Capítulo 28

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Azriel não soube o que o deixou mais hipnotizado, a reação nos olhos de Gwyn ao ouvi -lo dizer que a amava, ou a reação física da parceira, com todos os músculos internos apertando o seu pau a medida que ela se desfez. O momento o deixou tão sobrecarregado, que ele não pôde evitar juntar-se a Gwyn em um orgasmo. Azriel caiu sobre ela, cobrindo-a com o peso do seu corpo, e sentiu os dedos da parceira deliciando-se com os cabelos dele a medida que ambos recuperavam o fôlego. Tudo que queria era manter-se dentro de Gwyn, mas sabia que o peso do seu corpo se tornaria incômodo, então ele lentamente se retirou de dentro dela e deitou de lado, puxando-a para deitar-se em seu peito. Era a melhor sensação que já havia experimentando em toda a sua existência. Enquanto a respiração de Gwyn voltava ao normal, ele pensou nas palavras que gostaria de proferir. Pensou nas verdades necessárias de se dizer, mas nada parecia suficiente. Olhou para ela e notou que os olhos estavam fechados, enquanto a mão descansava acima do coração de Azriel. Perfeita. Não havia outra palavra que pudesse definir Gwyn além de perfeição. Ao observa-la ali, dormindo aninhada a ele, só pôde pensar que não havia explicação para o que sentia. Ela ocupou, juntou, renovou e curou cada espaço do seu coração. Pela primeira vez em toda sua vida, pensou em desobedecer uma ordem de Rhys. Pensou em ignorar toda a situação e complicação presente naquele mundo em que viviam. Pensou que o seu mundo tinha cabelos ruivos, olhos azuis, pele macia, e estava bem ali em seus braços. Mas não podia. Por Gwyn, por sua segurança, ele precisava garantir que o mundo em que ela vivia estivesse em segurança. Por isso, e apenas por isso, Azriel se desvencilhou muito lentamente, sentindo uma dor quase física ao afastar -se da cama em que haviam feito amor a algumas horas. Ele vestiu suas peças de roupas, recolheu as armas e posicionou sua adaga no cinto, sem nunca tirar os olhos dela. Gwyn abraçava um travesseiro, como se precisasse de algo para ocupar o lugar que a poucos minutos foi ocupado por ele. Azriel sorriu com a imagem e abaixou-se para depositar um beijo de despedida na cabeça da parceira.
- Amo você, meu amor. Estarei de volta logo, prometo. - Garantiu o encantador de sombras, e antes que pudesse deixar o quarto, colocou a mão no bolso, certificando-se que mantinha a caixinha que carregava desde o dia anterior quando foi a cidade e fez uma encomenda especial. Não era um colar ou qualquer objetivo impessoal. Ali, dentro de seu bolso, em uma caixa que parecia tão pequena que poderia ser considerada insignificante, estava a representação do seu futuro com Gwyn.

Gwyn abriu os olhos e o primeiro sentido que indicou que não estava em seu quarto não foi a sua visão, e sim o seu olfato

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Gwyn abriu os olhos e o primeiro sentido que indicou que não estava em seu quarto não foi a sua visão, e sim o seu olfato. Poderia reconhecer aquele cheiro em qualquer lugar. Um sorriso surgiu em seu lábios, mas ao virar-se na cama, ele sumiu. Ela estava sozinha. Rapidamente sentou-se na cama, e só então notou que estava nua. Os seus mamilos rapidamente ficaram rígidos ao entrar em contato com a brisa fria que invadia o quarto. As luzes da manhã ainda eram tímidas, então Gwyn procurou suas roupas e se preparou para deixar o quarto, vestindo apenas a camisola da noite anterior, mas algo a deteve. O quarto representava o que havia acontecido na noite anterior, e em resposta, seu coração acelerou. Eu amo você, Gwyn. Apenas você. A voz de Azriel ecoou em seus ouvidos, e ela fechou os olhos com força, incapaz de ignorar a verdade contida nas palavras do parceiro. Ele a amava, não tinha como convencer a si mesma de que as palavras eram algo além da verdade. Apesar de ter as palavras de Azriel fixas em seu coração, algo ainda parecia insuficiente. Ele não estava lá. Afastando os pensamentos de sua mente, Gwyn abriu a porta, decidida a partir.
- Achei que as sacerdotisas ficavam na biblioteca. - Ela ouviu uma voz masculina dizer. Virando-se, encontrou o macho de cabelos mais vermelhos que já viu. - Pela Mãe! - Disse o macho que chamava -se Lucien, notando o que ela vestia. Gwyn sentiu o seu rosto ficar vermelho e antes que pudesse reagir, um casaco cobriu os seus ombros. Lucien havia tirado o próprio casaco para cobri-la.
- Obrigada. - Respondeu em uma tentativa de esconder o rubor constrangido de seu rosto. Lucien olhou para porta atrás dela, e em seguida a cheirou um pouco mais perto.
- Entendo. - Disse Lucien, parecendo distraído. - Isso quer dizer que o encantador de sombras...
- Isso quer dizer que o encantador de sombras é meu parceiro. - Interrompeu Gwyn, incomodada pelo tom usado por Lucien ao se referir a Azriel. Ele sorriu, parecendo divertir -se com a reação dela.
- Vejo que a agressividade também atinge as fêmeas. - Provocou ele.
- Gwyn! - Ouviu a voz de Cassian, e notou que o general dirigia-se até eles pelo corredor. - Lucien? O que você faz aqui? - Perguntou, parecendo apreensivo pela presença do macho na companhia de Gwyn.
- Na verdade, eu estava pronto para fazer algo estúpido, mas vejo que não há mais necessidade. Desejo a mais sincera felicidade a vocês. - Lucien a olhou uma última vez. - Sempre um desprazer vê-lo, Cassian. - Despediu -se o macho, dirigindo sua hostilidade fingida a Cassian.
- Igualmente, Lucien. - Respondeu.
- Espere! Seu casaco... - Disse Gwyn. Lucien olhou para trás, e antes que ela pudesse retirar o casaco, ele continuou a andar, deixando-a vestida com a camisola da noite anterior e com um casaco extremamente grande, mas que oferecia a cobertura que ela precisava.
- Então... - Iniciou Cassian, quebrando o silêncio. - Vocês se resolveram?
- Não sei. - Admitiu ela.
- Ele está sofrendo, Gwyn. - Revelou Cassian.
- Ele não parecia estar sofrendo ontem. - Deixou escapar, e logo colocou as suas mãos na boca em uma tentativa de evitar falar o que não deveria. A gargalhada de Cassian interrompeu o seu constrangimento.
- Vejo que a noite foi boa. - Provocou o macho.
- Poderia ter sido melhor se ele não tivesse me deixado sozinha.
- Gwyn, você acha mesmo que ele teria deixado você por livre e espontânea vontade? Az tinha uma missão hoje cedo, e ele estava em uma agonia tão grande por deixá-la que interrompeu a minha maravilhosa madrugada com Nestha para me fazer prometer que viria até você avisa-la sobre a missão. - Disse Cassian, e Gwyn precisou conter um sorriso ao pensar em Azriel vivenciando tamanha agonia por causa dela.
- Tudo bem, vou acreditar em você. Apenas porque sei que você não deixaria Nestha se não fosse assim tão sério. - Respondeu a sacerdotisa, ganhando um sorriso do iliryano ao seu lado.
- Ótimo! Agora você precisa se livrar desse casaco. Estou sentindo o cheiro de Lucien em você, e acredite em mim, não é bom um macho encontrar sua parceira fedendo a outro macho logo após a parceria ser firmada. Falando nisso, você já ofereceu comida a ele?
- Na verdade... Não. Mas não sei se devo ainda. - Admitiu Gwyn.
- Esqueça isso, Gwyn. O macho já está completamente rendido ao seus pés. Não o faça sofrer mais. - Resmungou Cassian, e algo no coração de Gwyn se apertou.
- Tudo bem, mas não garanto nada. Você já me avisou sobre a missão de Azriel, agora está liberado para voltar para sua parceira. Obrigada, Cass.
- Temos treinamento em uma hora, não se esqueça, Gwyneth. Não é porque você é minha irmã agora que vou pegar leve. Sem atrasos. - E assim, ela se dirigiu as pressas aos seus aposentos.

- Eu gostaria de ver a sua cara sendo flagrada saindo do quarto dele, juro que queria

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- Eu gostaria de ver a sua cara sendo flagrada saindo do quarto dele, juro que queria. - Provocou Emerie durante o aquecimento do treino.
- Você precisava ver a minha reação quando eu ouvi Cassian me contar que a encontrou de camisola na frente do quarto de Azriel e com Lucien a provocando. Ainda bem que Az já havia partido, isso não acabaria bem. Os dois tentam ser civilizados na frente de Rhys e Feyre, mas não enganam ninguém. A parceria deixa todos os machos territorialistas. - Disse Nestha.
- Podemos falar de outra coisa? - Resmungou Gwyn, que ouvia as amigas falar a quase uma hora.
- Não! - Responderam em uníssono. Gwyn se preparou para responder, mas uma escuridão cortou os céus e o Grão Senhor da Corte Noturna pousou no ringue de treinamento. A sacerdotisas pareceram se assustar brevemente, mas ao notar de quem se tratava, todas retornaram até a Casa, preocupadas com a aparição do grão senhor.
- Desculpem. - Disse Rhys, caminhando urgentemente até Cassian. O general ficou rígido com a mensagem que Rhys parecia passar por sua mente. Cassian dirigiu o olhar até Nestha que aproximou -se deles, arrastando Gwyn e Emerie. Rhys olhou para o grupo, certificando-se de que estavam sozinhos.
- Azriel tem monitorado os movimentos de Beron nos limites da Corte Outonal. Autorizei que ele enviasse um de seus espiões até a Corte Primaveril para que pudéssemos monitorar as duas ao mesmo tempo... - Rhys respirou fundo, parecendo lutar para manter a calma, e Gwyn sentiu que nada de bom poderia sair daquela conversa. - Azriel achou que seria prudente que ele estivesse na Corte Primaveril, e decidiu enviar o espião para as terras de Tarquin. Beron não tem agido contra a Corte Estival. Tudo foi feito para nos distrair. Azriel encontrou três grupos de soldados de Beron nas terras de Tamlin, prontos para agir. Não podemos perder a Corte Primaveril e Tamlin não tem força suficiente para defender seu território. Enviar tropas Illyrianas justificaria um futuro ataque as nossas terras, uma vez que Tamlin não tem uma aliança formal com a Corte Noturna, e não sabemos se ele está por trás disso ao lado de Beron. - Um calafrio passou pelo corpo de Gwyn com a ideia de que Azriel fosse descoberto sozinho.
- Nos envie, Rhys. As Valquirias não são uma tropa oficial da Corte Noturna. Ninguém sabe sobre elas. - Disse Cassian, com uma crescente apreensão na voz, e ao olha-lo nos olhos, Gwyn soube que o general também pensava em Azriel.
- A palavra final é de vocês, não posso força-las. - Informou Rhys.
- Nós vamos. Nos atravesse, agora! - Interrompeu Gwyn, ciente do tom inadequado ao falar com seu Grão Senhor. Mas não se importava. Não quando Azriel precisava deles. Não quando ele precisava dela.

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