Visão No. 39

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Impor-se tanto, impor-se todo
Por devoção cega e excessiva… 
É disso que vem a ruína de todos os românticos… 

Ama…
E ama-te primeiro 
Que o amor para ser dado  
Requer o que o tenhamos… 

E o tenhamos de nós mesmos
A ponto de que a flor que dás
Seja dada por ocasião da alegria 
E não como a que se joga num sepulcro… 

Ama como quem vai ao campo 
E goza a liberdade que retém do vento 
E goza a doçura que aspira das flores
E sorri da graça de sentir-se livre de todos e tudo …

E dá-o, pois, como quem vai ao campo de mãos dadas,
Como quem compartilha a doçura do beijo,
Como quem acha graça de correr livre
E livre dá as mãos a alguém 
Para que saiba que 
A graça da vida está em vivê-la…
E não retê-la!
Não nos detenhamos uns aos outros,
portanto, 
Mas juntos nos libertemos.

E pelo mesmo amor que nos ensinou a unir-nos,
Aprendamos a separarmo-nos…
E mais do que partir,
Aprendamos a deixar partir.

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