17. mission pt.2

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ANNE ON

O homem soltou o garoto quase deixando o mesmo cair e sacou sua arma.

— lei è la ragazza della banda! — O homem diz para os outros.

Porém, antes que eles pudessem fazer qualquer movimento peguei o canivete do meu sutiã e jogo em direção ao seu ombro que o perfura e faz o homem cair, o garoto tenta pegar a arma dele, mas o outro capanga sobre em cima dele e começa a espancar o mesmo, eu me viro para o homem de terno que me olha assustado e acerta um soco em meu rosto, mas em seguida pego a faca da minha cintura e cravo em sua perna e logo a retiro, jogando-a no braço do capanga que espancava o garoto. 

Paro e tento respirar e em seguida corro em direção ao garoto, ele ainda respirava, mas estava desmaiado, escuto passos no andar de cima então pego e arma, checo o pente que está cheio, subo a escada lentamente sem fazer nenhum barulho e passo por cada quarto até ver um que estava com a janela quebrada, com a adrenalina a mil destravo a trava de segurança e entro no quarto com a arma apontada e já pronta para atirar me deparo com um grupo de peaky blinders com a suas armas apontadas para mim também, vi Finn no meio deles e logo abaixei a minha.

— Porra! — Respiro fundo e coloco a mão no peito, tentando controlar os batimentos. — Eu quase atirei em vocês!

— Sua mira é horrível. — Finn retruca e o grupo me acompanha escadas a baixo.

— Serio? — Digo sarcástica apontando para a faca no ombro de um dos homens.

— Tommy disse sem mortes. —  Finn diz e eu me abaixo e puxo a faca do ombro do homem que geme baixinho.

— Viu? Vivinho. — Digo limpando a faca no terno do homem e guardando no elástico da meia calça novamente e Finn me olha orgulhoso. — Por falar neles, onde Tommy e Arthur estão?

— No andar de cima, era para eles entrarem quando a barrar estiver limpa, eles já devem estar vindo.  — Ele diz e se afasta.

— Amarrem eles! — Escuto a voz de Tommy descendo as escadas. —  Bom trabalho Anne. —  Ele diz olhando para os homens caídos e eu faço um aceno com a cabeça e me dirijo ao garoto que havia sido espancado.

— Ei! Você ta bem? —  Digo e ele coloca a mão no rosto.

— Não, mas ficarei. — Ele diz rindo. —  Desculpa por antes... eu não devia ter falado aquelas coisas. —  Ele diz constrangido.

— Tudo bem, quer ajuda? 

— Claro, vamos la fora.

Afirmo com a cabeça e ajudo o garoto a levantar e coloco seus braços em volta do meu ombro e o acompanho até as portas do fundo onde um grupo de garotos conversavam sobre a missão e ao me verem eles começam a bater palmas. Demorei para entender que as palmas eram para mim então eu apenas corei e ri, me aproximei deles e uma onda de comprimentos vieram em minha direção.

— Vocês podem cuidar dele? —  Pergunto enquanto vários garotos se aproximavam e observavam os machucados do garoto.

— Claro, deixa ele conosco... e você foi incrível hoje. —  Um deles diz.

—  Obrigada, só estava fazendo minha parte. —  Digo sorrindo enquanto eles pegam o garoto das minhas mãos. 

— Aqui — Outro garoto me alcança meu casaco e boina e eu agradeço.

— Nós cuidaremos  dele. —  Um deles diz e eu sorrio e olho em direção ao garoto machucado uma última vez que sorri e me laça um olhar de agradecimento.

Eu me afasto e volto para dentro. Os homens já estavam amarrados em cadeiras na sala e os membros da gangue os cercavam.

— Acorda! — Tommy diz batendo no rosto de um dos homens que abre os olhos lentamente. — Vamos conversar. — Tommy diz, pegando uma cadeira e se sentando. — Todos saiam. — Ele ordena e todos começam a se retirar. — Anne, você fica. 

Concordo com a cabeça e me sento em uma poltrona com as pernas cruzadas, sendo assim, ficamos só eu, Tommy e os homens no comodo.

— Eu não falarei nada. — O homem acordado diz.

— Você vai... que tal começarmos com seu nome? — Tommy diz encarando o homem.

— Nunca. — O homem diz e cospe em Tommy, eu fico parada apenas observando a cena.

Tommy se levanta e começa a socar o rosto do homem repetidamente até seu rosto começar a sangrar.

— Nós mostre o que você sabe. — Tommy diz e se afasta e eu me sento na cadeira em frente ao homem com um olhar frio.

— Nome? — Digo seria e o homem ri.

Cagna. — O homem diz rindo.

Te la sei carcata. — Provoco sorrindo e Tommy me encara.

Levanto e pego minha bolsa, pegando o potinho com arsênico e misturando com um pouco de uísque que tinha em cima da mesa.

— Preciso de uma seringa. — Digo para Tommy que sai e pede para alguém procurar.

— Você sabe oque é isso? — Pergunto me sentando novamente e olhando para a mistura no potinho.

— Não ligo. 

— É arsênico. O veneno mais perigoso do mundo, é como as mulheres geralmente gostam de matar seus maridos... — Tommy volta ao comodo. — Eu não gosto do veneno, prefiro algo mais violento, como uma faca ou... — Encaro o homem e sinto um frio na espinha. — As próprias mãos.

— Veneno é a arma dos covardes! — Ele diz e parece amedrontado e em seguida alguém chega com uma agulha e seringa.

— Não... — Sorrio e me levanto — Veneno é a arma dos sem corações. Aguentar enquanto a pessoa agoniza em seu próprio vomito... negar um copo de água para um moribundo em seu leito de morte... não é para todos. — Digo e encho a seringa com a mistura e coloco no pescoço do homem que fica paralisado. — Ultima chance.

— N-não.

— Melhor para mim. — Digo e perfuro sua veia jugular, inserindo o veneno em seu sistema. — Agora você vai falar oque nos quisermos saber, você tem... — Olho no relógio da parede. — 15 minutos antes de seu sistema inteiro começar a colapsar e você morrer. A não ser que eu lhe dê o antidoto.

— Você... está blefando! — Ele diz e eu me aproximo olhando em seus olhos.

— Eu nunca blefo. — Digo e encaro seus olhos assutados por alguns segundos. — Me chama quando estiver pronto. — Digo e me afasto e caminho até o andar de cima, Tommy vem atrás de mim.

— Aquilo era veneno mesmo? — Ele pergunta impressionado.

— Sim, mas não mortal o suficiente, ele só vai passar mal por algumas horas e depois vai melhorar. — Digo sorrindo.

— Bom trabalho — Ele coloca a mão em meu ombro.

— Claro, e se eu fosse você, não deixava eles no mesmo lugar, logo os amigos dele vão acordar.

Ele parece pensativo e me olha como se estivesse orgulhoso e concorda com a cabeça antes de se afastar.

Damned Souls | Finn ShelbyOnde histórias criam vida. Descubra agora