》ANNE ON
O garoto faz um sinal para o barman que se aproxima.
— Um uísque para mim e para ela...
— Sua pior tequila.
O homem olhou estranho para mim e logo se retirou. Finn me encarava com olhos curiosos.
— Acabei de perceber que as únicas coisas que sei sobre você é que gosta de tequila ruim e sabe lutar incrivelmente bem.
Eu sorri de canto e peguei um cigarro do meu bolso, ofereci um para o garoto que aceitou. Peguei meu isqueiro e ele aproximou o rosto com o cigarro nos lábios, eu acendi o mesmo olhando em seus olhos que me penetravam, e em seguida acendi o meu. Dei uma tragada longa antes de falar.
— Meu nome é Anne.
— Prazer Anne... — Ele estende sua mão e eu o cumprimento. — Meu nome é...
— Finn. Sei quem você é. — Digo, o interrompendo.
Ele me encarou sem reação até o garçom chegar com nossas bebidas. Ele colocou o copo de uísque na frente do garoto que imediatamente deu um gole, e em seguida o homem serviu um shot de tequila e, ainda encarando Finn eu disse:
— Deixe a garrafa.
— Mas está cheia. — O barman diz.
— Exatamente.
O homem pareceu surpreso e se afastou. Virei de uma vez sem fazer careta e o garoto apenas me encarou. Conversamos por algumas horas, quando decidimos ir embora a garrafa de tequila estava vazia e nos dois estávamos bêbados. Ao sair do pub o vento frio tocou meu corpo inteiro, me fazendo arrepiar. O garoto me cobriu imediatamente com seu casaco.
— Que cavaleiro! — Falei com um tom de ironia.
— Posso te acompanhar até em casa?
— Ahn... eu não posso voltar para minha casa, eu fugi.
— Onde você mora então?
— Depende do dia. Com um dinheiro que ganhei posso pagar um hotel para algumas noites, mas nem sempre é assim.
— Porque não passa a noite no meu apartamento?
Sorrio e ele me olha maliciosamente.
— Obrigada, mas não, te vejo por aí.
Dei alguns passos para trás antes de me virar e começar a caminhar, senti seus olhos me encarando por inteira e por alguns segundos eu quis voltar, até que ao olhar em minha volta vi alguns homens de terno que se aproximavam, imediatamente eu congelei.
— Finn. — Sussurrei sem perceber, acreditando haver gritado. — FINN! — Eu gritei e comecei a correr em sua direção.
Enquanto corria ouvi os passos dos homens atrás de mim, estava a apenas uns 10 metros de Finn e mesmo assim parecia estarmos a quilômetros de distância, tudo ficou em câmera lenta quando vi alguns homens indo em direção ao garoto e lutarem com ele até que quando estava me aproximando, um deles deu uma coronhada em sua cabeça o fazendo cair e desmaiar, no mesmo momento parei e percebi estar cercada, não havia escapatória.
Um dos homens chega por trás e me agarra, eu começo a me remexer bruscamente até que ele pega um pano e coloca em meu nariz, o pano tinha um cheiro muito forte e antes que eu percebesse eu apaguei.
Acordei desnorteada, estava em um quarto pequeno e escuro, com apenas uma luz perto do meu rosto. As paredes eram verdes e estavam descascando, mostrando por baixo uma tinta preta, o chão era de cimento e tinha um aspecto sujo, estava com as mãos amaradas as costas e meus tornozelos amarrados ao pé da cadeira. Havia um homem de terno, pude notar estar armado em minha frente, mas percebi que a porta estava atrás dele. Levantei minha cabeça e percebi uma silhueta masculina no canto da parede.
— Olha quem acordou! Bom dia bela adormecida. — Um homem com sotaque diz.
A silhueta se aproximou da luz, revelando-se um homem de meia-idade, com um terno obviamente caro e um chapéu, com um palito de fósforo entre os lábios, o homem me analisava de ponta a ponta.
— O que você quer? — Perguntei seca.
— Informação. E você vai nos dar de um jeito ou de outro, porque não é uma boa moça e nos diz oque quisermos saber?!
— Porque eu faria isso?
— Porque se não... — O homem parado a porta alcança uma faca ao homem de chapéu, que se aproxima e toca meu rosto delicadamente com a mesma. — Vamos te machucar, muito. E eu odiaria estragar esse rosto tão belo... — Ele completa.
— Eu não vou te falar nada. — Digo afrontando.
— Você nem sabe oque quero saber.
— Eu não ligo. Você não me assusta. — Falei com um olhar desafiador em direção ao homem.
Ele se aproxima do meu ouvido e pude perceber as iniciais "Luca C." Gravadas em seu terno.
— Todos dizem isso, até estiverem implorando de joelhos para a morte. — Ele diz e eu me arrepio.
— Eu não sou como todos! — Falo alto e em seguida cuspo no rosto do homem. — Além disso, não há nenhuma dor no mundo que eu já não tenha sentido.
— É o que veremos. — Ele diz, limpando o rosto com a mão e me olhando com um olhar cheio de ódio antes de sair do quarto.
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Damned Souls | Finn Shelby
FanfictionAnne conheceu Finn de uma maneira inusitada, logo se tornaram próximos, a menina conta com muitas habilidades úteis para a gangue dos Peaky Blinders, contratada por Tommy, ela começa a trabalhar junto a Finn. Porém uma proposta de um inimigo em comu...