Capítulo 29

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Eles atravessaram até os arredores da Corte Primaveril. Rhys havia informado que não poderia arriscar atravessar direto para o território de Tamlin sem obter garantias de Lucien de que o Grão Senhor da Corte Primaveril não era aliado de Beron. Por isso, Gwyn, Nestha e Emerie formavam uma unidade em solo, enquanto Cassian sobrevoava o território em uma tentativa de dimensionar o domínio de Beron. O coração da sacerdotisa batia forte no peito, mas a sensação havia se tornado familiar. Não era medo, era expectativa. Eles finalmente adentraram a Corte Primaveril, e um silêncio incômodo os alcançou. Algo estava errado. Gwyn lançou um puxão pelo laço, mas não houve resposta. Elas caminharam em completo silêncio, atentas a cada movimentação, aproveitando a cobertura oferecida pela vegetação.
- Cassian visualizou algo. - Disse Nestha.
- Estamos expostas demais aqui. - Observou Emerie.
- Então subimos. - Sugeriu Gwyn, referindo-se às árvores. As amigas se entreolharam, reconhecendo a mesma estratégia que utilizaram durante o Rito. Elas saltaram silenciosamente de uma árvore para outra, até que observaram uma movimentação no solo. No mesmo instante, um estrondo tocou o chão, balançando as árvores. Cassian havia pousado no exato local em que alguns guerreiros da Corte Outonal lutavam impiedosamente com poucos soldados da Corte Primaveril. Rapidamente, a unidade de Valquirias se movimentou para alcançar o guerreiro illyriano, que lutava ao mesmo tempo com quatro machos. Elas saltaram, atraindo a atenção dos soldados de Tamlin. Um deles gritou, e Gwyn viu o exato momento em que uma lâmina o atravessou. Seu sangue corria quente dentro do corpo, e ela correu em direção a luta. A espada estava em mãos, e o primeiro som de metal contra metal pareceu acordar algo dentro do corpo da sacerdotisa. Cada movimento e reação era confiante e o primeiro macho a cair morto em sua frente não a fez sentir um pingo de pena ou remorso. Ela olhou em volta, e tão rápido quanto tinha começado, a luta terminou. Ela contou doze machos mortos, sendo três da Corte Primaveril e nove da Outonal.
- Precisamos continuar nos movendo. - Informou o guerreiro illiryano.
- Obrigada pela entrada discreta. - Provocou Nestha. Ele sorriu, e logo eles estavam se movendo novamente. A medida que se aproximavam da mansão de Tamlin, mais o silêncio os alcançada, revelando cada som produzido pelo grupo. Não havia sinal de Azriel, e o pânico se instalou no peito da sacerdotisa.
- Algo está errado. - Disse Gwyn, e nesse exato momento eles foram alcançados.

Beron os havia enganado

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Beron os havia enganado. O objetivo nunca foi a Corte Estival. Azriel controlou a frustração e a medida que caminhava e se escondia, causava alguma baixa nos guerreiros da Corte Outonal. Já havia deixado uma trilha de oito mortes quando sentiu o puxão. Uma estranha expectativa o tomou, e o encantador de sombras precisou de todo o seu controle para manter-se concentrado. Ser capturado não era uma opção. A movimentação dos soldados de Beron revelava que eles não estavam lá para dominar a Corte Primaveril. Era uma missão específica, e eles estavam em busca de Tamlin. Ele odiava a ideia de defender o macho que causou tanta dor a sua família, mas a Corte Noturna precisava da aliança, e por isso, Azriel faria o necessário. Ele se deixou ser engolido pelas sombras, quando ouviu o sussurro delas.
- Sua parceira está aqui. - Elas o informaram, e gelo pareceu correr por seu sangue.
- Me leve até ela. - Respondeu. A missão não era mais sua prioridade. Tamlin que lidasse com sua própria merda. As sombras o guiaram, e Azriel pôde sentir nelas a mesma expectativa que o atingia. De repente, o cheiro dela o alcançou, causando um forte aperto no coração. Então, ele a viu. Gwyn estava no chão, segurando a espada na altura do rosto. Era única coisa que impedia seu pescoço de ser atingido pela lâmina que um guerreiro forçava contra ela. O encantador de sombras se deslocou na maior velocidade que pôde, e seus olhos estavam fixos no macho quando ele o alcançou. Não ouve tempo, e no segundo seguinte, sua adaga atravessou o macho. Ele caiu, deixando o sangue pingar em cima de Gwyn, e Azriel sentiu o ódio o atingir ao joga-lo do outro lado da clareira em que se encontravam. Apenas um instante se passou quando ele enfrentou o próximo guerreiro. A luta durou apenas um segundo. Mais um macho o alcançou, apenas para ser atingido por sua espada. O seguinte durou apenas o tempo que ele levou para erguer a adaga. Ele estava pronto para deferir o próximo golpe, quando ouviu a voz.
- Az... - Todo seu mundo parou, e a respiração de Azriel ficou presa na garganta. A primeira coisa que ele viu foi azul. O azul dos olhos de sua parceira. Ela o alcançou em dois passos, colocando as duas mãos no peito dele enquanto seus olhos estavam fixos um no outro. Ele ergueu a mão e limpou o sangue da testa de Gwyn, sentindo um arrepio causado pelo contato de suas peles.
- Você está bem? - Gwyn perguntou, avalian-o de cima a baixo. Azriel segurou os dois lados do rosto dela, e simplesmente a beijou delicadamente. Ela ofegou em sua boca, causando um estremecimento no corpo de Azriel. Muito delicadamente, ele a soltou, cravando seus olhos no rosto da parceira. Alguém tossiu, e só então ele lembrou-se de onde estavam.
- Desculpem interromper... eu estou realmente amando ver vocês dois, mas prefiro que esse momento aconteça em outra ocasião. - Interrompeu Cassian com um tom zombeteiro.
- Talvez quando estivermos em casa. - Sugeriu Emerie. Gwyn riu, e enterrou o rosto no peito de Azriel, como se precisasse se certificar que era ele. O gesto aqueceu todo o corpo do mestre espião.
- Beron não quer dominar a Corte Primaveril. Ele quer Tamlin morto. - Revelou Azriel, sem rodeios. Quanto antes a missão acabasse, antes ele estaria em Casa com Gwyn.
- Alguém está com pressa. - Provocou Cassian, ganhando um olhar de Azriel ao mesmo tempo que Nestha o atingiu com um tapa.
- Então o que faremos? - Perguntou Emerie.
- Beron sabe que invadir e tentar tomar a Corte Primaveril enquanto Tamlin estiver vivo pode causar revolta legítima contra ele. - Informou Azriel.
- Então precisamos de Lucien. Ele é o emissário de Tamlin, e será capaz de proteger o território. - Disse Nestha.
- Chame Rhys, essa missão acabou. - Gwyn franziu a testa para a resposta de Azriel, e ele continuou. - A presença oficial da Corte Noturna não será bem vista, Eris pode usar isso contra nós.
- Tamlin não quer ser encontrado. Enquanto Lucien não estiver aqui para conter a situação, Beron continuará a enviar soldados. - Esclareceu Cassian a todos. Eles foram interrompidos pela presença do Grão Senhor acompanhado de Lucien.
- Sem sinais de Tamlin? - Perguntou Rhys. Azriel assentiu. - Como emissários de Tamlin, Lucien tem a autoridade de permitir que soldados da Corte Noturna protejam o território. Duas unidades já estão a caminho. - Azriel dirigiu o olhar até Lucien, e notou a atenção fixa do macho em sua parceira. Em resposta, suas sombras envolveram Gwyn, que o encarou. Cassian gargalhou, atraindo a atenção de todos.
- Se acalme. - Ouviu a voz do irmão em sua mente. - Azriel, preciso que você retorne com Gwyn até Velaris. - Disse Rhys, dessa vez em voz alta. Ele olhou a parceira com um sorriso divertido nos lábios, e no segundo seguinte, eles estavam nos céus.

Azriel a segurou com força, e ela enterrou o rosto no peito do parceiro, em uma tentativa de apaziguar as batidas aceleradas do coração enquanto ele voava de volta até Velaris

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Azriel a segurou com força, e ela enterrou o rosto no peito do parceiro, em uma tentativa de apaziguar as batidas aceleradas do coração enquanto ele voava de volta até Velaris.
- O que você estava fazendo na Corte Primaveril, Gwyn? - Perguntou Azriel, no momento exato em que pousaram na Casa do Vento.
- Rhys precisava das Valquirias. - Respondeu ainda nos braços dele.
- Apenas por isso? - Um brilho divertido passou pelos olhos de Azriel, e ela pulou dos braços do parceiro.
- Você me deixou! - Respondeu, liberando toda a raiva que sentia. Ele sorriu.
- Nunca deixei você, meu amor. Achei que já tivesse deixado isso claro.
- Você mentiu para mim... - Sua voz saiu baixa.
- Me desculpe. Gwyn, quando a vi usando o colar, estava decidido a contar, mas logo em seguida nosso laço se firmou e eu... - Admitiu Azriel, em um tom tão baixo quanto o dela. - Eu esperei por você a vida toda, Gwyn. Quando eu a tive nos meus braços, senti que todos os meus dias anteriores tinham sido apenas um preparo. Eu finalmente comecei a viver apenas com você, meu amor. E então... eu tive medo. Medo de perde-la, de magoa-la. Fui covarde e... - A vulnerabilidade na voz de Azriel foi tão dolorosa que Gwyn se lançou nos braços dele e o beijou. Por apenas um segundo, ele pareceu surpreso, mas logo puxou Gwyn com força para si, saboreando toda a sua boca de maneira faminta. Ele parou abruptamente, os olhos escuros de desejo.
- Seu cheiro... - Gwyn se encolheu, ciente de que ele ainda podia sentir o cheiro de Lucien nela.
- Quando eu saí do seu quarto... encontrei com Lucien. Eu estava usando apenas a camisola da noite anterior, e ele me ajudou. - As palavras saiam rápidas da boca de Gwyn. Ela esperou pela reação de Azriel, e ele simplesmente a pegou no colo e a levou para dentro da casa. O caminho até o quarto foi rápido, e ele a colocou sentada em cima da mesa, posicionando-se entre suas pernas. Antes que Gwyn pudesse reagir, a boca de Azriel estava em seu pescoço, enquanto as mãos a tiravam do traje illyriano. Como ele pôde ser tão rápido, ela nunca saberia, mas no segundo seguinte, estava completamente nua com a cabeça de Azriel entre suas pernas. O toque da língua dele enviou um arrepio por todo o corpo de Gwyn, que gemeu. A língua do parceiro parecia conhecer todos os detalhes do centro dela, porque a cada toque, Gwyn se sentia mais perto do precipício.
- Nosso quarto. - Ele disse, afastando-se apenas um pouco.
- O que? - Ela perguntou, completamente perdida.
- Voce disse que saiu do meu quarto essa manhã. Não é o meu quarto, é o nosso. - Ele a lambeu de cima a baixo, e Gwyn segurou os cabelos dele com força. - Você é meu lar, Gwyn. A porra do meu mundo inteiro. Entende isso? - Azriel enterrou a língua dentro dela, e Gwyn pensou ter visto estrelas. - Você entende isso, meu amor? - Perguntou mais uma vez.
- Sim... sim... - Ela ofegou. - Azriel colocou dois dedos dentro dela, e Gwyn direcionou o quadril até ele, buscando mais contato. Ela se sentia tão perto... Então, ele retirou os dedos, deixando-a vazia.
- Quero que você goze apenas quando eu estiver dentro de você, amor. - Disse Azriel, retirando muito lentamente cada parte de seu traje. Ele a estava torturando, ela sabia disso. Gwyn afastou as pernas, dando a ele uma visão completa de si. Ela também ia jogar.
- Az... - Sussurou, notando o calor deixado pelo toque dos olhos de Azriel em seu corpo. Ele levantou os olhos até os dela. - Não há nada em mim que não pertença a você. Eu sou sua. Completamente. - Gwyn repetiu as mesmas palavras que ele havia dito a ela anteriormente, e isso pareceu destruir todo o controle de Azriel, porque no segundo seguinte, ele se enterrou dentro dela.
- Porra... - Ofegou o parceiro.
- Você é meu. - Disse Gwyn, parando os movimentos dele e o encarando nos olhos.
- Completamente seu, meu amor. - Confirmou Azriel, e naquele momento, ela soube que era verdade.

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