Capítulo 6

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O encontro e a conversa com Elain foi um alívio, mas inúmeras dúvidas tomaram a mente de Azriel quando ele viu Gwyn sorrindo para Lucien. Sabia que Gwyn tinha visto ele e Elain, mas nada havia acontecido. E por que ele estava tão preocupado com o que ela achava?
– Az, você está bem? – Perguntou Feyre, interrompendo o fluxo de pensamentos que chegavam. Ele sorriu e assentiu, dirigindo um olhar a Rhys. Ele sabia o que tinha acontecido, ao se aproximar do grupo Azriel permitiu que Rhys tivesse acesso a sua mente antes que o seu irmão pudesse questiona-lo.
Não preciso ter acesso a sua mente para confiar em você. – Disse Rhys imediatamente.
– Preciso ir. – Disse Azriel. Se despediu de todos e quando estava pronto para decolar, viu o olhar de Elain do outro lado do salão. O encantador de sombra se deteve por um segundo antes de decolar.

 O coração de Gwyn ainda estava acelerado ao atravessar diretamente para a Casa do Vento

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O coração de Gwyn ainda estava acelerado ao atravessar diretamente para a Casa do Vento. Disse a si mesma que a noite foi um sucesso, havia saído da casa, havia cantado em frente a diversas pessoas, mas uma parte de si não se sentia assim. Não importava. Não importava que seu coração estivesse apertado, ela havia conquistado uma vitória e não deixaria que a confusão dos seus sentimentos roubassem sua alegria.
– Gwyn? – Disse Emire ao notar o sorriso da amiga.
– Desculpe... Eu só estou orgulhosa. – Respondeu com um sorriso largo. Era verdade. Ela estava orgulhosa de si mesma.
– Você deveria mesmo, Gwyn! – Disse Mor, parecendo entender. Emire imediatamente abraçou Gwyn.
– Também estou orgulhosa de você! – Antes que pudesse perceber, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ela não lembrava a última vez sentiu lágrimas de felicidade. – Você quer que eu te acompanhe? – Perguntou Emire. Gwyn viu o sorriso da amiga, viu os olhares direcionados a Mor.
– Não precisa... Você deveria aproveitar Velaris, Emire. – Sugeriu Gwyn, em completo tom de inocência fingida. Emire sabia.
– Aproveitar Velaris? Posso fazer companhia a você. – Disse Mor. O trabalho de Gwyn estava feito.
– Nesse caso, desejo a vocês uma boa noite. – Gwyn sorriu e se retirou. Estava decidida a se dirigir ao dormitório das sacerdotisas, mas não conseguia, por isso, subiu as escadas correndo. Pensou no ringue, mas correu em direção a uma das varandas da Casa do Vento. O céu era extraordinário. Fechou os olhos e respirou o ar daquela cidade. Ela se sentia feliz, apesar da sensação de que algo faltava. Talvez nunca superasse o sentimento de incompletude, mas hoje, ninguém poderia tirar a felicidade dela. Antes que pudesse notar, uma gargalhada escapou de Gwyn.

 Azriel pousou na Casa do Vento, e imediatamente ouviu um ruído que aqueceu todo o seu corpo

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Azriel pousou na Casa do Vento, e imediatamente ouviu um ruído que aqueceu todo o seu corpo. Suas sombras se agitaram e ele tentou se impedir, mas tudo dentro dele gritou para que seguisse aquele som. Azriel subiu as escadas em um silêncio treinado, e a medida que o som ficava mais perto, suas sombras dançavam em volta dele. Se conteve em observar, mas suas sombras estavam tão agitadas que ele não pôde evitar quando uma delas foi até Gwyn. Ele esperou ver a rigidez no corpo de Gwyn, mas ela apenas virou -se para ele. Haviam lágrimas em seus olhos, mas a julgar pelo sorriso, não eram de tristeza. A visão foi capaz que tirar o fôlego de Azriel ao mesmo tempo que renovou tudo que havia dentro dele.
– Não quis assustar você. – Esclareceu. O sorriso de Gwyn diminuiu e ela abaixou a cabeça.
– Tudo bem, você não me assustou. – Eles ficaram em silêncio por um momento, ela olhando para os pés e ele com os olhos fixos nela. Azriel abriu a boca para falar, mas outra gargalhada escapou de Gwyn e ele não pôde evitar sorrir. – Me desculpe... – Ela tentou falar. – Eu só estou... – Ela puxava o ar em meio às risadas e o sorriso de Azriel ficou tão largo que ele pôde sentir por todo o rosto. – Me dê um momento. – Ela pediu, tentando se recuperar.
– Não pare. – Disse Azriel. Os olhos de Gwyn encontraram os dele, e quando ele achou que ela pararia de rir, uma nova onda de gargalhadas se iniciou. Dessa vez, Azriel não pôde se controlar e a acompanhou, jogando a cabeça para trás a medida que o seu corpo tremia de tanto rir. Ele se recuperou pouco tempo depois, e logo Gwyn estava com a mesma expressão que ele. Ambos se olhavam, sorrindo. Ela estava com o rosto vermelho, lágrimas haviam escorrido por seu rosto, a respiração estava irregular. Silêncio tomou o momento, mas era confortável. Estar com Gwyn era confortável e leve. Ela não questionava o seu silêncio ou a sua quietude, e de maneira contraditória, ele se sentia bem o suficiente para falar. Falar com ela havia se tornado tão bom quanto ouvi-la. A lembrança de Gwyn sorrindo para Lucien sufocou o seu último sorriso e logo ela também adquiriu uma expressão mais séria.
– Gwyn, eu gostaria de me desculpar com você. – Disse Azriel.
– Não precisa... Eu não queria interrompe-lo. Peço desculpas se o atrapalhei...
– Não! Não peça desculpas. – Azriel se sentiu péssimo por repetir as mesmas palavras que havia dito a Elain na noite do solstício. Gwyn se manteve em silêncio, e tudo que ele queria era ouvir o som de sua gargalhada novamente.
– Fiquei preocupada com você. – Admitiu Gwyn, em um sussurro tão baixo que ele se perguntou se ouviu corretamente. Azriel fechou os olhos com força. Aquelas palavras de alguma forma, o atingiram. – Não queria que tivesse problemas. Eu sei que... – Ele era capaz de sentir cada palavra dela no coração.
– Gwyn, você não precisa me proteger. – Azriel abriu os olhos e viu Gwyn abraçando o próprio corpo.
– Eu sei. Mas é isso que os amigos fazem, certo? – Amigos. Não tinha notado até aquele momento o que Gwyn havia se tornado. – Veja como uma forma de retribuir o que você fez por mim na outra noite. – Retribuir? Ela achava que devia algo a ele?
– Gwyn, não há nada para retribuir. – Falou, esperando que ela enxergasse a sinceridade em seu olhar.
– Então apenas agradeça, encantador de sombras. Isso é o que os amigos fazem. – Azriel respirou fundo, mas Gwyn tinha uma expressão completamente séria.
– Obrigado. – Azriel a conhecia o suficiente para saber que tentar vencer uma discussão com ela seria uma missão fracassada.
– Então isso significa que somos amigos? – Ela perguntou, com um sorriso tão largo e um tom tão animado que o pegou completamente de surpresa. Conhecia o sorriso de Gwyn e soube que ele era sincero, mas havia algo desconhecido em seus olhos.
– Claro que somos. – Garantiu. 
– Fico feliz em saber, encantador de sombras.

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