》ANNE ON
Ao acordar na manhã seguinte com o sol batendo em meu rosto eu me senti inteira pela primeira vez em anos, Finn ainda dormia em meu lado, sua respiração era leve e seu rosto adormecido revelava uma expressão que nunca havia visto antes no garoto: paz. Ele sempre estava preocupado ou ansioso por algo, mas não naquela manha. Eu poderia ficar naquela cama para sempre, por alguns momentos tudo ficou bem, mas não durará para sempre, nunca dura.
— Bom dia. — O garoto diz com os olhos entre-abertos.
— Bom dia — Digo e me aconchego mais perto de seu corpo.
— Você acordou há muito tempo?
— Não, a apenas alguns minutos.
— Que bom! Você me encarando já estava começando a me assustar. — Ele diz rindo e eu o empurro e fingo irritação.
— Você fica linda quando acorda. — Ele diz, ainda sorrindo e eu sorrio sem graça.
— Eu preciso ir... — Ele diz e eu murmuro e o puxo para perto de mim.
— Não... — Digo e começo a beija-lo suavemente.
Ficamos trocando caricias por alguns minutos ate que sinto sua ereção contra minha barriga e me afasto.
— Quer saber? Você precisa ir. — Digo irônica e me sento na cama colocando uma blusa que estava jogada no chão.
— Posso me atrasar mais um pouquinho... —Ele diz e me puxa pela cintura para perto de si e volta a beijar meus lábios.
— Hm... — Ronrono e aproveito cada segundo antes de me afastar novamente. — Não! Você tem que ir. — Digo dando tapinhas em sua perna e provocando o mesmo.
— Serio isso? — Ele diz irritado.
— Não se preocupe, eu vou te recompensar. — Digo dando um sorriso malicioso.
Ele sorri de volta e levanta para se trocar.
— O que você vai fazer hoje? — Ele pergunta ajustando seu cinto.
— Nada eu acho... — Digo distraída enquanto admirava seu abdômen exposto.
— Venha comigo para o trabalho — Ele se aproxima e acaricia meus braços.
— Porquê? Eu não trabalho lá e ninguém gosta de mim naquele lugar.
— A Polly gosta. — Eu sorrio. — Além do que você pode me fazer companhia. — Ele completa e eu concordo relutantemente.
Após terminarmos de nos arrumar seguimos ao escritório de Finn, quando chegamos, percebi alguns olhares estranhos em minha direção, porem o garoto não percebeu e fomos até sua sala, ele tirou meu casaco e pendurou em um cabide com o seu. Em seguida se sentou na cadeira em frente a minha.
— Finn... Porque você esta me tratando assim? — Pergunto e olho pela janela, o dia estava nublado como todos os outros, mas algo no ar o deixava com um clima melancólico.
— Assim como? — Ele pergunta, preocupado.
— Bem. Ninguém nunca é tao legal assim comigo. — Digo sem graça.
Ele me olha confuso e como se pudesse me ler ele parece entender o que eu quis dizer.
— Por que gosto de você. — Ele diz sorrindo.
Passamos a manha juntos, eu o ajudava com algumas contas que ele não sabia como fazer e escrevia cartas para pessoas que nem conhecia sobre assuntos que não fazia a menor ideia do que eram.
— Vamos almoçar? — Ele diz olhando em seu relógio e eu afirmo com a cabeça.
Em seguida pegamos nossos casacos e seguimos até um restaurante próximo, no caminho, nossas mãos se roçavam e eu esperava que ele a segurasse, mas nada. Ao chegarmos nos sentamos em uma mesa próxima à janela, olhei ao redor e como sempre fazia, observei os detalhes. O lugar se parecia como uma lanchonete, porém mais elegante, com as mesas de granito branco e as cadeiras de madeira preta que davam um ar misterioso ao lugar. As lambadas brancas iluminavam um pouco mais o ambiente, e além da gente, havia apenas mais dois casais no lugar. Peguei o menu e comecei a ler.
— Vinho? — O garoto pergunta enquanto faz um sinal para uma garçonete que se aproxima rapidamente.
— Claro. — Respondo e sorrio para o mesmo.
— O que vão querer? — A garçonete pergunta encarando Finn.
A moça com cerca de 20 anos era atraente, morena e o uniforme a deixava com um decote imenso e ela apertava seus braços contra seus peitos o deixando maiores ainda, ela mordiscava o lábio e o encarava nada discretamente enquanto esperava a resposta do garoto.
— O que você quiser eu pedirei também... amor — Digo entregando o cardápio para a garota e lhe lanço um olhar ameaçador enquanto sorria.
— Hm... Que tal dois bifes grelhados? — Ele diz confuso e sem perceber oque estava acontecendo.
— Pode ser, e vinho também! — Respondo virando o olhar e colocando minha mão sobre a sua que estava sobre a mesa, o garoto que me olhava sem entender.
— Ah... Sairá em alguns minutos. — Ela diz anotando os pedidos e se afastando.
— O que foi isso? Fala serio... — Digo rindo sem acreditar no que havia acontecido e afastando minha mão da sua.
— Amor? O que foi isso digo eu!?
— Você não percebeu? — Pergunto surpresa e o garoto arquea as sobrancelhas. — Ela estava claramente dando em cima de você! — Falo baixo como se fosse algum segredo.
— Isso quer dizer que você esta com ciúmes? — Ele diz com um tom convencido.
— C- ciumes? Não! Nem somos nada... certo? — Pergunto me arrependendo imediatamente e ele me encara por alguns segundos e hesita antes de responder.
— É... claro. — Ele desvia o olhar antes de responder e um clima tenso se instala no lugar.
Observo seu rosto, nunca havia percebido o quão lindo ele é, suas sardas parecem constelações, seus olhos marrons me lembram correr na terra, seus lábios têm o tamanho perfeito para se encaixar com os meus. Ele me faz com que eu me sinta em casa. Naquele momento nenhuma palavra poderia descrever meu sentimento, eu aproximei minha mão da sua e ele me encarou novamente. Ele sabia oque eu queria dizer, sem ter que dizer. Nos eramos algo sim, não sei exatamente o que, mas era definitivamente algo.
Nota da autora:
eu >amei< esse capitulo, o final me deixou bem boiola!! Ficou bem mais longo que os outros, então me digam se vocês preferem capítulos mais longos ou mais curtos, ansiosa para escrever mais, beijos!
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Damned Souls | Finn Shelby
FanfictionAnne conheceu Finn de uma maneira inusitada, logo se tornaram próximos, a menina conta com muitas habilidades úteis para a gangue dos Peaky Blinders, contratada por Tommy, ela começa a trabalhar junto a Finn. Porém uma proposta de um inimigo em comu...