Todo esse ruído!
Esse imenso ruído!
A confusão do vozerio,
A algaravia dos sons,
Os sons que são gritados
Tão rentes aos meus ouvidos,
A música ubíqua do mundo
Numa sinfonia desarmônica…Tudo isso viola meu espírito,
Conspurca meus pensamentos diariamente
Com uma desfaçatez despudorada…Ah! Mas quando já estou cansado disso
E todos os limites da exaustão foram alcançados…
A desordem e a violência
Transformados em ânsia e estupor…
Então a noite se aproxima…
Vem bela e gélida
E me acarinha com o silêncio…
Esse silêncio que me toma nos braços,
Esse silêncio que é venda para os olhos
Que é mordaça para os lábios
E que me envolve todo…E eu saio para ver as estrelas
E reparo que o mundo que cala é belo,
E que o som que sussurra na noite,
que farfalha,
e que cicia
é uma música nova
Cantada no interlúdio
Entre a agonia da vida e a agonia da morte.
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VISÕES AO CREPÚSCULO
Poetry#COMPLETO Poesias & Reflexões Em versos brancos, uma viagem por este mundo crepuscular em que as coisas lentamente se dispersam para abraçar a escuridão da noite.