Capítulo 17

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Gwyn estava sentada entre Nestha e Emerie, enquanto ouvia Azriel explicar o que havia acontecido com eles durante a missão.
– Não acho que Eris tenha algo a ver com isso. – Disse Lucien. – Não há nenhuma garantia de que vocês foram atacados por soldados da Corte Outonal.
— Ele estavam no território da Corte Outonal. Usando as roupas da Corte Outonal. E tinham técnicas de batalha da Corte Outonal. – Respondeu Azriel, demonstrando a sua total falta de paciência. Era tão raro ver o encantador de sombras perder a paciência que Gwyn segurou um riso.
– Azriel está certo, Lucien. A única corte que poderia ter um motivo para isso é a Corte Outonal. – Disse Feyre. O emissário se inquietou na cadeira.
– As relíquias ainda estão conosco... não acho que Beron tenha ficado satisfeito com a nossa momentânea vitória. Foi um golpe duro perder a coroa. Mas precisamos saber se Eris ainda é leal a nós. – Interveio Rhysand. Coroa. Aquela palavra chamou a atenção de Gwyn.
– Esperem! – Ela refletiu durante alguns segundos, tentando resgatar as suas memórias de maneira nítida. Todos aguardavam em silêncio. – Posso estar enganada, mas o macho que lutou comigo tinha uma marca de coroa no pulso. Parecia ter sido forjada na pele.
– O que isso quer dizer? – Perguntou o macho ao lado de Amren.
– Que Korshei descobriu como manter a influência da coroa. – Revelou Amren.
– Mas a coroa não deveria exercer mais influência, certo? Nós estamos com ela, eu matei a rainha. – Perguntou Nestha.
– Talvez Korshei quisesse que nós pensassemos assim. – Disse Feyre, e a sala caiu em um silêncio.
– Gwyn disse que a marca de coroa parecia ter sido forjada na pele. Se Korshei nos queria pensando que a coroa não exercia mais influência, por que deixar que víssemos uma marca tão visível? – Perguntou Mor.
– Era uma mensagem. – Respondeu Gwyn, e só quando todos olharam em sua direção ela percebeu que havia falado em voz alta. – Eu li sobre isso na biblioteca. O uso de uma forma para marcar a pele era comum entre os bruxos como uma forma de enviar mensagens, além disso, cria um vínculo entre o bruxo e aquele que contém a marca. O bruxo pode ver e ouvir tudo que o outro vê e ouve, depois... aquele que foi marcado morre. – Ela engoliu em seco.
– O espião sobreviveu? – Perguntou Emerie.
– Madja não conseguiu salva-lo, mas a causa da morte não foi a ferida na barriga. – Disse Rhys de maneira sombria. Gwyn fechou os olhos com força, e respirou fundo.
– Por isso você não conseguiu salva-lo. – Constatou Azriel. Ela assentiu.
– Então o espião de Azriel também estava sobre a influência da coroa? – Perguntou Lucien.
– Não fui informado por Madja sobre uma marca de Coroa, mas podemos presumir que sim. – Respondeu Rhys.
– E o que Korshei ganharia com isso? – Questionou Mor.
– Ao passar pelas defesas da cidade com Azriel, o bruxo pode saber que tipo de proteções Rhys utiliza em volta de Velaris. – Disse Amren. Aquilo era muito pior do que Gwyn imaginava. A sala caiu novamente em um silêncio quase incômodo.
– Azriel, preciso que você retorne até as fronteiras da Corte Estival e monitore se há novas movimentações. Varian, avise a Tarquin para ficar atento, a Corte Outonal está próxima demais das fronteiras. Cassian e Nestha se encontrarão com Eris, mas preciso da sua ajuda com Tamlin, Lucien. Com a incerteza da lealdade de Eris, não podemos arriscar perder o território da Corte Primaveril. Amren, eu e Feyre tentaremos descobrir se existe uma maneira usar os poderes da coroa sem tê-la em mãos. Sua ajuda é bem vinda, Gwyn. – Todos assentiram ao ouvir as ordens do Grão Senhor.

Finalmente

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Finalmente. Finalmente Azriel havia recebido uma missão de verdade. Porém, a ideia de passar dias fora, sozinho, não pareceu mais tão interessante.
– Achei que você ficaria mais satisfeito. – Disse Cassian, encontrando-o no ringue de treino durante a madrugada, após a reunião na Casa do Rio.
– Já era a hora de Rhys deixar de ser uma mamãe urso. – Respondeu, sem interromper a sua sequência de socos.
– E quando você vai deixar de ser um velho ranzinza? – Provocou o irmão, iniciando também uma sequência de socos ao lado de Azriel. Eles costumavam fazer bastante aquilo quando crianças. Apostavam quem conseguiria aguentar por mais tempo e o vencedor tinha o direito de comer a janta do perdedor. Ele sorriu, mas não respondeu. – Então, quando você vai conversar comigo sobre ela? – Continuou Cassian, insistindo em conversar. Azriel respirou fundo e parou.
– Do que você está falando, Cass? – Perguntou. O irmão sabia que não conseguiria arrancar nada de Azriel usando essa tática.
– Nestha está preocupada. Não quero ter que escolher entre meu irmão e minha parceira, Az. É uma decisão difícil, tenho que admitir. Mas Nestha é um pouco mais bonita que você. – Azriel gargalhou, mas não deu nenhuma informação a Cassian.
– Desista, Cass. Você sabe que não vai funcionar. – Disse, por fim. O irmão respirou fundo em sinal de derrota. Parecia um movimento completamente ensaiado.
– Tudo bem, você venceu. Quando você vai partir para Corte Estival? – Perguntou Cassian, aproximando-se das espadas dispostas no ringue.
– Amanhã pela manhã. – Respondeu. Cassian ficou em silêncio por alguns minutos, e Azriel acreditou que o irmão tinha se dado por vencido verdadeiramente. Até ele abrir a boca novamente.
– Tem alguém esperando por você na sacada do segundo andar. Me agradeça depois, Az. – Disse Cassian, e Azriel parou abruptamente tudo que estava fazendo. O irmão gargalhou. Azriel havia perdido.

Azriel subiu as escadas calmamente, mas o ritmo do seu coração estava acelerado

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Azriel subiu as escadas calmamente, mas o ritmo do seu coração estava acelerado. Não sabia o que esperar, mas se sentia extremamente satisfeito em poder passar um tempo com Gwyn antes ir até a Corte Estival. A verdade é que toda missão tinha seus riscos, e sempre existia a possibilidade de não voltar. A ideia nunca o deixou apreensivo, mas naquele momento, ele desejou profundamente retornar. Mas não foi Gwyn que encontrou na sacada da Casa do Vento.
– Tive medo de que você não quisesse me ver. – Disse Elain. Ele parou, mantendo a distância entre eles. – Sei que você disse que não podia... Mas Az, eu não consigo esquecer aquela noite. E não acho que tenha sido um erro. – Ela andou em sua direção, e Azriel se manteve neutro e estático. – Por favor... me diga que não foi um erro. – O toque de Elain fez com que Azriel acordasse naquele momento, e antes que pudesse evitar, ele se afastou.
– Elain, me desculpe. Foi um erro. Eu estava confuso, e não deveria ter magoado você. Mas não posso fazer isso. – Havia mágoa em seu olhar, mas Azriel não tinha opção. O seu coração não poderia pertencer a Elain. – Você tem um parceiro, Elain. – Lembrou Azriel. Ela ficou completamente ereta, tensão pura em sua expressão.
– Isso não parecia ser um problema para você antes. – Respondeu Elain, em um sussurro. Ela estava certa, mas o golpe atingiu Azriel.
– Você tem razão... Não era um problema antes. E não é o problema agora. – Ela olhou fixamente em seus olhos e assentiu, parecendo entender.
– Ela merece saber o que você está sentindo, Az. Não deixe sua confusão magoar quem você ama. – Ele assentiu e viu Elain se afastar. Ela tinha razão, e Azriel não poderia arriscar magoar Gwyn antes de entender o que estava sentindo. Precisava se afastar.

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