𝑫𝒆𝒔𝒑𝒆𝒅𝒊𝒅𝒂

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Aidan Gallagher

Meu polegar desliza suavemente pela as fotos em minhas mãos, que até quatro meses atrás ficavam estampadas na minha parede, junta com as outras

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Meu polegar desliza suavemente pela as fotos em minhas mãos, que até quatro meses atrás ficavam estampadas na minha parede, junta com as outras.

Um fraco sorriso me é arrancado enquanto admirava elas, a primeira que tirei com ela é a minha favorita, nesse dia tínhamos matado aula, e então já estávamos na sorveteria, enquanto eu contava á garota todas as suas qualidades. A foto era estranha, engraçada até. Ela estava fazendo uma careta, a ponta do nariz suja de sorvete. Já eu, forçava uma pose para a foto, mordendo o lábio inferior e piscando para a tela do celular.

Então meus olhos pousam na última foto que tirei com ela, estávamos na festa. A ideia era que ela beijasse apenas a minha bochecha, mas assim que ouvi o click da câmera, eu virei o meu rosto, dando um breve selinho em seus lábios. A foto saiu tremida, mas gosto de guarda-la junto com as outras, em uma breve recordação dela.

Me lembro de como eu costumava passar em uma papelaria qualquer pedindo para revelar todas as nossos fotos, metade delas iam para o meu mural, a outra metade eu dava para você. Me pergunto até hoje se você também pega todas essas fotos e fica as observando, se lembrando de todos aqueles momentos, creio que não.

— Aidan?

A voz da minha irmã ecoa em meus ouvidos e o meu primeiro instinto é desfazer o sorriso e logo jogar as fotos no bolso do meu moletom. O ato não passa despercebido por Maeve que anda em minha direção com um sorriso, tento recuar mas a minha irmã é do meu tamanho, o que já facilita as coisas.

— Quem é a garota? — Ela questiona, deslizando foto por foto nas mãos.

— Não interessa — falo, em um movimento brusco tomo as fotos da suas mãos, lamentando pelas as dobraduras e amassos causados pela a nossa curta discussão recente, tento arruma-las, esticando elas com meus dedos e arrumando as pontas que se dobraram.

— Espera, essa é a filha do delegado? S/n Davis? — A menção do seu pai faz o meu estômago se embrulhar, mas continuo em silêncio — Gosta dela?

— Claro que não, eu gosto da Brittany — esclareço.

Ela cruza os braços, se encostando na mesinha de estudos.

— Não é muito fiel da sua parte namorar uma garota e ficar babando nas fotos de outra.

— Eu não estou babando... — inicio, mas logo desisto do assunto — Porque não vai lá se despedir do velho? Sei que está tão feliz quanto eu com o pedido de divórcio da mamãe.

Não é mentira, ninguém mais suporta o meu pai. Depois dele ter destroncado o meu pulso duas semanas atrás, mamãe colocou um ponto final da situação, expulsando ele de casa. Não posso dizer que está fácil, passar por tudo isso está me deixando aos nervos ultimamente.

— Tem certeza de que não vai me contar? Ainda sou a sua irmã mais velha, que sempre te apoiou.

Suspiro baixinho, jogando o meu corpo contra a minha cama, levo as mãos até o rosto, como se isso fosse me afastar de todos os meus problemas nem que fosse por alguns minutos.

Por fim, encaro a minha irmã, que se sentava ao meu lado, os cabelos castanhos... As milhares sardas espalhadas pelo o seu rosto... Os tempestuosos olhos azuis. As vezes ela nem parece ser minha irmã.

— Mike me pagou para dormir com ela — tento não levar a sério quando Maeve esbugalha os olhos, surpresa — Mas eu fiz besteira, e me apaixonei por ela. E agora, bom. Agora eu acho que ela está saindo com outro cara, e eu não posso fazer mais nada.

Espero que ela me diga algo reconfortante, para me ajudar como sempre fez. Mas minutos depois, quando os seus lábios se abrem para formular uma frase meu pai grita do andar de baixo, nos chamando para o último jantar em família.

— Babaca — murmuro antes de me levantar para descer as escadas.

— Babaca — murmuro antes de me levantar para descer as escadas

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— Ham... — Rob sorri, abafando uma fraca risada — Eu vou sentir falta disso, de vocês.

Olho diretamente para a minha mãe, que fecha os olhos enquanto engole em seco, ignorando as palavras do seu ex marido.

— Tem certeza? Com todo o respeito mãe — digo a ela, deixando claro que não é a minha intenção magoa-la com as minhas próximas palavras — Mas você não parece arrependido de ter se envolvido com diferentes mulheres durante todo o casamento com a mamãe, ou então quando você descobriu que a sua filha favorita não era mais virgem, você se lembra? Da surra que você deu no coitado do namorado dela no ano passado? — ele respira fundo, controlando a respiração, seus olhos estão fixos em seu prato na mesa — Isso não é o suficiente? E quando você me bateu porque eu dormi fora? Também teve o dia em que você invadiu a minha privacidade, bagunçando todo o meu quarto á procura de drogas, e quando não achou, ficou frustado e mais uma vez descontou a sua raiva em mim. Se lembra de quando eu tinha quinze anos e você pagou uma prostituta para tirar a minha virgindade? Dizendo que eu estava virando uma garotinha só porque eu ainda era virgem?

— Já chega! — ele explode, suas mãos batem agressivamente contra o vidro da mesa, fazendo a base tremer — Eu devia ter te mandado para a casa da sua madrinha quando tive a chance. Garoto, eu estou de saco cheio da sua constante falta de de atenção.

Minha mãe grita quando o primeiro soco é arremessado em meu rosto, Maeve leva as mãos até a boca, abafando o choro. Tento me levantar na primeira vez, o que seria um sucesso se eu não tivesse surgido sua mão novamente, acertando um outro soco em meu rosto.

Rapidamente minha mãe agarra a cintura dele, o puxando para trás. Ele me solta e o meu corpo de choca contra o chão.

Tiro as chaves do carro do bolso, dando as costas a todos eles enquanto me dirigia até a garagem, sei que meu rosto sangra, posso sentir leves gotas escorrendo pela a minha bochecha, sei que não é nada grave, mas ainda está doendo.

Quando entro no carro a primeira coisa que me vem na cabeça são os olhos cinzas da garota, balanço a cabeça, afastando esse pensamento.

Em um movimento rápido, giro a chave, dando uma última olhada em meu corte superior, e depois, no meu lábio levemente inchado. Um corte antigo sangra sobre o recente. Mas ignoro a dor agonizando, dando a partida no carro.

Não sabia para onde eu estava indo, mas eu sabia exatamente quem eu queria ver.

𝐁𝐀𝐓𝐇𝐑𝐎𝐎𝐌 》》 Aidan GallagherOnde histórias criam vida. Descubra agora