Não! Meu canto não é de força desmedida,
Não é o palreio aristocrático dos que se exaltam acima da multidão humana…É só aquele que guardo no meu peito,
Jazendo em mim
E vivendo de mim…
E que me lança à objetividade de minha existência…
Lá fora, o que soa
É não mais que alaridos do ego e das vaidades,
Que não guardam pudor de si,
Mas se mostram como mercadoria barata em qualquer bazar do mundo…
É seu rumor que lhes põe preço e que os torna venais…
Mas eu silencio apenas
e este meu valor despenca
E não que tenha o preço
de qualquer quinquilharia que se mercadeja…Não tenho afinidade
tampouco com o choro fútil dos que compram,
com a rebeldia ressentida do desdém
Que desvaloriza tudo pela
Vontade de alcançar coisas inalcançáveis,
Com a virulência dos impotentes
que erguem dedos em riste
E se atribuem o direito de tomar
O que não lhes dão…Extremos da abjeção
Que se encontram no infinito círculo vicioso da vaidade e da cobiça,
Que estreitam a existência
E lhe impõe uma luta perpétua
Entre os de espíritos inflados
E os pobres de espírito…
VOCÊ ESTÁ LENDO
VISÕES AO CREPÚSCULO
Poesia#COMPLETO Poesias & Reflexões Em versos brancos, uma viagem por este mundo crepuscular em que as coisas lentamente se dispersam para abraçar a escuridão da noite.