- CAPÍTULO VINTE E NOVE -

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— Sentiu minha falta, Cat?— Collin dizia com Cat em seu colo, perto da mesa.— Quando eu pulo a janela da Liz, você nunca está lá.

Ela mia gostando do carinho na barriga que Collin faz.

— Essa torrada está bem queimada.— Digo comendo as partes que não estão pretas na torrada que Collin fez.

— Você não gostou?— Ele coloca a Cat no chão, se sentando ao meu lado na mesa.

— O café está bom, mas essa torrada você queimou pra caralho.— Dou uma risada vendo sua cara surpresa.— Mas valeu a intenção, né?

— Eu já sabia que não tinha mãos boa para cozinha.— Ele ri bebendo seu café.— Depois do almoço eu vou a uma quadra, jogar basquete. Quer vir?

Como o Bacon e o olho.

— É aonde?— Pergunto.

— No centro, é só duas horas de jogo.— Diz.— Depois te pago um sorvete, a sua sorveteira não abre aos domingos mas tem uma mulher que vende sorvete em casa. Ela não tem céu azul mas tem chocolate e outros sabores, mas você me disse que fica enjoada por que vê sorvete todo dia e...

Pego sua mão que descansa na mesa.

— Eu vou, mas pare de falar.— Dou uma risadinha.— Posso chupar sorvete, eu gosto.

Logo Collin estava dando um beijo com a calça do casamento, em Cat.

Ele foi embora e eu fiquei em casa.

Coloquei a tela na minha mesinha e tomei banho.

Tinha tinta em minhas mãos, meus braços e até nas minhas pernas.

Agora estou em uma quadra, cheia de caras grandes.

Eu não sei o que está acontecendo, por que nunca assisti ou participei de um jogo de basquete.

Na verdade esporte nenhum.

Collin não é o maior dele, com seus 1,80.

Tem vários que já esqueci o nome quando ele me apresentou.

Tem de uns de 1,80, outros de 1,90...

Tem um cara de 2,10. Que também não é o maior deles. O maior tem 2,15 e ele está sentado ao meu lado bebendo água.

— Collin quase nunca vem aqui, quando vem é sempre sozinho.— Victor diz.— Vocês tem algo.

Não, por que? parece?

— Não somos amigos, ele é meu vizinho.— Digo comendo o salgadinho que Collin trouxe da sua casa, já na metade.

— Então você estuda artes?— Pergunta e assinto. — Minha irmã também.

Ficamos conversando sobre sua irmã e a faculdade.

O que me lembrou meu irmão, as vezes sinto falta dele.

No momento em que Victor falou que a irmã é seu orgulho, eu só pensei no meu.

Como eu queria que ele falasse isso, que pelo menos falasse comigo.

— O que achou, pequena Liz?— Collin pergunta ao sairmos dos bancos.

Ele está suado, sua camisa branca de mangas curtas está molhadas e sua bermuda preta balança.

— Não entendo nada de basquete mas foi intimidador.— Ele ri mexendo nos cabelos úmidos.

— Parece que a pequena Liz, gostou de ver caras batendo bola.— Um dos seus amigos diz batendo nas costas de Collin.— Até mais, Collin.

Victor nos acompanha até a rua.

— Venha mais vezes, Liz.— Diz antes de dar um soquinho na mão de Collin e sai.

— Sorvete?— Collin pergunta andando na frente.

Sua bunda tem um rebolado e vejo uma tatuagem de teia na panturrilha.

— Quando ia me contar dessa teia na sua perna?— Pergunto alcançando Collin.

— Quando você tivesse a oportunidade de ver.— Ele me puxa pela mão e vejo de cara com um portão.— É aqui.

Pedimos os sorvetes e chupamos andando até o estacionamento.

Deixamos o carro da minha mãe um pouco longe, Collin disse que esse é um bairro calmo mas é famoso por roubos.

— Te vejo amanhã na sorveteira.— Diz Collin me dando um beijo já bochecha na porta de casa.— Esteja com seu coque.

— Eu sempre estou, é tipo meu uniforme já.— Sorrio.

— Até, pequena Liz.— Ele diz indo para sua casa dando pulinhos.

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