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"Jennie"

- Ok, se o dinheiro cair na minha conta até amanhã, entrego o meu quadro em suas mãos.

- Então, quando começo o meu trabalho de modelo particular?

- Hoje mesmo - falei tomando mais um gole do vinho caro que me foi pago, ela sorriu, eu de fato odiava o seu sorriso de canto, por algum motivo ele me deixava com muita raiva, era um sorriso vitorioso, mas ela não tinha nada pelo o qual se vangloriar, se achava que estava ganhando aquele jogo, eu só podia rir - Quero testar alguns outfits em você antes de começar pintá-la.

- Como quiser, gracinha.

- Pare de me chamar disso, é extremamente irritante - revirei os olhos empurrando o prato após acabar a refeição, ela riu.

- Mas combina tanto com você, gracinha.

- Cale a boca agora, ou tenha uma faca no seu pescoço colocada por mim.

- Você me ameaçando é tão bonitinho - respirei fundo duas vezes quando ela inclinou a sua cabeça para o lado, alguns centímetros, e sorriu. Seus olhos prenderam nos meus, e quando aquilo aconteceu, ergui a minha sobrancelha e a encarei com a mesma intensidade, mostrando que eu não tinha medo do seu olhar e nem da sua tentativa de provocação para cima de mim.

Manoban, como assim chamada, tirou um cheque de seu casaco e fez algumas assinaturas, jogando o papel em cima da mesa e se levantando, a observei atentamente enquanto guardava os papéis de valor em seu bolso, franzi os olhos, Manoban não era o seu nome, tinha certeza daquilo. Me levantei também, direcionando para a saída, sabendo que ela me seguia, parecia uma cadela sem dona, aquilo me irritava, não fazia nem vinte e quatro horas que eu a conhecia e a minha maior vontade era jogá-la na frente de um carro.

- Para aonde vamos, Kim?

- Galeria de artes, separei um galpão lá com as minhas telas e com as roupas que quero usar em você.

- Então pelo visto você já tinha a intenção de me contratar como a sua modelo, eu sei, eu sei, sou irresistível.

- Não, eu não tinha a intenção de te contratar, e não, você não é irresistível, você é chata e insuportável - respondi pronta para abrir a porta do carro, mas ela fez isso primeiro, abriu a porta do carro e ficou a segurando para que eu entrasse.

- Posso ser chata, mas pelo menos não sou lesada igual a você, entra logo.

- Vai se foder, Manoban - murmurei enquanto entrava no carro, reclamando ainda mais quando ela entrou e se sentou ao meu lado - Para a galeria de artes galpão D, por favor - dei um meio sorriso para o motorista que assentiu e colocou o carro em movimento.

- Galpão D é o galpão mais afastado dos outros, por que logo esse?

- Gosto de paz para pintar - então ela riu.

- Paz? Você quer ter paz para pintar e me contrata? Ah, gracinha, você nunca terá paz perto de mim.

- Vejamos, coisas que me irrita em você, hum, seus olhos, sua boca, seu nariz, o seu cabelo, o seu perfume, a sua voz, o seu sorriso, já disse que a sua voz me irrita? Então se não quer ver Jennie Kim brava é melhor ficar calada, eu mando e você obedece, entendeu? Caso ao contrário esqueça o meu quadro.

- Uau, parece que o pincher sabe morder - a encarei apenas uma vez, a fazendo parar de rir, e apenas olhar pela janela, mas ainda com o sorrisinho sínico em seus lábios.

- Mais uma palavra sua, Manoban, e nada de acordo fechado. Vou falar apenas uma vez, eu mando e você obedece, fui clara?

- Super clara, gracinha.

- Ótimo.

Não demoramos muito, peguei as chaves do galpão e como a boa cadelinha que Manoban era, logo me seguiu, abri os grande portões de metal e sorri ao ver as amplas paredes de vidro que dava a claridade que eu precisava para pintar, andei pelas telas, verifiquei as tintas, e os looks que eu usaria agora em Manoban, que apenas me encarava parada, encostada em uma das paredes de vidro, provavelmente esperando por minha ordem, parecia que alguém havia domado a sua mente sobre "provocar e mandar" em alguém, parecia bem submissa agora, do jeito que eu queria, calada.

- Venha aqui, Manoban - mandei, e depois de alguns segundos me encarando ela veio, rindo e revirando os olhos. Só que ela se aproximou, se aproximou muito, muito mesmo - Não tão perto - falei quando senti a sua respiração em meu rosto - Da pra parar de ser idiota? Meu Deus, você é tão chata.

- Só hoje você já me chamou de chata duas vezes, gracinha, você ainda não conheceu o meu lado chato.

- Eu falei que era pra você ficar calada, não falei? - a olhei, ela sorriu - Tira o casaco.

- Irá abusar de mim? Hum, parece ser uma mulher de atitute, aonde quer que eu deite? No chão? Ou quer contra a parede? - arregalei os olhos com aquilo, ela riu, apenas retirando o seu casaco e o jogando no chão, meus olhos desceram pelo os seus ombros, usava uma fina blusa de malha, não usava sutiã, conseguia ver isso por seus mamilos excitados e duros, a blusa era branca então conseguia ver os dois montes rosados marcando a presença necessária. Desci mais meu olhar até a sua barriga, lisa, sarada, definida e com uma pequena tatuagem em sua cintura, seus braços magros, ombros largos, mãos e dedos anormalmente grandes.

Pare de olhar imediatamente, Kim.

- Podemos começar com esse vestido - tirei do cabideiro um vestido preto de renda, lhe entregando, ela olhou em volta.

- Não há banheiro aqui então, terei a obrigação de me trocar na sua frente.

- Puta que pariu, você é tão insuportavelmente chata - xinguei a empurrando até uma tela branca embaçada - E ande logo, ainda há muitas roupas na qual provar.

- Claro, claro, gracinha.

Me sentei no banquinho prendendo os meus fios e retirando meu casaco, suspirei e peguei o pincel, misturando algumas cores, logo Manoban estava a minha frente, inclinei a cabeça para o lado e a observei, estava descalça, subi pela as suas pernas malhadas, encontrei o vestido que havia caído bem em seu corpo, a olhei, me encarava de volta, olhos mais intensos que antes, e naquele momento fiquei levemente sem jeito, porém confortável.

- Solte o seu cabelo - e ela fez, levou os dedos até o rabo de cavalo e puxou o elástico que o prendia, seus fios pretos caindo como uma cascata, enrolados na ponta e brilhantes, pude sentir o perfume do seu shampoo, já que uma leve rajada de vento o trouxe de encontro a mim - Bom, muito bom - concordei, pegando uma saia e uma camisa social, colocando na frente do seu corpo - Tente esse.

- Estou vendo que isso será longo.

- Sim, se não gostou é só ir embora.

Sem pronunciar uma palavra ela foi para atrás da tela se trocar novamente. Passamos um longo tempo provando roupas e acessórios, até que meus olhos vagaram para a tela embaçada enquanto ela vestia mais um dos mil vestidos que eu dera, poderia ser errado olhar, mas eu olhei, sem timidez ou vergonha de ser pega por ela, obviamente não conseguia enxergar nada, mas apenas o formato do seu corpo me chamou a atenção, bem desenhado, magro, mas incrivelmente forte, conseguia ver apenas uma pequena linha preta em seu cóccix, o que julguei ser uma fina calcinha, e eu estava certa.

- Pelo o que vejo gosta da visão, Kim - subi meus olhos pela tela embaçada, não conseguia vê-la, mas podia perceber o seu sorriso.

- Sim, gosto, fique aí - mandei pegando a minha câmera fotográfica e descendo do banquinho que estava sentada.

Acho que a nossa sessão começaria naquele segundo.

The Colors (Jenlisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora