Visão No. 12

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Às vezes, há em mim um pesar de não sei quê… 
E nele me detenho sem tédio
E sem expectativas… 

Este pesar é um constatar de coisa alguma, 
Como o de quem anda na neblina
E teme encontrar algo que não vê… 
Por mais que ande, 
Estou a topar com Nada… 

Um pôr do sol há adiante, 
Neste momento que a vida suspira
E chega ao limite do que pode iluminar em mim...
E agora espreito apenas o céu,
A ver se escurece…
E tudo escurece até o Nada,
Que as coisas que contemplo são nada… 
E o anoitecer  lhes põe como que um manto de escuridão 
Que apaga todas as pretensões de serem
qualquer coisa,
O mais que sejam...

E estou sob este manto, 
Oculto de mim mesmo,
Como se vivesse sem constatar-me
E sem poder ver além da tessitura que me pôs por cima a noite… 

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