- CAPÍTULO VINTE E SETE -

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Quando chegamos já passava das meia noite, Collin me seguiu até em casa.

— Fecha a porta.— Digo subindo as escadas com minha bolsa nas mãos.

Ele me segue, subindo para meu quarto.

— Minha mãe deve estar dormindo agora.— Ele olha pela minha janela.

Tiro meus tênis e fico somente de meias.

— Não queria dizer nada mas aquele molho é o melhor molho que já comi.— Me jogo de costas na ponta da cama.— Não conta para minha mãe.

Ele se joga ao meu lado.

— Não vou contar.— Ele diz colocando as mãos atrás da cabeça.— Podemos ter segredos.

Dou uma risada.

— Vamos assistir um filme?— Pergunto me levantando.

— Sim, precisamos terminar o prisioneiro de Azkaban.— Diz se sentando.

Pego o notebook e me viro par voltar para cama.

Mas Collin está tirando a gravata, e seus cabelos bagunçados. Ele abre dois botões do colarinho e depois começa a dobrar as mangas.

— Acho que quero te pintar.— Digo a ele.— Agora!

Ele me olha e sorri.

— Agora?— Pergunta e eu assinto. — Tem certeza que não vai me querer nu?

Como quero.

Não, meu Deus.

Nego sorrindo.

— Pega essa cadeira e coloca na frente da minha janela.— Entrego a cadeira que fica em frente minha mesinha e ele pega. Deixo o notebook em cima e vejo ele.

Ele coloca e depois se vira para mim, percebo que está sem sapatos, com suas meias de sorvetinho.

— O que faço agora?— Ele pergunta me olhando em pé.

— Sente- se, eu vou buscar a tela.— Digo saindo do quarto.

No quarto de hóspedes eu guardo algumas telas no armário vazio, pego uma e minhas tintas.

Tenho pincéis no meu quarto.

Quando chego ele está sentado, me sento em sua frente mas em minha cama.

— Não precisa ficar tão duro.— Digo rindo.

Collin está com as pernas grudadas e seus braços ao lado do corpo.

— Não sei que pose fazer.— Diz e ri sem graça.

— Só pareça natural.— Digo e suas pernas se encolhem fazendo perna de índio em cima da cadeira.

— É meu jeito natural mais confortável.— Ele ri.

Começo a pintá-lo. Colocando as cores e dando vida ao seus pequenos traços.

Como seus olhos pequenos mas azul como o mar. Agora estão escuros.

Seu cabelo bagunçado, sua boca um pouco vermelha, suas bochechas coradas.

Eu acho Collin lindo, ele realmente é o meu maldito tipo.

Continuo avaliando seu rosto para pintar, os botões da sua blusa social branca, seu peito que aparece um pouco, vejo algumas marcas pretas em linha reta.

— Isso é uma tatuagem?— Aponto com o pincel para seu peito.

Ele abaixa a cabeça olhando o peito.

— É, são números romanos da data que recebi que carta que fui aceito para cursar medicina.— Ele sorriu levantando a cabeça.— Se quiser posso abrir mais.

— Qual área você quer trabalhar?— Pergunro voltando a dar mais detalhes em seu peito.

— Quero ser neurocirurgião, ainda estou no começo mas vou chegar lá.— Ele ri inclinando a cabeça.

— Opa, pode voltar a posição inicial.— Digo rindo.— Já pintei sua cabeça em pé.

— Por que você é tão mandona?— Ele questiona.

Reviro os olhos e paro de pintar, o encarando por um tempo.

— Vamos, pequena Liz.— Ele diz batendo uma palma no joelho.— Preciso ver o que essas mãos fazem com um pincel.

— Então fique quieto e não diga frases com duplo sentido.— Digo me ajeitando na cama.

Talvez não fique bom, por que estou apoiando a tela em minha perna.

Depois de uma hora pintando, levo a tela até meu banheiro e fecho a porta.

— Você deveria me mostrar.— Collin diz já deitado em minha cama.

— Espere secar, Collin.

Sigo até meu armário pegando uma calça de moletom e minha blusa preta.

— Posso ficar um pouco, aqui...— Collin aponta com o dedo indicador para o colchão.— Com você, de cochincha... como almas gêmeas?

— Eu já disse em não pra você?— Dou risada entrando no banheiro.— Não vou tomar banho, espero que não se importe.

Fecho a porta.

— Claro que não.— Ele grita.— Não vou tomar também.

Me troco e saio.

— Estou com sono, não sei se consigo assistir.— Collin está com o notebook no colo sentado, já no lado que é dele da cama.

— Só deita aqui com seu corpinho para me esquentar.— Diz abrindo a coberta para eu entrar.

Deito ao seu lado.

— Você quer um calça?— Pergunto me levantando.— Posso pegar uma de David.

Saio do quarto sem esperar sua resposta, pego uma calça de moletom azul escura.

— Obrigado.— Diz pegando a calça.

Ele começa a andar até o banheiro.

— Não, não.— Corro em sua frente.— Não vai ver, se troca no meu quarto. Vou esperar no banheiro.

Fecho a porta vendo seu olho revirar, quando termina dá dois toques na porta e eu saio.

Ele está se deitando quando começo a andar até a cama.

Ele aperta o play e começamos assistir o final do terceiro filme de Harry Potter.

Mas não duro dez minutos.

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