Visão No. 20

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Agora que vejo com clareza, 
Percebo a transparência de tudo…

O mundo me tolda como um véu diáfano
E além dele entrevejo 
O ser das coisas, nu e brilhante… 

E tudo está certo, ali onde está.
O que não lhe cai bem por vezes é o que lhe veste… 

Por sobre as evidências puras 
O manto da indigência,
O andrajo que enfeia o que há… 

E há silêncio, 
Pele sobre músculos, 
Músculos sobre ossos 
Com sua beleza que se junta 
E humaniza o carbono inânime…

Há que se amar assim:
Tanto aos fatos 
Como ao Fado!
Há que se amar na carne débil,
Há que se amar ao sol ingente 
Antes que não se possa mais amar...

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