Capítulo 15

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Eles atravessaram diretamente para a Casa do Vento, e como disseram, todos estavam esperando por eles. Ao vê-los, Cassian foi o primeiro a correr.
– O que aconteceu? – Perguntou preocupado, amparando o feérico desacordado que Azriel segurava junto com Gwyn.
– Vocês estão bem? – Nestha foi a próxima.
– Ainda não sei direito o que aconteceu, mas precisamos falar com Rhys. A missão não era na Corte Outonal, mas de alguma forma, eles pareciam querer nos atrair até lá. – Explicou Azriel, enquanto Nestha e Emerie verificavam se tudo estava bem com Gwyn.
– Precisamos de Madja. O que houve com a ferida dele? Parece ter começado a cicatrizar rápido demais. – Indagou Cassian, analisando o ferimento do macho. Azriel olhou para Gwyn, que estava ao seu lado.
– Gwyn... – Foi a única coisa que ele disse. Todos pararam e olharam curiosos para a sacerdotisa, como se esperassem uma resposta dela.
– Foi uma boa oportunidade para testar algo novo. – Explicou, dando de ombros.
– Certo, depois quero saber todos os detalhes, mas realmente acho que precisamos falar com Rhys. Eris não tem dado notícias com a mesma frequência, e não acho que seja uma coincidência. – Disse Nestha. Ela tinha razão, aquele assunto precisava ser resolvido. Dessa vez, Rhys teria que fazer algo. Continuar designando Azriel para missões inúteis e seguras só os colocaria em risco. Como se soubesse que algo estava errado, o Grão Senhor da Corte Noturna atravessou até eles. Antes que Rhys pudesse perguntar, Azriel rapidamente deixou que o irmão enxergasse através de sua mente o que havia acontecido.
A culpa não foi sua, Az.Disse Rhys, dentro da mente de Azriel. Ao abrir a mente para o irmão, algumas emoções não tiveram como ficar de fora. Ele não respondeu, nada do que Rhys ou qualquer um falasse a ele mudaria como se sentia.
– Fico feliz que você esteja bem, Gwyn. Madja está a caminho da Casa da Cidade, deveríamos ir. – Dessa vez Rhys falou para todos, que assentiram.
– Você está bem, certo? – Perguntou Azriel,  baixinho, querendo se certificar da segurança de Gwyn, que apenas assentiu.  O encantador de sombras manteve os olhos na sacerdotisa quando se colocou ao lado de Rhys, que atravessou com Nestha e Cassian, enquanto ele atravessou com seu espião ferido diretamente para a Casa da Cidade. Ela não tirou os olhos dele em momento nenhum.

Quando chegou na Casa do Vento, toda a emoção que Gwyn evitou durante o tempo que passou com Azriel a atingiu

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Quando chegou na Casa do Vento, toda a emoção que Gwyn evitou durante o tempo que passou com Azriel a atingiu. Eles tinham ido a sua primeira missão, e ela precisou se deparar com a realidade que Azriel enfrentava com frequência. Não entendia como ele conseguia, como permanecia sendo bom e gentil mesmo com toda a crueldade que diante de seus olhos. Isso só fez com que o admirasse mais. Não tinha como continuar enganando a si mesma dizendo que o seu coração estava intacto, porque não estava. Mesmo quando a circunstância da missão não lhe dava nenhuma segurança, estar com ele fazia com que se sentisse segura.
– Gwyn? Você está bem? Não deu uma palavra desde que chegou. Está ferida? – Disse Emerie, com nada além de preocupação na voz. A sacerdotisa confirmou com um movimento de cabeça, porque de fato se sentia machucada. Estar com Azriel e não poder querê-lo doía. Então, ela não pôde segurar as lágrimas, que caiam a medida que seus joelhos cediam. Emerie a segurou, sentando-se com ela. – Gwyn, fale comigo. O que aconteceu? – A amiga a abraçava, e ela se sentiu extremamente grata por sua presença.
– Está doendo, Emerie. – Admitiu em meio às lágrimas.
– O que está doendo? Você precisa me dizer, precisamos chamar alguém...
– Não. Meu coração... Está doendo. – Ela levantou os olhos para encarar Emerie, que a olhava confusa.
– Gwyn, não estou entendendo nada. – Confessou a illyriana.
– Eu não sei o que estou sentindo, Emerie. Mas dói tanto! – Gwyn não esperou a resposta de Emerie, e escondeu o rosto nas mãos novamente.
– Acho que entendi o que você está querendo me dizer. – Ela sentia as mãos de Emerie esfregando as suas costas, e de alguma forma aquilo a fez se sentir melhor. De repente, a amiga começou a rir. Gwyn levantou o rosto, e viu Emerie gargalhar.
– Emerie! Você não deveria estar rindo. – Disse em tom de repreensão, mas a illyriana só gargalhou mais. Gwyn não pôde se segurar, e começou a rir junto com Emerie, sem saber verdadeiramente o motivo.
– Ah Gwyn... me desculpe. Eu não deveria rir. Mas você realmente só percebeu agora? – A frase de Emerie não fazia sentido nenhum na cabeça de Gwyn, e ela olhou confusa para a amiga.
– Perceber que estou sofrendo? Na verdade...
– Gwyn, Azriel sempre está atento a tudo, mas quando vejo vocês juntos, parece que não existe nada além de você na frente dele. – Gwyn levantou as sobrancelhas. Emerie havia entendido tudo errado, não tinha como aquilo ser verdade.
– Emerie, você se enganou... – Tentou falar, mas a amiga a interrompeu.
– Não, não acho que eu tenha me enganado. Acho que você olhou tanto para os seus sentimentos que não viu o que estava bem a sua frente. Gwyn, se você está sofrendo, imagine como Azriel se sente. Ele parece viver em uma eterna agonia, e só quando você está por perto eu o vejo sorrir, mas sempre que você se afasta, a agonia dele parece aumentar. Acredite em mim, eu conheço o sentido. – O coração de Gwyn batia forte dentro do peito, e foi impossível evitar lembrar de alguns momentos com Azriel. Lembrou de como seus olhos ficaram obscuros após toca-la na praça em Velaris. Lembrou de todas as ocasiões em que ele tentou se afastar. Não posso ser seu amigo. Lembrou como ele olhou para as próprias mãos depois de tocar o rosto de Gwyn. Será que Emerie estava certa?

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