girava e eu sentia que poderia cair e desmaiar a qualquer momento. Caminhei cambaleando até a casa de apostas que não era muito longe, abri a porta com a minha chave ao entrar estava tudo escuro, caminhei tropeçando em algumas cadeiras até me deitar sobre a mesa e adormecer sem que perceba.
De manhã, acordo com passos perto de mim, me sento rapidamente tentando reconhecer onde estava, os passos se aproximam e as memórias de ontem voltam a minha mente.
— Ei! Oque você tá fazendo aqui? — Olho para o lado e vejo Tommy me encarando.
— Pelo visto eu dormi aqui.
— Finn!
— Não enche o saco eu estou de ressaca.
— Você foi encher a cara porque ela te deixou?
Eu olho para o mais velho sem saber como responder, mas meu olhar me entrega.
— Supera, quem fez a merda foi você, apenas aceite.
— Você acredita que eu não sei disso? — Digo saindo de cima de mesa e aumentando meu tom de voz. — Você pensa que eu não me importo com ela? Que eu não estou extremamente arrependido?
— Não parece.
— Oque isso quer dizer? — Me encolho um pouco.
— Ao invés de estar demonstrando isso, está em bares ficando bêbado ao invés de enfrentar seus sentimentos.
— Então o que eu deveria fazer? Falar com ela? Eu já tentei, ela não quer me escutar.
— Então faça ela escutar.
Eu concordo com a cabeça e tenho uma ideia, sorrio em direção ao homem antes de correr em direção a porta.
— Finn, espera! — Eu me viro e encaro o homem. — Lembra quando você disse querer casar com uma moça e eu falei para encontrar uma mulher que odiasse a vida ao invés de amar?
— Sim... — Eu digo confuso.
— É ela. — Eu sorrio sentindo aquelas borboletas novamente, como eu havia sentido falta daquele sentimento.
— É ela. — Sussurro olhando para baixo ainda sorrio e olho para Tommy uma última vez antes de sair do lugar e correr em direção a rua da Polly.
Bato na porta e Polly atende.
— Finn, oque você...
— Anne! Eu preciso falar com ela, agora. — Eu exclamo e a mulher me olha estranhando.
— Ah...ela acabou de sair, foi comprar roupas, quer deixar um bilhete?
— Bilhete? Claro sim! — Digo entrando no apartamento da mulher e seguindo até a sala.
— Aqui. — Ela me entrega papel e caneta, e volta ao seu quarto.
Eu me sento e começo a escrever tudo que sinto por ela, todas as coisas bobas que achava extremamente ridículas entre casais, todos os sentimentos que prometi que nunca experimentaria, cada desejo, cada toque, cada sensação que havia tudo com ela, tudo aquilo de repente não parecia bobo ou clichê, parecia apenas amor, da mais sincera e pura forma.
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Damned Souls | Finn Shelby
FanfictionAnne conheceu Finn de uma maneira inusitada, logo se tornaram próximos, a menina conta com muitas habilidades úteis para a gangue dos Peaky Blinders, contratada por Tommy, ela começa a trabalhar junto a Finn. Porém uma proposta de um inimigo em comu...