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Meus olhos permaneceram fechados, o sol me bronzeava, e o barulho da água me fazia relaxar, por algumas horas esqueci o meu trauma sobre barcos e aí aproveitei o momento meramente perfeito, ouvi passos perto de mim, Manoban estava ao meu lado, se sentou um pouco mais acima e ficou me observando, dei um pequeno sorriso e fechei os olhos novamente.

- Sabe, é a primeira vez que tenho um passeio assim - ela falou - Sempre estou ocupada com assuntos da empresa, que não tenho tempo para passear e nem respirar.

- Nunca levou ninguém para sair?

- Não, por que eu levaria alguém para sair?

- Porque talvez as coisas funcionem assim, Manoban, se você está afim de alguém, a leva para passear.

- Então acho que nunca tive afim de ninguém. Você é a primeira. Percebi que não seria fácil ter você em minhas mãos, então tive que fazer como todos os outros fazem.

- Todos que queria sempre conseguiu facilmente?

- Sim, todas as mulheres que eu quis uma aventura era fácil, só levar para um restaurante caro, comprar o vinho mais caro, e pronto, lá estavam elas na minha cama da forma que eu queria - arqueie as sobrancelhas - Mas você não caiu nesse truque, então creio que há algo a mais, Jennie.

- Como assim "algo a mais"?

- Talvez o destino não queira que eu te leve apenas para cama, se eu não te levei na primeira taça de vinho, não quero te levar mais para cama. Pelo menos, não agora.

- Que papo mais clichê - brinquei, pois por dentro eu estava tremendo - Você sabe que eu vou voltar para o Brasil em menos de três semanas, não sabe?

- Sim, sei - abri os olhos e me sentei, me virando para ela - Por isso quero e dar a melhor experiência no Reino Unido, para que assim, você possa voltar com mais frequência, e por algum motivo.

- Você seria o motivo? - ela deu de ombros - Então o seu plano des do começo era me levar para cama.

- Sim - respondeu simplista - Mas o meu plano mudou, porra, se só pra poder te dar um beijo eu já tenho que te levar pra passear, imagina te levar pra cama, vou ter que te pedir em namoro ou algo assim?

- Não seja ridícula, Manoban - neguei - Não me levou para a cama na primeira taça de vinho pois eu tenho uma coisa chamada dignidade, e respeito ao meu próprio corpo.

- E algo chamado virgindade também - acrescentou, meus olhos se arregalaram.

- Sim, mas isso está fora de questão.

- Não, você não transou comigo na primeira taça de vinho porque quer que a sua primeira vez seja especial - queria assentir, pois era verdade, não queria que fosse em qualquer lugar, ou com qualquer um, Manoban até a primeira taça de vinho, era uma qualquer para mim - Isso me faz te querer mais, Jennie.

- Me querer mais em qual sentido?

- Você entendeu, gracinha - piscou se levantando e voltando a dirigir o barco - Acho que vai chover - falou olhando para o céu atrás de mim, fiz uma careta e concordei, voltando a olhar para ela - O que foi?

- Estou.. com medo de.. do barco - mordi a parede da minha bochecha direita e encarei Manoban, ela sorriu, sem mostrar os dentes e voltou até aonde eu estava. A mulher me segurou em seus braços e me ajudou a descer ali, apertei a sua mão quando uma pequena onda fez o barco se mover um pouco mais bruscamente do que antes, ela me apertou contra o seu corpo, me senti salva ali - Obrigada..

- Quer que eu te vista? Posso fazer isso se estiver com muito medo.

- Eu consigo, não sou uma criança.

The Colors (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora