- CAPÍTULO TRINTA E CINCO -

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Estou praticamente em cima de Collin ainda, minha perna esquerda está em cima de sua barriga, meu braço está jogado por cima de seu peito.

Ele está com sua mão em minha cintura, fazendo movimentos circulares com o polegar.

— Estou com frio.— Digo.

Ele estende a mão ao chão, pegando um coberta.

Abrimos ela juntos, eu com uma mão minha, e ele com a outra.

— Eu nem tirei sua calcinha. Você já estava sem.— Ele diz e eu dou risada.

— Eu tinha acabado de sair do banho, então...— Digo acariciando sua orelha.

— Isso foi bom.— Ele diz e vira o rosto para mim.— Eu gostaria que você pulasse pelada mais umas vezes.

Solto uma gargalha descendo o dedo indicador pelo seu pescoço.

— Eu já reparei nesse tatuagem mas o que é?— Digo passando a mão pelas letras que são verticais no seu pescoço.

— É guerreiro em inglês. Meu avô me chamava assim quando menor, eu vivia caindo e me machucando e nunca chorava.— Ele explica subindo sua mão até meu ombro.— Então ele começou a me chamar assim.

— Você nunca chorou?

— Bom, uma vez. Quando eu cai do muro do meu tio. — Ele ri.— Tinha uns quatro metros.

— Você foi uma criança atentada.

Por um momento quero que isso não acabe, quero que o tempo pare e que sejamos só nós.

— E nós dois?— Ele pergunta e eu franzo o cenho.— Podemos repetir isso?

Sim, claro.

Mas penso, não posso.

Sei no que vai dar, já gosto de mais desse garoto para arriscar. Não quero acabar com nossa amizade.

Eu quero que ele fique sempre aqui. E isso iria atrapalhar.

Sim ou sim?

Eu me solto dele me virando para frente, olhando o teto.

— Não. Isso foi um sexo entre amigos.— Digo sem olha-lo. Não quero que seus olhos me façam pegar fogo.— Aquele beijo e isso, foi só um ato de consumação a nossa amizade de almas gêmeas.

— Sério, Liz?— Ele questiona se sentando.— Fodemos como amigos? Então você faz isso com todos eles?

— Não, só estou dizendo.— Digo vendo suas costas.— Não quero que isso atrapalhe nossa amizade.

— Claro.— Ele se levanta procurando suas roupas.— Pode pegar meu celular no chão?

Me inclino e pego o telefone.

— Não vai dormir aqui?— Questiono entregando.

— Não, tenho aula logo cedo.— Ele passa por mim indo até a janela.

Mas olha pra mim e volta. Beijando meu ombro nu.

— Boa noite, pequena Liz.— Ele não sorri, só abre a janela e vai embora.

Eu fiz a coisa certa.

Então porque meu coração dói?

Deito de bruços e me forço a dormir.

" — Seis, Liz?— Papai pergunta apertando meu braço. — Isso não é uma nota digna.
Tremo com medo, sabendo o que virá.
— Deixe ela!— Mamãe diz chegando perto do meu pai.
— Deixe ela, Lila?— Ele diz sem me soltar. — Isso é uma humilhação, seis! uma nota seis?
Choro pois seu aperto é forte.
— Ela vai estudar. Solte-a.— Papai bufa e emburra seu peito com força.
— Papai vai te ensinar a nunca mais ganhar um seis!
Ele me arrasta para seu quarto e tranca a porta.
— Tire a calça.— Ele diz abrindo seu cinto.
— Não, Papai. Por favor. — Ele ignorar abaixando minhas calças com força.
— Segure na madeira da cama.— Escuto os muros de minha mãe na porta. Seu grito angustiado.
— Por favor.— O cinto estrala na minha nádega direita.
— Nunca mais envergonhe seu pai, Liz. Nunca mais."

Acordo suada com meu despertador.

Eu não preciso nem levantar para saber que não vai ser um bom dia.

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