Está lá e nunca antes me dera conta de haver
Nas nuvens, suspenso o maquinismo estranho
A grande engrenagem cujo aro extenso rodeia a realidade inteira…Está lá como um limite imposto,
A lápis cruel e gélida
Onde se lê de epitáfio o libelo escrito contra mim…
"Deixa para trás toda esperança!"Esta é a celestial máquina dos deuses
A ronda eterna dos zodia
Abaixo das Esferas Harmônicas…
E sob este limite
A existência condenada...
Condenada a ter liberdade mas como se fosse numa prisão…
Condenada a ser bela mas sendo coagida por tantas monstruosidades…Bela em sua feiura…
Reconhecível em sua estranheza…
Rija em sua leviandade…E como condenados a ela,
Condenados à ignorância…
Incapazes de reconhecer a própria culpa…
Culpados de supormos saber
Muito mais do que sabemos…Mas o movimento celestial é preciso,
Seus ciclos infinitos
De eons que se sucedem conforme a inteligência pura da ordem necessária,
Aquela que Testemunha
E Acusa…
Mensura e dá medida a precárias e transitórias existências
Supostas em individualidade falsas,
Em dilemas rasos
E grandes ansiedades…Para que serve tal aberração?
Por que se repetem os seus ciclos?
Por que vidas se replicam sob ela,
Distinguindo-se, mas assimilando-se depois,
Gerando todo dia o mesmo ontem,
De cada contraste, a mesma difusão,
De toda ordem, o mesmo Caos?Esta é a celestial máquina dos deuses,
O Horológio da Moira,
O maquinismo a que dão cordas
As Eumênides filhas da Noite Alta,
Na sua cruel indiferença para com os homens…
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VISÕES AO CREPÚSCULO
Poetry#COMPLETO Poesias & Reflexões Em versos brancos, uma viagem por este mundo crepuscular em que as coisas lentamente se dispersam para abraçar a escuridão da noite.