Visão No. 45

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Não! Meu canto não é de força desmedida,
Não é o palreio aristocrático dos que se exaltam acima da multidão humana…

É só aquele que guardo no meu peito, 
Jazendo em mim
E vivendo de mim…
E que me lança à objetividade de minha existência… 
 
Lá fora, o que soa 
É não mais que alaridos do ego e das vaidades,
Que não guardam pudor de si,
Mas se mostram como mercadoria barata em qualquer bazar do mundo… 
É seu rumor que lhes põe preço e que os torna venais… 
Mas eu silencio apenas 
e este meu valor despenca
E não que tenha o preço 
de qualquer quinquilharia que se mercadeja… 

Não tenho afinidade 
tampouco com o choro fútil dos que compram, 
com a rebeldia ressentida do desdém
Que desvaloriza tudo pela
Vontade de alcançar coisas inalcançáveis,
Com a virulência dos impotentes 
que erguem dedos em riste
E se atribuem o direito de tomar 
O que não lhes dão… 

Extremos da abjeção 
Que se encontram no infinito círculo vicioso da vaidade e da cobiça,
Que estreitam a existência 
E lhe impõe uma luta perpétua
Entre os de espíritos inflados 
E os pobres de espírito…  

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