Visão No. 0

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Já não vejo!
Tudo é meio que essa neblina,
Baça memória das formas de meu desejo...

Eu mesmo
Nada sou diante do espelho...

E essas memórias
Trazem todas as possibilidades de erro...

Por onde fui?
Estive tanto tempo buscando por algo
E hoje, se o busco,
É um pensamento fugidio...

Sorrio...
Que foi feito do dia que já não lembro?
Tenho só o registro de cada sensação,
De cada pensamento
Como se errassem em mim...

Te vi ao certo,
Tenho cada segundo da lembrança
De ter te visto
Mas de ti não me restou nada...

Qual era a cor do teu vestido?
Como estava o teu cabelo?
Sorriste? Choraste? Quem eras?
Foste, no entanto, esta visão errática...
Foste esse ponto em mim iniciado
(Em meu pensamento)
E em mim terminado...

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